O diretor Taika Waititi entregou em seu segundo filme do deus asgardiano (o quarto solo do personagem) algo que já tinha explorado muito em "Thor: Ragnarok", que é deixar a fluidez completamente livre para que tudo aconteça sem grandes imposições, e com isso seu filme é engraçado, é leve, e ainda assim tem a pegada tradicional da saga do herói e do vilão, pois vemos claramente as motivações de Corr, como alguém que pede algo para seu Deus, não é atendido, e ainda por cima é feito de chacota por ele, e isso é algo que muitos por aí que rezam e clamam para suas entidades, e acabam ficando bravos com os não atendimentos, mas é claro que no filme surge uma voz do mal e aí tudo desanda (Seria a espada uma espécie de Diabo? Aonde ele faz um pacto e desanda?). Porém não bastando apenas a saga do vilão, temos todo o desenvolvimento da Poderosa Thor, ou Jane Foster ganhando poderes ao empunhar o martelo de Thor, e ainda mais doente, ou seja, algo que vem desde os quadrinhos e que é muito bem contado na trama, aliás, tudo é muito bem contado e narrado pelo próprio diretor, encarnado é claro no seu brucutu rochoso Korg, e sendo assim o filme tem quase sua voz na maior parte, e por incrível que pareça funciona bem (e quem está falando é alguém que odeia narrações em filmes!). Ou seja, é o melhor filme de super-heróis que você vai ver? Não! Mas é uma trama gostosa, divertida, que agradará quem for fã desse estilão de filmes, mas não espere conexões com outras produções da companhia (aliás os Guardiões da Galáxia só aparecem no começo do filme para dar o seguimento de "Vingadores: Ultimato" e tchau em seguida, sem uso algum na trama), mas sim com a deixa de continuações para os filmes do deus do trovão, afinal é apresentado um possível novo vilão na primeira cena pós-crédito, e na última um desfecho interessante para um personagem encontrando outro que já teve um bom desfecho, e assim vamos esperar o que virá para frente.
Sobre as atuações, Chris Hemsworth continua icônico com seu Thor, já falou que não quer sair do personagem e se fizerem mais vários filmes estará presente, e claro que encaixa voz, gestuais e toda intensidade necessária tanto para divertir, quanto para fazer o filme fluir, com olhares, trejeitos e tudo mais da forma que já ficou marcado, e sendo um deus, não precisarão pensar em envelhecer ele, ou seja, tomem mais 20 filmes do personagem até ele não aguentar mais lutar. Christian Bale deveria entregar para os pobres mortais sua receita de emagrecimento, e sem ter o fígado destruído, pois é tanto engorda e emagrece para seus personagens que o efeito sanfona já explodiu nele, e aqui ele está irreconhecível com seu Gorr, tanto que quem não souber que é ele ali vai ver o filme todo e se perguntar quem é o tremendo ator que está por trás da maquiagem, e como sempre foi bem, teve uma motivação forte, e acabou agradando bastante. Natalie Portman voltou para sua Jane Foster de uma forma bem interessante, e com uma história bem desenvolvida se olharmos a fundo, e trabalhou olhares doentes, trabalhou força e fez cenas bem intensas e marcantes, ao ponto de comover e agradar, só exageraram um pouquinho nos seus braços, pois sabemos bem que eram enchimentos e ficou um pouco estranho de ver, mas a personagem tem química demais com o protagonista, e isso acaba agradando. Tessa Thompson até foi bem usada com sua Valquíria, mas pareceu sempre estar em segundo plano, o que não é legal para uma atriz do porte dela, porém não desapontou nos seus atos e caiu bem nas sacadas colocadas, o que acabou agradando. Quanto aos demais, tivemos tantas participações que chega a ser difícil destacar todas, mas vamos lá Russell Crowe como Zeus ficou icônico e merecia mais tempo de tela, Matt Damon e Luke Hemsworth foram marcantes e incríveis como atores de um teatro na Nova Asgard, e claro o diretor Taika Waititi foi o que mais "apareceu" e teve falas com seu Korg, então acabou chamando mais atenção que todos.
Visualmente a trama tem um colorido bem bacana, tem as cenas em preto e branco das lutas com aberturas de cores para os olhos e para efeitos (que acabou ficando bem interessante de ver), vemos uma Nova Asgard cheia de elementos interessantes para os moradores de Asgard e de outros mundos que passeiam por ali, destaque claro para o teatro contando o filme do Ragnarok, temos a cidade da Onipotência bem interessante com todo o visual dourado e vários deuses estranhos, e claro temos de falar dos ótimos monstros das sombras que acompanham o vilão, sendo bem intenso e ao mesmo tempo estranho de ver, mas que funcionaram bem nas lutas, além claro das cabras berrantes e chatas, mas isso é algo a parte. No quesito dos efeitos temos muitos raios para todos os lados que acabam chamando a atenção nas lutas. Não conferi o longa em 3D pelo horário melhor ser 2D legendado, mas sinceramente não vi muitos elementos ou profundidades que possam ter usado da tecnologia, talvez nos voos das cabras e no céu do lado do navio, mas de resto deve ser enfeite.
Agora geralmente os produtores gastam muito dinheiro com as trilhas sonoras, pagando direitos pelas canções, mas aqui certamente Axl Rose pagou para os produtores, pois são três canções da banda Guns & Roses, além do nome do filho de Heindall usar o mesmo nome do vocalista da banda, ou seja, referências mil para eles, mas como gostamos demais das três canções ("Sweet Child O'Mine", "Welcome to The Jungle" e "November Rain") ficaram bem encaixadas nos devidos momentos, e nem vamos reclamar.
Enfim, é um filme que não é perfeito, sendo o famoso blockbuster que quem gosta vai assistir, se divertir e facilmente depois quando passar inúmeras vezes na TV irá rever, então fica a dica, mas se não faz seu estilo, não será esse que irá mudar seu pensamento, então não vá e economize tanto em dinheiro, quanto em críticas negativas para o longa. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, agora do streaming já que esse é a única estreia da semana nos cinemas, então abraços e até logo mais.
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