terça-feira, 30 de agosto de 2022

O Debate

É incrível como os bons filmes nacionais são tratados pelo público, pois é tiro certo eu chegar em uma sessão com menos de 10 pessoas que tenho a certeza absoluta que o filme vai ser sensacional, e hoje mais uma vez essa técnica bateu em cheio, pois o filme "O Debate" é uma das melhores obras cômicas e trágicas dos últimos anos em nossos cinemas, sendo algo que está dificílimo de entregar que é fazer piada com a política nacional, afinal tudo o que vemos no mundo real em nosso país é tão trágico e cômico, que os humoristas sofrem para criar boas sacadas em cima de tudo, e aqui brilhantemente vemos uma obra que faz uma alegoria possível de um embate no segundo turno entre o presidente atual e um ex-presidente, e as opiniões contraditórias de um casal de jornalistas que se separaram no meio da pandemia, mas ainda tem suas conexões discutidas, e o melhor, sem precisar mostrar nada dos candidatos, as sacadas ficam nas reflexões e nas formas demonstradas pelos personagens, ou seja, são diretas bem dadas, que são frisadas como ficcionais, mas que facilmente encaixariam em qualquer jornal do país. Ou seja, é daqueles filmes que você ri para não chorar da realidade, mas principalmente se diverte com a sagacidade dos protagonistas em trabalhar um roteiro 100% dialogado entre a dupla, com diversas facetas e épocas, e principalmente sem perder o ritmo, o que torna a trama toda ainda mais gostosa de acompanhar do começo ao fim.

A sinopse nos conta que Paula e Marcos acabaram de se separar depois de 20 anos juntos. Ele é editor-chefe de um telejornal e ela uma apresentadora do jornal. Eles têm opiniões divergentes, mas continuam amigos e parceiros de trabalho. Mas apesar disso, o relacionamento de respeito entre eles não impede que eles tenham visões distintas sobre como devem conduzir a edição dos melhores momentos do debate que a TV vai exibir - e que pode interferir na escolha de centenas de milhares de eleitores indecisos.

Todos que me conhecem sabe o quanto eu bato nos atores que resolvem dirigir pela primeira vez, pois geralmente saem do eixo aceitável e não fluem como deveria, porém o feitio de Caio Blat aqui em sua primeira experiência de direção de longa-metragens foi tão boa, que nem sei o que os roteiristas Jorge Furtado e Guel Arraes pensaram quando decidiram que ele seria uma boa opção para a direção do filme, pois é uma trama jornalística teatral, com muito envolvimento e desenvoltura, algo que talvez alguns diretores de grande expressão errariam a mão, mas não, o jovem deu estilo para a trama, conseguiu ser muito criativo nas quebras entre os meses passados e os blocos do debate, dando as devidas nuances para que o filme funcionasse, e principalmente não se atreveu a ficar enfeitando algo que não precisaria, sendo cru e direto na opinião e na formatação que o filme teve. Ou seja, é um roteiro genial de dois grandes nomes do cinema nacional, que foi muito bem trabalhado por um novato, e assim sendo se ele continuar nessa pegada de bons roteiros vai decolar muito facilmente no cargo, mas claro que aqui teve uma ajuda quádrupla dos dois ótimos roteiristas e dos dois brilhantes protagonistas, e assim digamos que seu trabalho ficou mais fácil de não dar errado.

Sobre as atuações, nem tenho o que falar sem ser elogiar e aplaudir ao máximo o trabalho de Débora Block e Paulo Betti, pois ambos conseguiram entregar tanta personalidade para seus Paula e Marcos, que entramos no clima com eles até mais do que acabamos entrando com atores de uma peça, pois passamos a conviver com eles nos seus momentos na pandemia, vemos suas discussões a cada intervalo do debate regados a muito café e cigarro, e vamos entendendo cada vez mais seus atos com uma desenvoltura primorosa por parte de ambos, contando com boas reflexões, bons argumentos, e principalmente passando uma credibilidade nos ensejos que entregam, não ficando apenas numa opinião forçada, mas sim nos moldes que muitas pessoas fazem nas ruas, nas discussões de praças e claro nas discussões familiares, mostrando casos que facilmente veríamos em qualquer lugar hoje se observarmos casais de opiniões controversas sobre a política atual, mas sem sair na mão, apenas respeitando e argumentando, o que acaba sendo genial ver ambos se moldando e acertando com bons trejeitos e dinâmicas.

Visualmente o longa foca basicamente na redação do jornal, mais precisamente na sacada da TV Nacional, aonde os protagonistas passam quase todo o filme fumando, bebendo café e discutindo, num palco de apresentações com um grande telão, várias TVs exibindo o debate enquanto assistem, e claro todas as cenas no apartamento do casal, mostrando suas desenvolturas durante as várias épocas da pandemia, mostrando o começo com poucos carros e muitas motos de entrega, depois as idas isoladas aos mercados, até chegarmos no novo normal, junto com todo o processo de separação amorosa deles, que vai sendo desenhada com bons figurinos, cabelos e até mesmo objetos cênicos, ou seja, uma boa conexão de desenvolvimento da equipe de arte.

Enfim, não é um filme perfeito, pois tem alguns atos que se enroscam um pouco, alguns elementos que poderiam ser mais rápidos, mas toda a discussão é tão divertida, todas as sacadas são tão bem encaixadas, e tem tanto do nosso pensamento atual para ambos os lados estarem corretos na discussão que o resultado flui bem demais, sendo uma grata surpresa (sim, eu estava com muito medo do que veria, por nem ter visto algum trailer antes da sessão) e que vou recomendar com certeza para todos, afinal é obrigatório refletir sobre a política que vem acontecendo, então vá ao cinema e não perca. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Dark Web: Cicada 3301

É engraçado ver filmes que brincam com alguns temas com uma facilidade tão plena, sem desandar nem precisar forçar a barra para que fique envolvente, e posso incluir na lista de longas desse estilo o filme "Dark Web: Cicada 3301", que me lembrou um pouco "O Código Da Vinci", mas com uma pegada mais de "Nerve - Um Jogo Sem Regras", colocando junto ideias de uma caçada por um tesouro/sociedade secreta na dark web, e misturando com estudo de obras de arte. Ou seja, é daqueles filmes que tem pegada pela ideia toda, que brinca com as sacadas dos bons diálogos e das loucuras cômicas que o próprio diretor se coloca como um agente meio rebelde, e que consegue ser descontraído para trabalhar toda uma trama meio que de suspense, meio que policial, não sendo um filme que queira se levar 100% a sério, mas que deixa pontas abertas para talvez uma continuação, sem necessitar explodir ou criar grandes reflexões. Diria que é uma trama leve que não falha, mas que facilmente poderia ter ido um pouco mais além se não tivesse brincado tanto, mas que de certa forma agrada bem mais do que desanima, e assim acaba sendo um filme que quem for conferir irá entrar no clima e curtirá o resultado final.

O hacker genial Connor descobre a Cicada 3301, uma caça ao tesouro online que pode ser uma ferramenta de recrutamento para uma sociedade secreta. Logo Connor, o amigo especialista em arte Avi e a bibliotecária misteriosa Gwen estão percorrendo locais aleatórios da internet para descobrir pistas do mundo real. Mas eles devem superar os agentes agressivos da NSA, também no encalço de Cicada, que querem a glória de resolver o mistério dessa organização para si.

Em sua primeira direção de longas, o ator Alan Ritchson até que foi bem criativo, trabalhou o seu roteiro de uma forma coerente, e brincou bastante com tudo, inclusive com ele mesmo como um agente meio maluco, e essa boa interação fez o filme ter um ar bem cômico, juntando sacadas sem nexo com ares sérios e momentos mais densos. Ou seja, pode até ser que o filme nas mãos de um diretor mais experiente fluísse para outros rumos menos bagunçados, mas não seria tão engraçado as diversas situações colocadas, as dinâmicas bem fluídas, e claro o estilo que foi escolhido para a trama, pois mesmo sendo algo que muitos desconhecem, todos sabem que a dark web tem suas coisas estranhas, suas artimanhas, e aqui deram um pouco mais para todo o ambiente, com uma caça ao tesouro bem feita que acabou meio que fechada demais no protagonista, não mostrando mais tantos outros candidatos ao "prêmio", mas que funcionou de certa forma, agora é ver se ele vai querer ir além como roteirista e diretor ou se vai voltar a ficar somente nas atuações, afinal mostrou que tem um potencial, principalmente na criatividade de um roteiro bem trabalhado.

E já que falamos do diretor Alan Ritchson como ator, mesmo não sendo o protagonista, seu agente Carver acabou aparecendo demais com gracejos e situações inusitadas, ao ponto que funcionou para dar um lado bem cômico para a produção junto com seu parceiro Andreas Apergis como agente Sullivan, mas que certamente poderiam ter forçado um pouco menos no roteiro para que os personagens não fossem usados apenas para isso. Agora falando do protagonista, Jack Kesy foi bem direto na interpretação de seu Connor, usando bons artifícios expressivos para parecer alguém com uma inteligência grandiosa, mas que por trás é apenas alguém com boas sacadas e desenvolturas, e que serviu bem tanto pelas atitudes cênicas como um "narrador" da trama toda, ao ponto que foi bem colocado no papel, e acabou agradando com o resultado final de seu personagem. Conor Leslie trabalhou bem a misteriosa Gwen, e teve uma desenvoltura bem imponente em praticamente todos os seus atos, de forma que acabou chamando bastante atenção e talvez pudesse ter sido até mais usada na trama. Já Ron Funches foi extremamente exagerado com seu Avi, tendo alguns momentos bem funcionais para a trama, mas outros jogados demais, e assim quase que o filme se perde em alguns atos que usou ele, mas assim como o diretor, diverte com seus exageros, e assim sendo valeu o personagem pelo menos. Ainda tivemos outros bons personagens, algumas aparições bem colocadas, mas vale destacar só Kris Holden-Ried pelo que fez com seu Philip Dubois, mas foi mais ator do que vilão, então apenas fez bem seus atos finais.

Visualmente o longa foi bem determinado nas cenas finais da festa, com uma proposta tecnológica bem marcante, hologramas, símbolos, orgias e tudo mais, teve um miolo interessante com o protagonista desesperado por computadores para usar, indo a diversos lugares, bibliotecas, pontes, ruas desertas, símbolos com códigos em luzes e tudo mais, mas pecou um pouco na casa dele simples demais, e também no julgamento numa sala que nem parecia um tribunal, ou seja, ficou parecendo que gastaram mais com algumas cenas e acabou o dinheiro na hora de finalizar o longa, e isso é um risco que felizmente não pesou tanto no resultado do longa.

Enfim, é um bom filme, que diverte bastante, e que tem um estilo próprio de ser representativo nas caçadas por tesouros. Claro que poderia ser muito melhor se tivessem definido se iria totalmente para a comédia ou para o suspense, que aí teria outros rumos, e talvez com um diretor mais experiente o resultado seria mais imponente, mas o resultado funcionou e deve servir como um bom passatempo para todos que forem conferir ele, então deixo a dica de recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Amazon Prime Video - Samaritano (Samaritan)

O que dá pegar o ódio vingativo e explosivo de Rambo e as habilidades de luta de Rocky, e ainda dar poderes de super-herói para a mesma pessoa numa cidade em caos dominada pela pobreza e a violência? Se você ficou curioso com toda essa ideia basta dar o play na super-produção da Amazon Prime Video, "Samaritano", que entrega muita ação, cenas de lutas bem intensas e até que uma boa trama do gênero, de forma que não foi nem um longa de origem nem uma finalização de personagem, tendo sido apresentado ambas as partes praticamente juntas, com um resultado que empolga bastante, e que quem curte essa sina de briga entre o bem e o mal vai acabar gostando do que é mostrado. Claro é um herói velho, tem toda a pegada de lições de moral, e tem os vários absurdos clássicos do gênero, mas ver Sylvester Stallone descendo a porrada nos vilões, ver todo o caos atingindo uma cidade dominada pelo ódio da classe trabalhadora que não consegue sobreviver ao desemprego, e assistir um garotinho esperançoso que um super-herói pode mudar tudo, sempre acaba valendo e servindo como um ótimo passatempo, então fica a dica para ir assistir sem esperar muito, que o resultado empolga, e quem sabe resolvam fazer uma continuação, embora não tenham deixado uma brecha específica para isso no final.

A sinopse nos conta Sam Cleary, de treze anos, suspeita que seu misterioso e recluso vizinho Joe Smith é na verdade uma lenda escondida à vista de todos. Vinte anos atrás, o vigilante superpoderoso de Granite City, Samaritano, foi dado como morto após uma batalha de fogo no armazém com seu rival, Nemesis. A maioria acredita que o Samaritano morreu no incêndio, mas alguns na cidade, como Sam, têm esperança de que ele ainda esteja vivo. Com o crime em ascensão e a cidade à beira do caos, Sam assume como missão persuadir seu vizinho a sair do esconderijo para salvar a cidade da ruína.

Se no filme anterior do diretor Julius Avery, "Operação Overlord", eu falei que era um filme de produtor pelo tamanho da produção, aqui ele já me convenceu que esse é seu estilo, de coisas voando, muito fogo com explosões, lutas para todos os lados, dinâmicas sequenciais bem trabalhadas, e claro muitos dublês para o tanto de cenas de ação que coloca, e com um bom texto de Bragi F. Schut, que gosta de tramas bem amarradas, sem pontas soltas e que geram grandes envolvimentos, o resultado foi um personagem que nem sei se existem quadrinhos, mas que funcionou demais com toda a base, com a história inicial bem contada de forma rápida, e toda a dinâmica criada. Ou seja, vemos um filme com tanta expressividade de texto e de dinâmicas de ação, que praticamente nem ligamos para os absurdos que foram colocados (tá, vou reclamar de algo da cena final com todo aquele incêndio monstruoso, o garotinho e o protagonista respirando e vivendo como se nada tivesse acontecendo, sendo que meio foguinho em um apartamento as pessoas já morrem e saem tossindo que nem malucas!), e assim sendo o filme é um passatempo para o público mais robusto digamos assim, que gosta de força bruta, e que não tinha nem como escolher outro protagonista, senão Stallone.

E falar das atuações não tem como sem dar o máximo para Sylvester Stallone, que com seus 76 anos bem distribuídos em músculos e olhares raivosos, conseguiu chamar novamente toda a responsabilidade de um filme para si, fazendo com que seu Joe fosse imponente, com virtudes e defeitos bem trabalhados, com uma força descomunal, e claro fazendo seus trejeitos clássicos bem colocados, que chamam toda a atenção para si, e agrada sem forçar a barra com algo do estilo, ao ponto que aqui dá para acreditar na força, já que é um super-herói, diferente das pancadarias que fazia nos seus outros filmes, ou seja, foi muito bem em tudo, e quem sabe volte para uma continuação, mesmo dando o fechamento que desejava na tela. Após muitas séries, o jovem garoto Javon "Wanna" Walton, que luta boxe desde os 4 anos de idade (então não se surpreenda com seus movimentos!) entrou muito bem na desenvoltura de seu Sam, de forma que chega a ser até irritante a insistência do personagem para com o herói, mas faz atos bem marcantes e consegue entregar boas dinâmicas com os demais atores, criando atos fortes e pedindo um treinamento para a lenda do boxe, ou seja, quem sabe numa continuação o garoto não vire um super-herói? E por fim tenho de falar do sempre imponente Pilou Asbæk, que já tinha agradado bastante o diretor no "Operação Overlord", e aqui seu Cyrus fez o clássico vilão, fazendo maldades, explodindo tudo, partindo pra briga, sequestrando pessoas, e dominando o ambiente com muita força no olhar, agradando demais, e encaixando bons atos do estilo, ou seja, fez o que precisava fazer, e acertou. Quanto aos demais, foram pouco usados, tendo leves destaques para a mãe do garotinho interpretada por Dascha Polanco, para a namorada do vilão que Sophia Tatum fez bons trejeitos, e Jared Odrick e Moises Arias que fizeram alguns dos capangas marcantes do vilão com seus Farshad e Reza, mas tudo bem dando as pontas para que o trio protagonista se destacasse e eles ficassem bem em segundo plano.

Visualmente o longa tem uma boa imposição cênica, colocando Granite City meio como uma Gotham City, aonde a população está em sua maioria desempregada com a crise, vivendo nas ruas, e pronta para o caos, vemos os apartamentos bem simples dos protagonistas numa comunidade quase que abandonada, e vemos o covil do vilão no meio de um ferro-velho, com elementos bem marcantes e que chamam a atenção, tendo claro todo o final com muito fogo sendo bem chamativo, e também o começo da mesma forma, só que com os personagens usando roupas de heróis para contar a história do passado, ou seja, não ousaram tanto em muitas locações, mas conseguiram chamar atenção pelos atos sendo bem executados, e que deram o tom mais escuro e inteligente para que não houvessem falhas nesse quesito.

Enfim, é um filme bem feito do estilo, que certamente vai chamar muita atenção, a galera que é contra as "lacrações" vai ficar bem feliz com o ar parrudo e cheio de testosterona tradicional do herói, e claro a reviravolta de personagem no final foi algo bem interessante dentro do roteiro, que deu toda a linha para agradar a todos e ir por um novo rumo. Então recomendo para quem gosta de filmes de heróis, quem gosta de filme de brucutus, e quem gosta de ação, sendo algo que não é perfeito, mas que funciona bastante, e certamente dá para termos outros do estilo, afinal o diretor já mostrou a que veio em dois filmes, agora é só garantir o dinheiro e sair fazendo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Não! Não Olhe! (Nope)

Um dos subgêneros do terror/suspense que menos costuma me agradar ou até mesmo deixar tenso é o tal da ficção científica com aliens e objetos voadores, pois sempre acabo achando graça nos personagens, nas atitudes bestas e tudo mais da trama, mas quando vi a "nave" no segundo trailer de "Não! Não Olhe!" fiquei ao menos curioso se ele conseguiria me pegar de alguma outra forma, afinal o diretor Jordan Peele costuma brincar mais com suas ideologias, e não entregar tudo de uma vez para que refletíssemos num segundo plano. Então agora que conferi eu posso dizer que os ângulos escolhidos pelo diretor são muito intensos e acabou me envolvendo demais, ficando por vezes preocupado pelos protagonistas, e torcendo preles conseguirem fugir ou resolver de alguma forma, e isso é algo muito bom de ver, pois deu nuances diferentes para o estilo, brincou com algumas referências, e trabalhou algumas ideias que dá para discutir se viajar nas ideias ocultas e imaginárias que muitos virão, então fica a dica para não se prender apenas nas imagens, afinal o diretor tem dessas sacadas, e mesmo não sendo semelhante aos seus antecessores pela pegada mais trabalhada no racismo, o resultado funciona bastante.

A sinopse em si é bem básica para não entupir o público de spoilers, e nos diz que depois que objetos aleatórios caindo do céu resultam na morte de seu pai, os irmãos proprietários de fazendas OJ e Emerald Haywood tentam capturar evidências em vídeo de um objeto voador não identificado com a ajuda do vendedor de tecnologia Angel Torres e do documentarista Antlers Holst.

O que mais impressiona é que o diretor e roteirista Jordan Peele conseguiu segurar ao máximo toda a ideia por trás de seu filme, pois até alguns meses atrás sequer sabíamos do que falava o filme, tendo um trailer completamente abstrato, aí saiu um segundo trailer que muitos já pegaram a ideia, até esse novo que compartilhei no final do texto e que já diz praticamente tudo, mas não pense que é apenas isso, pois a sacada de Peele é mudar o estilo como ele é visto, pois já tivemos inúmeros filmes de aliens, de pessoas tentando caçar eles ou sobreviver aos ataques, e aqui num misto dos dois estilos, ele conseguiu ir criando toda a desenvoltura, toda a tensão por ângulos quase que nos colocando em primeira pessoa no lugar do protagonista, e sabiamente foi dimensionando tudo para que mesmo não sendo um dos seus filmes mais reflexivos, ficasse ainda bem trabalhado na essência e marcasse um novo estilo de ficção científica, que vai agradar bastante quem gosta da pegada. Ou seja, acertou mais uma vez, e como bem sabemos cada vez esperamos mais de suas obras, afinal ele tem estilo.

Sobre as atuações, gosto muito do estilo de Daniel Kaluuya, mas seu OJ precisava de alguém com uma presença mais forte, pois ficou introspectivo demais para tudo o que ocorre, não parecendo estar disposto para enfrentar realmente o ser, ou então o diretor ter falado o momento para ele explodir mais para chamar mais atenção, mas fez bem os seus atos, e mesmo sendo sério demais deu nuances bacanas. Já Keke Palmer foi completamente o inverso, entregando sua Emerald exageradamente extrovertida, mas trabalhando algumas nuances com receios e medos bem encaixados, se doando para a personagem e chamando a responsabilidade para si em diversos atos, o que acaba agradando. Steven Yeun deu umas nuances bem interessantes para seu Ricky, sendo expressivo como um bom apresentador de shows deve ser, e mesmo que num segundo plano se desenvolvendo com personalidade, mas sem dúvida sua versão mini vivido por Jacob Kim foi bem fofo e com um ar de espanto no mesmo nível de cenas. Brandon Perea com seu Angel e Michael Wincott com seu Antlers completaram o grupo, e o primeiro com um ar completamente desesperado, mas querendo ver mais do ser chamou atenção, e o segundo sendo como todo bom diretor querendo aquele algo a mais, então foram bem colocados e agradaram.

Visualmente o longa é bem interessante por mostrar o rancho dos protagonistas com seus cavalos treinados para filmes, sendo um lugar bem amplo para as cenas finais, tivemos também o parque de Ricky com muitos elementos interessantes cenograficamente e que ainda serviram para os atos finais com uma inteligência bem marcante, tivemos toda a cena do chimpanzé bem marcante, e claro todos ambientes escuros e intensos aonde os protagonistas se escondem, os elementos cênicos caindo do céu, toda a sacada com bandeirolas e bonecos de vento, e claro a grande nave/ser que chama atenção inicialmente de um modo mais simples, mas gigantesca e cheia de alegorias nos atos finais, ou seja, a equipe de arte soube brincar bem com os elementos e agradar bastante.

Enfim, é um filme forte e chamativo, que muitos podem se decepcionar um pouco por esperar a genialidade tradicional que o diretor teve em seus dois primeiros filmes, mas que quem for esperando apenas uma boa trama vai se surpreender e se envolver bastante com algo diferente de tudo o que já foi feito do gênero, e que acaba sendo impactante. Diria que faltou pouco para ficar perfeito, mas vale a conferida numa boa sala de cinema para entrar praticamente na tela, já que em casa é capaz de não ter o mesmo efeito. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Netflix - O Sistema K.E.OP/S (El sistema K.E.OP/S)

Costumo falar que o cinema argentino é um dos mais geniais, mas friso que isso é mais nos dramas e suspenses, pois quando entram nas comédias, geralmente colocam temas incríveis que em um primeiro momento parecem chamativos, mas se perdem tanto no miolo que acabam entregando algo que nem sabemos se era o que queríamos ver, ou seja, vira uma verdadeira bagunça. E comecei o texto falando isso, pois ao ler a sinopse e ver o pôster bem maluco do filme novo da Netflix, "O Sistema K.E.OP/S", acabei ficando bem interessado, dei o play nele, começou com algo bem bacana de alguém sendo perseguido após dar um clique nessas propagandas para ficar milionário fazendo quase nada, vimos todo o processo de pirâmide sendo bem colocado, vemos o desespero do protagonista junto de seu "amigo" para tentar sair desse miolo, mas quando tudo parecia ter ido para um lado interessante, e que talvez teria um bom final, tudo muda para algo bizarro e sem funcionar direito, e o pior, tendo uma invertida tão besta na última cena que ficou parecendo que resolveram dar abertura para uma continuação e se perderam em como fechar o filme, mas ainda assim o estilo meio que de quadrinhos chama atenção, e a trama em si é funcional, então quem não ligar para um fechamento tosco, vale o play.

A sinopse nos conta que após descobrir que é espionado por uma misteriosa organização secreta, Fernando Blanksy tenta descobrir quem o está perseguindo. Mas o que inicialmente parece uma piada se torna um pesadelo. Com a ajuda de um velho e bastante violento amigo dele, Fernando cai em um labirinto de problemas, e sua única saída é... dando alguns socos.

Não posso falar que a ideia original do diretor e roteirista Nicolás Goldbart seja ruim, muito pelo contrário, a classifiquei como genial num primeiro momento, ri com toda a paranoia que o protagonista entra no começo, depois fiquei intrigado pela obsessão dele em resolver com as próprias mãos, até a hora que a confusão vai para a floresta e parecia ficar perigosa, mas ser fechada ali, então vem um desenrolar tão bobo que fiquei pensando o que aconteceu, aonde entrou alguém no texto e falou que essa era a melhor forma de fechar ao invés de tacar fogo na organização inteira? E a resposta pode ser a que inventem uma continuação e por isso resolveram bagunçar tudo, ou então apenas acharam legal mudar tudo e taca tudo numa sacada de quadrinho desnecessária. Ou seja, o resultado final ficou tão aquém da ideia toda que chega a desanimar, mas que quem não ligar para finais ruins (bem tradicionais da maioria das obras encomendadas da Netflix) pode ser que fique empolgado com tudo, mas acreditava muito mais que ele poderia ter feito algo genial.

Sobre as atuações, Daniel Hendler e Alan Sabbagh entregaram uma boa química entre seus personagens Fernando e Sérgio, brincando bem com os momentos e saindo bem na porrada e correria também, e agradaram sem trabalhar com nenhum pudor de cenas e encaixando desenvolturas que muitos fugiriam por apanhar bastante e fazer atos absurdos, ou seja, agradaram dentro da essência que precisavam fazer, e não precisaram de muitas apresentações, meio que sendo jogados com um ar certeiro e funcional. Quanto dos demais, os garotos Rodrigo Noya e Gastón Cocchiarale pareceram mais assustados nas atuações do que realmente seus personagens precisavam ficar, ao ponto que faltou acreditar no que estavam interpretando, e acabou meio que desandando mais do que agradando seus atos, ou seja, faltou verdade cênica, então nem vou entrar em detalhe dos demais, pois não serviram para muita coisa não.

Visualmente o longa brincou bastante com a invasão de privacidade, com os sites de pirâmides e propagandas que enchem a vida da pessoa com vírus e tudo mais, brincou com câmeras e assédios, e até mesmo com "seitas" e grupos organizados, trabalhando algo campal, e até exagerou na busca de imagens a distância, de modo que tudo ficou bem feito mesmo sendo bem simples, ou seja, chamou atenção de certa forma com a formatação escolhida, e a equipe de maquiagem acabou sendo bem usada nos machucados.

Enfim, é um filme que tinha um potencial imenso, mas que falhou demais nas execuções finais, desapontando quem esperar muito dele, mas que volto a frisar que a ideia é muito boa, então quem sabe alguém pegue ela e transforme em um filme melhor em breve. E é isso meus amigos, deixo a recomendação para dar play só se não ligar para finais ruins, pois do contrário a decepção é bem alta, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


terça-feira, 23 de agosto de 2022

Amazon Prime Video - Sem Sinais Particulares (Sin Señas Particulares) (Identifying Features)

Um dos maiores problemas do streaming se chama algoritmo, e eu esqueço disso toda vez, pois quando você vê um filme por inteiro, a plataforma interpreta que você gostou do longa, mesmo dando sinais negativos para ela, então ela passa a te indicar filmes com as mesmas temáticas e ideais, para que você fique feliz que ela sabe seus gostos particulares, e sendo assim dona Amazon Prime Video hoje me indicou um longa com a mesma base do filme que vi no sábado, e que não gostei muito, que é de uma mãe caçando seu filho desaparecido, porém a base aqui é outra, o estilo de desaparecimento é completamente diferente, e o final é muito mais forte pela ideia passada, além de uma atitude incrível da mãe, tanto que o longa ganhou vários prêmios, incluindo um de Sundance em 2020, ou seja, tem todo um miolo cansativo, mas não economizou na simbologia e no tiro certeiro no final, que mostra algo duro de se pensar, mas que acontece, e na selva vale sempre a lei do mais forte, ou do mais esperto!

O longa nos mostra que Magdalena não tem notícias do filho há meses, desde que ele deixou a cidade para atravessar a fronteira para os Estados Unidos. As autoridades querem que ela assine a certidão de óbito de seu filho, mas um encontro com uma mãe enlutada faz Magdalena perceber que não pode viver sem conhecer o destino dele. Ela inicia uma odisseia no México, apesar de áreas de violência e desolação. Ao longo do caminho, Magdalena conhece e viaja com Miguel, que foi recentemente deportado.

Em seu primeiro longa, a diretora e roteirista Fernanda Valadez acabou se alongando em demasia com um road-movie diferenciado, porém foi bem precisa em mostrar como as cidades da fronteira entre México e EUA praticamente mudaram nos últimos anos, não sobrando mais praticamente famílias vivendo normalmente, mas sim o tráfico e guerrilhas entre os próprios fazendeiros, indígenas e pessoas que "vivem" de transportes ilegais, tendo matanças a rodo, fugas e tudo mais, numa terra praticamente sem leis aonde famílias acabam nem sabendo o que aconteceu realmente com quem tentou fugir dessa vida e ir para outros lugares, mas muito além disso, ela foi inteligente em dar um fechamento opinativo forte, tanto para a realidade que muitos optam em fazer, quanto pela atitude da mãe que mesmo analfabeta soube mostrar o que realmente queria, e assim o filme mesmo tendo uma fluidez lenta no miolo, entrega algo direto e com a mão da diretora, não largando para que o público reflita e fique flutuando. Ou seja, é uma saga com certos percalços cansativos de enfrentar, vemos trejeitos e dinâmicas que poderiam ser mais ficcionais para impactar mais, mas diferente da maioria desse estilo, a diretora deu seu vértice, e fez muito bem, o que melhorou o filme imensamente.

O principal feitio dos atores Mercedes Hernández e David Illescas foi trazer o mais natural possível para seus personagens Magdalena e Miguel, pois em diversos atos parecem ser pessoas comuns que foram contratadas para os papeis principais, mas não são atores muito bem trabalhados nas expressões, que conseguiram doar suas dinâmicas de formas tão convincentes que acabaram sendo marcantes, tanto que Mercedes levou muitos prêmios pela atuação, e demonstrou um carisma bem próximo ao que uma mãe realmente faria em seu lugar, e seus olhares foram perfeitos do começo ao fim, o que chama ainda mais atenção pelos desesperos, pelos envolvimentos, e claro pelos acertos cênicos que se pôs a fazer. Quanto aos demais, a maioria foi apenas encaixes bem trabalhados, com um leve destaque para Manuel Campos com seu Antonio, mas que poderiam ter legendado para ficar mais forte a cena, embora seja interpretativa, e talvez um pouco mais de emoção nas cenas de Ana Laura Rodríguez para sua Olívia funcionaria mais o papel ali, mas ao menos não atrapalhou.

Visualmente o longa tem atos bem intensos mostrando um país aonde muitos cruzam a fronteira para tentar ter uma vida melhor, outros são mandados de volta, mas principalmente foca nas pequenas cidades ao redor, que foram destruídas e dominadas pelos carteis, mostra uma paisagem seca, casas abandonadas, pessoas com medo de dar qualquer informação, muitas armas, isolamentos e tudo sendo bem representativo para o momento da protagonista, ao ponto que vamos sendo condicionados à um final, e somos surpreendidos pela essência completa mostrada de uma forma bem diferente que marca. 

Enfim, é um filme diferente do usual, que funciona bem dentro da proposta, além de uma formatação bem próxima de festivais, que quem não for muito acostumado com tramas mais lentas é capaz de nem chegar na metade, se desinteressando pela dinâmica calma e mais simbólica, mas que volto a frisar que ao menos tivemos um bom final, representativo e impactante, principalmente pela atitude da mãe, e assim acaba valendo o resultado como um todo, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Amazon Prime Video - O Matemático (Adventures Of a Mathematician)

Costumo dizer para alguns amigos roteiristas que a imaginação para se fazer um filme é algo que muitos nem precisam gastar muito cérebro, pois basta pegar alguma história de vida, dar uma trabalhada nela, e pronto você consegue um filme para ser assistido e que se acertado acaba ganhando até muitos prêmios, mas aí vem a seguinte pergunta: e se a vida do "homenageado" não foi interessante? Basta dar uma movimentada que o resultado sai, basta ver o tanto de biografias sem sal nem açúcar que temos espalhadas mundo afora, e agora pude conferir mais uma bem razoável que é do matemático que ajudou na criação da bomba atômica e teve alguns grandiosos métodos bem colocados nesse entremeio complexo das bombas, mas só, sem grandes desenvolturas que valessem ter um filme dele, não teve uma vida cheia de imposições, apenas foi um judeu polonês que se mudou para os EUA, foi professor em Haward, e acabou indo para o projeto de criações de bombas, aonde teve ideias, mas nada que chamasse a atenção ou marcasse um povo, ou qualquer outra coisa imponente. Ou seja, o longa "O Matemático" até tem alguns momentos interessantes de época, mostra o desenvolvimento da bomba que matou milhares de japoneses, mas não mostra uma pessoa chamativa ou importante que merecesse um filme realmente, e isso acabou fazendo com que o filme ficasse bem mediano, afinal como costumo dizer, o mundo está cheio de pessoas medianas, que até fazem a diferença em algum ato, mas a ponto de se tornar memorável, são bem poucos.

O longa nos situa em Cambridge, EUA, 1942. Stan Ulam é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos, um bon vivant bonito que é rápido com uma piada. A vida de Stan se complica quando ele perde sua bolsa em Harvard, mas seu melhor amigo, o gênio húngaro Johnny von Neumann, rapidamente lhe oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México. Stan se muda para Los Alamos com Françoise, uma mulher francesa que ele conhece e se casa após um romance turbulento. Cercado por jovens cientistas imigrantes excêntricos e carismáticos, Stan começa um trabalho ultrassecreto em uma bomba nuclear que pode explodir o mundo inteiro. Enquanto tenta desesperadamente ajudar sua irmã a fugir da Polônia ocupada pelos nazistas, Stan se junta a Johnny para criar o primeiro computador que dá origem à era digital, enquanto a Europa explode em chamas.

Diria que o diretor e roteirista Thor Klein foi bem no que fez, mostrando basicamente a criação de uma cidade no meio do Novo México, mostrando as discussões entre os cientistas com seus devidos cálculos e se realmente valeria fazer algo do estilo com seus princípios morais, e claro toda a desenvoltura para tentar mostrar a vida desses homens que praticamente esquecem de suas famílias, doenças e tudo mais enquanto estão fechados trabalhando, o que não é muito diferente em qualquer profissão. Porém faltou para ele deixar o personagem mais interessante, com um ar mais imponente, pois mesmo sendo um dos que esteve envolvido em algo monstruoso que foi a bomba atômica, o personagem é apenas um homem comum, que veio da Polônia com o irmão menor, que deixou a família de lado para tentar conseguir ir além, e só, não foi o criador exato da bomba, não trabalhou conceitos morais, nem nada, e isso pesa na trama, parecendo a todo momento que o personagem vai ser chamativo, e não é, ou seja, o filme forçou um pouco demais o personagem, e o ator não conseguiu transmitir também esse algo a mais que talvez o diretor tivesse visto para mostrar, e assim o longa é bacana apenas como um marco histórico, que talvez pudesse ter ido mais além.

Sobre as atuações, Philippe Tlokinski trabalhou bem seu Stan, criando trejeitos e entonações bem sintéticas, que não foram marcantes o quanto poderiam, mas que acabaram dando uma boa condução para o personagem, com destaque para os atos após precisar operar, que ali já próximo ao final teve nuances mais expressivas e chamou atenção, de forma que nos primeiros atos o ator não parece se entregar, usando de olhares sérios demais para alguém que gosta de piadas e brinca com jogos de cartas, e assim sendo ficou meio que estranho de ver. Esther Garrel deu boas nuances para sua Françoise, mas a conexão deles na festa é tão jogada para as cenas seguintes que o corte acabou ficando parecendo que nem se gostaram, mas sim a jovem aceitou o acordo e deu no que deu, ou seja, ficou meio falso na história, embora a jovem atriz tenha tentado trabalhar bem os olhares e envolvimentos. Quanto aos demais, tivemos vários atores interessantes vivendo grandes cientistas, físicos, e tudo mais que trabalharam no desenvolvimento da bomba, mas claro o destaque ficou para Fabian Kociecki como o grande amigo do protagonista, Johnny von Neuman, por seu ar envolvente e bem conectado nas cenas principais, e claro para Joel Basman vivendo o insistente Edward Teller com sua bomba de hidrogênio, ou seja, conhecemos muitos personagens marcantes na trama, mas sem dizer realmente quem foram só alguns poucos vão ligar para o que veem na tela.

Visualmente o longa foi até que bacana por mostrar a criação de uma cidade no meio do nada, as famílias começando a dar as devidas nuances por ali, mas chega a ser até engraçado no meio do deserto do Novo México todos de terno e gravata, andando na maior tranquilidade, além disso tivemos bons figurinos de época, as danças tradicionais, e todo os moldes de um grupo desenvolvendo tudo numa salinha bem simples, ou seja, faltou mostrar realmente a construção da bomba, um pouco mais dos testes, e tudo o que aconteceu, afinal no final é falado que o provável câncer do amigo tenha sido devido às radiações, mas só é mostrado sua mão, ou seja, faltou, e talvez seja falta também de orçamento, o que pesou um pouco na mão do diretor.

Enfim, não é um filme ruim, porém falharam em muitas coisas, e o principal, a história do protagonista não é interessante o suficiente para manter um longa, e isso acabou agravando todo o restante, e o resultado acaba sendo um longa que quem não estiver realmente interessado por tudo, não conhecer um pouco da história da bomba e tudo mais acabará parando na metade, e isso precisa ser bem pensado. Ou seja, não digo que recomendo a trama, mas fica a dica para conhecerem um pouco mais da vida das pessoas que abandonaram suas famílias para criar algo que destruiu muitas outras. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


domingo, 21 de agosto de 2022

Netflix - Ted Bundy: A Confissão Final (No Man Of God)

Entender a mente humana já é algo extremamente complexo, pois temos nuances que nem nós mesmos sabemos o motivo pelo qual fazemos alguns atos, então tentar entender a mente de um serial killer bem nos seus atos finais, usando a prática de quase virar amigo íntimo e ir se envolvendo com um sabor diferenciado é algo que pode deixar uma pessoa que não tem problemas de uma forma muito estranha. E a sacada que a diretora teve para o filme "Ted Bundy: A Confissão Final" foi a de trabalhar bem esse envolvimento do assassino com o agente do FBI, suas comunicações por cartas, e a forma que o assassino praticamente lhe ensinou a enxergar como matar, como olhar para as vítimas, como cadenciar e sentir tudo, mas mais do que apenas confissões, o bacana de tudo é que as conversas fluíam como um bate papo de amigos realmente, sem pressões, nem contravenções, ao ponto que se o agente quisesse poderia dizer que o assassino morreu com ele na lista dos melhores amigos que já teve, e isso não é algo ruim de se pensar, afinal depois o agente teve uma próspera vida na companhia com tudo o que aprendeu nesses anos com o assassino.

A sinopse é bem simples e mostra que no corredor da morte, Ted Bundy aceita revelar os detalhes de seus crimes, mas apenas a um homem. A história real da complicada relação desenvolvida entre eles, enquanto o agente mergulha na mente sombria e distorcida de Bundy.

Usando entrevistas e documentos do FBI, o roteirista C. Robert Cargill ("O Telefone Preto", "Doutor Estranho", "A Entidade") assinou essa produção com o pseudônimo de Kit Lesser e trabalhou muito bem toda a trama histórica bem detalhada para que a diretora Amber Sealey criasse mais do que apenas um filme de confissões e diálogos entre dois homens, mas sim uma abertura da mente, de olhares e envolvimentos, que fluísse e chamasse toda a centralidade para conhecermos e entendermos mais sobre a mente de um assassino, trabalhando toda a dinâmica nas presenças e sensibilidades que conseguiriam retratar ali. Ou seja, é um filme que se olharmos bem a fundo não é explosivo e chamativo como poderia, tanto que as cenas finais são bem mais fortes e entregam muito mais do ar doentio do protagonista, que passa bem toda sua força para o outro com um texto denso e forte, mas que de certa maneira chama a atenção pelo contexto completo e acaba agradando até mais do que outros filmes feitos sobre o assassino, mostrando um grande acerto da equipe completa. 

Sobre as atuações, ambos os protagonistas se entregaram completamente para seus papeis, com olhares, gestuais, e principalmente tons de voz, ao ponto que vamos sentindo tudo ao redor deles, toda a intensidade e calma de cada um, e até mesmo suas respirações conseguem demonstrar o ar frio do assassino e o sentimento do agente suando pensando em tudo e como contra argumentar toda a história sem parecer o que realmente era sua missão. Ou seja, Elijah Wood foi primoroso com o envolvimento que deu para seu Bill Hagmaier, trabalhando muito o envolvimento do personagem e se jogando para não criar um agente tradicional que chegasse lá e já botasse tudo a perder, tanto que foi o único que teve mais contato com o assassino e conseguiu extrair muita informação dele, e o ator soube passar exatamente a mesma essência. Mas o filme é quase que todo dominado por Luke Kirby, pois ele fez seu Ted Bundy com uma imponência bem marcante, com olhares fortes e intensos, sabendo se portar com tanta simetria que sentimos ele com ares tão presentes que nem tem como saber o que está pensando, assim como foi com o assassino, e assim sendo ele acertou em cheio com o que fez. Ainda tivemos alguns bons momentos com outros atores, mas quase nenhum tendo grandes destaques, afinal o foco completo do filme são a dupla, então vale destacar apenas Aleksa Palladino mostrando como uma advogada de um assassino se porta, afinal muitos perguntam como alguém aceita defender uma pessoa que sabem que é culpada, e a jovem fez muito bem sua cena de argumentação.

Visualmente o longa é bem simples, pois se passa praticamente todo dentro da área de visitas da prisão, tendo alguns poucos atos na agência do FBI, alguns outros no carro com o protagonista podendo  se imaginar no lugar do assassino, algumas imagens soltas para serem representativas, e claro algumas encenações de violência para mostrar o conteúdo de algumas revistas citadas, mas nada que chamasse muita atenção, além claro de vários momentos dos momentos reais mostrando a população em grandiosa torcida do lado de fora da cadeia esperando o assassino ser frito na cadeira elétrica. Ou seja, a base é quase teatral, e o resultado acaba sendo funcional nesse sentido.

Enfim, é um filmão bem intenso, com boas nuances do começo ao fim, e que principalmente faz os protagonistas se destacarem demais de tudo, porém tem dois defeitos que devo pontuar, o ar teatral fechado, que poderia ser mais representativo e amplo para não focar somente ali no ambiente fechado, e o fato de somente no clímax final termos o ar explosivo e assustador da mente doentia do assassino, que praticamente se ocultou o tempo todo até saber que lhe faltava poucos dias para morrer realmente, pois isso poderia ter dado ainda mais força para o filme, mas de forma alguma diminuiu o valor da trama, e o resultado funciona muito, valendo a indicação para quem quiser dar o play na Netflix. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Amazon Prime Video - Sombra

Costumo dizer que o cinema português está muito próximo do cinema nacional, pois gostam de trabalhar os suspenses sem causar impacto como deveria, e isso é algo extremamente perigoso, pois o público dificilmente se conecta com as histórias que querem passar, por exemplo no longa português "Sombra", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, temos um tema complexo de desaparecimento de uma criança e o envolvimento numa possível rede de pedofilia no final dos anos 90, que daria muita intensidade em qualquer filme bem feito, criaria vértices e emoções, e até mesmo causaria muita conversa com todas as possibilidades de discutir o tema e impactar em algo a mais, porém optaram por dar as nuances cênicas para o lado da mãe em não saber nada, não ter atenção da polícia local, e muito menos uma investigação que trabalhasse ou lhe desse maiores explicações, já que o principal acusado se recusa a falar qualquer coisa, até mesmo no seu julgamento, e isso só quem entrar realmente na pele da mãe vai sentir algo, isso se o diretor conseguir transmitir muita força, o que não acontece aqui. Ou seja, é um filme que de certa forma tem um estilo próprio, mas que falta com tanta coisa para chamar atenção, que na metade eu já tinha a certeza que fecharia sem nada explicado para a mãe, e isso é um peso que o filme não conseguiu entregar.

O longa que é baseado em fatos reais, nos situa em 1998, quando a “família perfeita” de Isabel é abalada com o desaparecimento de Pedro, o filho de 11 anos. Esta é a história de uma mãe que, apesar de todos os obstáculos que encontra, não aceita desistir de lutar para encontrar o seu filho de 11 anos, que desapareceu de forma misteriosa. O filme segue a história desta mulher e da sua família ao longo de quatro anos diferentes: 1998, 2004, 2011 e 2013.

Diria que o diretor e roteirista Bruno Gascon até fez um trabalho bem denso de desenvolvimento de personagem em cima dos sentimentos da protagonista, de forma que vemos uma mãe desesperada por algo a mais, que não desiste de forma alguma de saber sobre o filho, mas que também levou muita porrada e desconfia de tudo e de todos, mas faltou ele colocar a emoção na tela, trabalhar mais a dramaticidade da protagonista para nos convencer disso, pois embora seja um filme com um certo ar denso, não nos convence nas principais situações, e isso é ruim, pois ficamos esperando muito mais de tudo, e não ocorre. Ou seja, faltou encaixar realmente se o drama era atingível ou não, pois mensurar o sofrimento de uma mãe é algo que não é fácil, mas trabalhar o inverso com o ar de acusação poderia ter sido algo muito mais chamativo e envolvente, que daria uma forma muito melhor para tudo. 

E já que tanto estamos falando do faltar envolver mais a mãe, posso afirmar que Ana Moreira trabalhou  bem sua Isabel, e a equipe de maquiagem trabalhou mais ainda, pois como a vemos por 15 anos em cena, deram muita desenvoltura na pele e no ar de acabada para ela, mas tivemos poucos atos para ela entregar realmente seu desespero, e isso valeria muito na produção, tanto que seu ato no julgamento e os olhares na cena do computador foram bem marcantes, mas nos demais foi apenas algo muito sutil para transparecer mais para o público, e isso é algo que em um filme desse porte não pode acontecer. É até engraçado que por o filme ser da mãe, nem vamos lembrar muito dos demais personagens e atuações entregues, mas tivemos alguns bons momentos com Miguel Borges com seu Mário também mudando muito ao longo dos anos, a prostituta vivida por Ana Cristina de Oliveira que pareceu não envelhecer nada no período, e até mesmo alguns atos do policial do segundo ato vivido por Tomás Alves tiveram algumas boas nuances, mas nada que fosse muito além.

Visualmente o longa foi interessante pela proposta de mostrar 15 anos na tela, mostrando algumas diferenças na polícia, na casa da família, e até mesmo no uso de computadores, mas diria que faltou um pouco mais de elementos cênicos representativos para parecer outros anos sem ser a maquiagem da protagonista, e isso teve um peso digamos complexo na trama toda, ou seja, faltou usar mais de carros de épocas diferentes, usar talvez repórteres com elementos mais chamativos, e tudo mais, pois ficou em alguns momentos parecendo ser algo até no mesmo ano, e isso não é legal para a proposta que desejavam passar.

Enfim, é um filme que volto a frisar que ou você entra de cabeça na ideia da mãe, sentir tudo o que ela está sentindo, ou você verá apenas um filme bem mediano, quase puxando para baixo, que é o que acabou acontecendo comigo, mas sei que a ideia talvez pegue algumas pessoas de outra forma, então deixo a dica para quem tem esse sentimental um pouco maior. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas amanhã espero pegar algo melhor, então abraços e até logo mais.


sábado, 20 de agosto de 2022

AppleTV+ - Sorte (Luck)

O gênero animado é um dos que mais movimenta o dinheiro no cinema, e não pelas bilheterias gigantescas, afinal são poucos os que explodem, mas sim pelas mensagens que geram, pelos personagens vendidos em brindes de lanches e bombonieres dos cinemas, e claro pelos brinquedos que acabam gerando, mas isso tem mudado um pouco com as animações que vão direto para o streaming, e atualmente tem surgido grandiosos filmes do gênero com distribuidoras imponentes que se desenvolveram bastante para brigar com a rainha atual Disney/Pixar, e foi proveniente dessa que o diretor/produtor John Lasseter, ganhador do Oscar por "Toy Story", acabou produzindo agora em sua nova casa, a Skydance, após toda a confusão de acusações e tudo mais, uma nova e belíssima animação, que acabou estreando diretamente na Apple TV+, chamada de apenas "Sorte", e que posso dizer que todos que derem o play nela terão muita sorte, já que a história é belíssima, os personagens são muito bem desenvolvidos e com ótimas nuances, e principalmente o visual acaba sendo muito bem trabalhado, sendo daqueles que entramos completamente na trama, nos envolvemos, emocionamos com as mensagens, e o resultado acaba agradando demais. Ou seja, é daqueles que lembraremos com toda certeza para indicar, e arriscaria dizer que deve aparecer nas premiações, pois foi muito bem feito do começo ao fim, com tudo o que qualquer um possa desejar em uma trama do estilo.

No longa vemos que Sam Greenfield, a pessoa mais sem sorte do mundo, um belo dia encontra a desconhecida Terra da Sorte e vai em busca de um pouquinho de sorte na vida. Mas como humanos não são permitidos, sua única chance é juntar-se às criaturas mágicas que lá vivem. A Sorte e o Azar, duas organizações secretas, atuam há milênios na vida dos seres terrestres. O desvendamento de como essas instituições atuam irá revelar sua influência no nosso cotidiano.

Muito está se falando de John Lasseter, afinal é um tremendo nome no mundo das animações, mas a diretora Peggy Holmes também foi muito bem em "Tinker Bell e o Segredo das Fadas" e "Tinker Bell: Fadas e Piratas", ao ponto que ela conseguiu dominar muito bem técnicas, texturas e principalmente uma ótima história, que foi bem desenvolvida e acaba envolvendo demais com toda a sina de pessoas sem sorte, pessoas muito sortudas, e claro os vários amuletos, que estão todos bem representados, como é feito a distribuição, e tudo mais, ou seja, é daqueles filmes que vemos num primeiro momento achando que vai ser bobinho, e logo nos vemos emocionados com as morais inseridas. Ou seja, se o Lasseter levar a qualidade dos textos que pegava na Pixar e colocar na Skydance que sempre fez grandiosos filmes live-action, podem esperar que em breve veremos o estúdio decolar demais, pois sem estar preso a necessidades que a Disney exige de suas produções, e colocando grandes artistas, tudo é possível, como acabou acontecendo aqui, aonde vemos personagens diferenciados, e boas sacadas contando ainda com uma emoção forte bem trabalhada. 

Sobre os personagens, assisti ao filme legendado com as vozes originais de Eva Noblezada, Simon Pegg, Whoopi Goldberg, Jane Fonda, entre outros, mas vi alguns atos depois com a dublagem de Gregório Duvivier e está bem legal também, afinal ele brinca bastante com os trejeitos do gato Bob, ou seja, vale ver em ambas as versões, pois o personagem é muito bom, cheio de traquejos e boas desenvolturas, e a garota Sam é daquelas azaradas de nível máximo, que consegue nos cativar com as coisas que faz cheia de tropeços. Além dos protagonistas tivemos bons personagens com Babe, a Dragão, com Jeff, o Unicórnio, e até mesmo com a dura Capitão, e claro com a simpatia de Gerry, ou seja, um grupo perfeito que foi muito bem desenhado, e com formas bem tridimensionais que agradam e envolvem demais com as piadas, com os trejeitos e claro com as texturas dentro de todo o processo, mostrando algo que poucas equipes de animação se preocupam sem ser a famosa Pixar.

Visualmente o longa é bem bacana de ver, com ambientes muito bem trabalhados como a loja que a jovem vai trabalhar, a simbologia do orfanato e suas visitas, mas principalmente ao ir para a Terra da Sorte vemos coisas incríveis, cenas com muito movimento, passarelas móveis bem orquestradas, e até mesmo na Terra do Azar temos a brincadeira das passarelas, mas com muito mais problemas, tivemos sacadas dentro da área do azar com pisar no cocô do cachorro e seus vários tipos, na sorte vemos os coelhos controlando as máquinas, os porcos criando cristais, e toda uma máquina de envio aleatório de sorte e azar para os humanos muito bem sacada, além claro dos duendes, unicórnios e no lado azarado os trasgos e raízes bem fofos também embora com ares monstruosos, ou seja, tudo muito bem trabalhado, com boas texturas e movimentações. Só é uma pena que não foi para os cinemas em 3D, pois valeria a pena com tudo o que voa pelos ares, devendo dar uma boa funcionalidade.

Algo que achei que faltou foi trabalhar mais algumas canções, sem ser a da jovem protagonista que canta no começo com a garotinha e depois dança com os coelhinhos (numa das cenas mais legais do filme), mas não é nada que atrapalhe, muito menos dê falta de ritmo para a trama, só seria mais bacana de envolver a todos além do que é mostrado na tela.

Enfim, dei o play realmente por sorte, pois nem tinha ouvido falar nada da produção, apenas pareceu interessante e fui ver, e para minha surpresa foi incrível, tendo bem poucas falhas, a principal de um miolo meio devagar, mas como tudo se conecta muito bem passa de uma forma que nem chega a incomodar, então recomendo demais para todos que gostam de uma boa animação, e claro para todos verem com as crianças em casa, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, torcendo para amanhã dar novamente sorte com outro play, então abraços e até logo mais.


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Dragon Ball Super: Super Hero em Imax

Vou ser bem direto para falar de "Dragon Ball Super: Super Hero", pois falei praticamente a mesma coisa que pensei em escrever aqui quando vi "Dragon Ball Super: Broly", afinal continuo não sendo um fã da franquia, muito menos alguém que confere os diversos episódios que existem na internet para os fãs da saga, então confiro pelas lutas que são sempre legais, cheias de efeitos, explosões, e claro pelas piadas que sempre colocam na dublagem, e o segundo ato inteiro da trama é recheado disso, enquanto o primeiro tem tanta conversa que chega até a dar sono depois de uma abertura rápida bem explicativa. Ou seja, volto a frisar que é um filme feito para os fãs, que estão falando do filme desde o primeiro dia do ano, e que agora ainda vão poder contar com as maiores salas dos cinemas à sua inteira disposição, pois estreou na época certa com quase nenhum filme para concorrer, então veio em Imax, XD, MacroXE, e tudo mais que possa trazer o maior barulho possível na telona, e funcionou ao menos dessa forma, sendo bacana de ver as lutas com muito impacto, mas para quem não conhece os personagens, a história é apenas de um neto de um cientista, que cria androides poderosos, e que enganado vai ajudar o vilão a reviver um vilão monstruoso enquanto os maiores lutadores estão num outro planeta treinando, e aqui a pancadaria come solta enquanto tentam salvar o planeta com os que estão a disposição, e nada mais. 

A sinopse completa nos conta que Goku e Vegeta continuam seu treinamento sob Whis, agora acompanhado por Broly para ajudá-lo a controlar sua raiva. Enquanto isso, na Terra, o Exército Red Ribbon é revivido e liderado pelo Comandante Magenta e o Oficial Carmine. Os dois recrutam o Dr. Hedo para se vingar contra Piccolo e Gohan. Sob a orientação de Hedo, o Exército cria dois novos andróides, Gamma 1 e Gamma 2. Para atrair Gohan para uma armadilha, Magenta decide sequestrar sua filha Pan. Gohan descobre sobre o plano e lança um ataque em grande escala na base ao lado de Piccolo, que usou as Esferas do Dragão para obter uma nova forma apelidada de "Orange Piccolo". Enquanto isso, o Exército Red Ribbon está preparando outra arma para batalhar contra Gohan, o novo androide chamado Cell Max, que promete acabar com toda família de Goku. Em uma batalha para salvar Pan, Gohan pode se transformar em uma forma ainda mais poderosa que o Ultimate.

Diria que assim como os demais animes que vão para o cinema são episódios mais alongados de uma história completa que funciona mais nas séries, então volto a falar que não vou ficar falando o que funcionou ou não na trama, afinal é algo feito para os fãs, e esses vão curtir ver praticamente todos os personagens que já apareceram nos demais filmes, cada vez colocando mais e mais, e o melhor, com uma ótima dublagem nacional comandada por Wendel Bezerra e equipe, ou seja, o trabalho visual do diretor Tetsuro Kodama em cima do roteiro de Akira Toriyama, ficou ainda melhorado com as piadas e sacadas nacionais, então coisa que pouco recomendo, mas aqui digo que vá ver dublado para rir de tudo, já que em japonês acredito que não vá ficar tão engraçado as vozes e situações, e quanto do som, nas lutas finais a Imax fez valer cada momento, pois é cor e bomba pra tudo quanto é lado, então fica essa dica também.

Enfim, recomendo ele para os fãs da franquia se divertirem, mas tive o mesmo problema com ele que tive no anterior, de o começo ser arrastado demais para quem não é fã da trama, e o sono bater muito forte, ao ponto que pareceu demorar uma eternidade para começar as brigas de fato, mas quando começa, tudo faz valer, e o resultado é bem bacana, então volto a frisar que se você não é completamente conectado com a trama, é melhor ficar em casa. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Globoplay - Perfil (Profile)

Costumo dizer para os amigos jornalistas (principalmente os investigativos) que eles já não possuem alma mais, e nem precisam ir rezar, pois se existir inferno mesmo já tem lugarzinho garantido com vista para o fogo ardendo com tudo o que usam para conseguir suas matérias, e claro ganhar seu dinheiro "limpo", mas tem alguns que mexem em vespeiro com uma varinha tão curta que não tem como não sair sem algumas picadas, e o longa que estreou hoje no Telecine/Globoplay, "Perfil", é uma história real de 2014 quando uma jovem jornalista freelancer fez uma matéria sobre como era o processo de recrutamento de mulheres do Estado Islâmico, se envolvendo por conversas de vídeo com um jovem jihadista, e meus amigos, o filme começa morno, parece bobinho e simples nos minutos iniciais, logo ficamos na dúvida se vai dar em algo pelo formato ser quase todo filmado com a tela de um computador, aí a coisa vai esquentando, a jovem vai fazendo alguns atos complexos para melhorar a sua matéria, e tudo vai ficando tão forte que nas cenas finais você já está desesperado com tudo o que rola, e o final então arrepia até os pelinhos do dedinho do pé. Ou seja, um filme baratíssimo, com uma precisão incrível que vai fazer muita gente surtar com a formatação, e assim sendo recomendo ver num dia mais calmo, pois é completamente insano.

A sinopse nos conta que com o objetivo de investigar as técnicas de recrutamento usadas pelo ISIS para atrair mulheres para a Síria como esposas jihadistas, Amy Whittaker, uma jornalista freelancer, cria um perfil falso no Facebook. Quando um recrutador do ISIS entra em contato, ela encontra a oportunidade de experimentar o processo em primeira mão. Porém, com o passar do tempo, o limite entre sua vida real e on-line se dissolve.

Diria que o diretor Timur Bekmambetov foi tão preciso na montagem e na direção de seu filme, que a base encontrada no livro de Anna Érelle sobre sua história real foi totalmente transmitida para o público com algo que facilmente muitos nem classificariam como cinema, afinal vemos uma tela de computador e algumas imagens e conversas rolando, meio que quase nós estivéssemos no controle do que está acontecendo, como se fôssemos a jovem jornalista, e o resultado das situações só vão crescendo e ficando mais trabalhado, mais forte, mais angustiante, e quando vemos já praticamente estamos desesperados com tudo, e isso é algo que um filme muito bem gravado, com cenas criadas cheias de efeitos e representações expressivas certamente não passaria nem a metade. Ou seja, é um filme muito fácil de ser feito, se pararmos para analisar, mas que foi tão preciso e detalhado, que acabamos completamente envolvidos pela protagonista, pelo jihadista e por incrível que pareça pelo computador em cena, ao ponto que tudo funciona, agrada e acerta demais, numa perfeição completa, mostrando que o produtor que já fez dois filmes desse estilo de telas, vai ainda ganhar muito dinheiro fácil se arrumar sempre bons diretores.

Sobre as atuações é até engraçado falar isso, mas a jovem Valene Kane teve uma presença cênica tão forte com sua Amy que impressiona todo o seu domínio interpretativo, os olhares que faz para o homem do outro lado da tela, seu semblante mudando com técnica e precisão, de tal forma que sua voz impacta e seus trejeitos ajudam num nível máximo demais, e quase que diria que ela não precisaria nem se mover muito e ir em alguns outros ambientes para dar a cadência, de forma que o filme inteiro poderia ter sido gravado dentro de um quarto, ou seja, deu show. Da mesma forma, mas dependendo um pouco mais de interação, de efeitos em algumas cenas mais pegadas, mas também ganhando muito envolvimento nas cenas mais calmas, Shazad Latif acabou entregando muito para seu Bilel, de forma que foi expressivo, foi comunicativo, e acabou chamando muita responsabilidade cênica afinal ele é quem fica a maior parte do tempo em destaque na tela, ou seja, foi muito bem também. Ainda tivemos atos bem marcados com Amir Rahimzadeh como o técnico de informática Lou, que foi bem objetivo para a protagonista aprender em alguns segundos a dominar as gravações no computador, e Christine Adams bem colocada como uma chefe bem impositiva com sua Vick, mas sem grandes chamarizes expressivos, de forma que qualquer um poderia ter feito bem os papeis secundários, e digo mais, o papel do namorado e da irmã ao meu ver foram completamente desnecessários, servindo para dar um pouco mais de ênfase em algumas cenas, mas dispensáveis.

Visualmente nem dá para falar que a equipe de arte teve algum trabalho, na verdade um técnico de computação teve mais trabalho para que tudo fosse bem mostrado e convencesse o público dos movimentos e execuções na tela como se a moça estivesse fazendo tudo, mas precisaram criar ambiente para o fundo, tanto dela quanto dele se não gravaram as cenas realmente de explosões e de movimentos do jovem rapaz, algumas cenas em estúdios para a chefe, e outras na rua para o namorado passeando com o cachorro, mas tudo com muita simplicidade, com câmeras que passassem resoluções mesmo de celulares, e o resultado funcionou demais, mostrando um grande acerto por parte de todos.

Enfim, confesso que dei o play no longa esperando praticamente nada dele, achando até que iria odiar, pois alguns filmes desse estilo fizeram a febre na época da pandemia, alguns melhorzinhos, mas a maioria bem estranho de ver, e aqui o resultado acabou surpreendendo demais, envolvendo, criando tensão, e principalmente nos atos finais um desespero de arrepiar em nível máximo, ou seja, foi perfeito, e que só não darei a nota máxima para ele por colocarem momentos demais com a irmã e com o namorado, que daria para reduzir pelo menos uns 20 minutos de filme, mas do contrário vale cada segundo da trama. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


terça-feira, 16 de agosto de 2022

Netflix - Código: Imperador (Código Emperador) (Project Emperor)

Gosto bastante dos longas espanhóis, principalmente por trabalharem ideias que muitas vezes em outras nacionalidades não dariam tão certo, além de terem atores bem expressivos para chamar atenção, porém uma coisa me incomoda demais em longas policiais deles, mais ainda nos que tem trambiques envolvidos, que é o de não terem limites, pois já conseguiram mostrar o que fazem na primeira jogada, talvez numa segunda para reforçar, mas não vão lá e colocam o protagonista envolvido em uns cinco casos pelo menos, que acabam irritando e até virando um pouco confuso de ver, não conectando o espectador como se deve. Ou seja, o lançamento da Netflix, "Código: Imperador", é até bem trabalhado, tem nuances fortes, e boas sacadas para todo o desenvolvimento entregue, mas não necessitariam ter colocado tantos casos para desenvolver por completo, afinal já vimos logo de cara que o protagonista joga tanto nas nuances legais, quanto nas ilegais logo de cara, e poderiam ter desenvolvido muito mais o lado dele com a jornalista, o u então envolvimento dele com a filipina, mas não, optaram por casos e mais casos, e assim o resultado enroscou um pouco, e não impactou como poderia. Claro que não digo que seja um filme ruim, pelo contrário, a trama prende e é bem feita, mas poderia ser imensamente melhorado.

A sinopse é bem simples e nos conta que Juan é um agente que trabalha para os serviços de inteligência, mas que também se reporta a uma unidade paralela envolvida em atividades ilegais.

Vender um filme com essa sinopse deve ser moleza nos cinemas espanhóis, pois não diz absolutamente nada, apresentando mais ou menos o protagonista e só, mas se formos bem a fundo na ideia do filme inteiro, o que o diretor Jorge Coira e o roteirista Jorge Guerricaechevarría entregaram é bem essa essência, de um homem que trabalha para os dois lados da lei, descobrindo drogas e armas em casas de ricaços, e usando artifícios ilegais e conexões para extorquir e dar "proteção" para algumas pessoas, ou seja, vemos essas duas jogadas andando paralelamente, se cruzando, e claro que uma hora o conflito cai para a pessoa que faz tudo isso, então a base é bem essa, e foi bem conduzida pelo protagonista. Porém com uma base dessa se faz vários episódios de uma série, ou então um filme bem aberto como é o caso aqui, então faltou determinar um algo a mais para que o filme convencesse por completo, o que não aconteceu, ou seja, ficou como costumo falar, novelesco demais, o que é uma pena, pois dava para trabalhar muito mais tudo e o resultado ser uma trama forte e com boas reviravoltas, o que não rolou.

Sobre as atuações, diria que a escolha de Luis Tosar como o protagonista Juan foi uma grande sacada, pois ao mesmo tempo que é imponente de personalidade, também transparece verdade nos trejeitos, de tal forma que acaba convencendo e também intimidando quem estiver na sua frente, ou seja, foi bem e merecia ter sido até melhor usado para chamar ainda mais atenção. O personagem de Miguel Rellán, Galán, é misterioso demais e praticamente vive de códigos nas missões que coloca o protagonista, mas tem seus ares interessantes e acaba saindo bem no que faz em suas poucas cenas. Alexandra Masangkai fez de sua Wendy uma mulher simples, mas com olhares tristes demais, ao ponto que faltou colocar um pouco mais de envolvimento ou então sedução para atrair tão fácil o protagonista, ao ponto que não convenceu muito com o que fez. Outra que foi praticamente jogada no filme foi Laura Domínguez com sua Ana, ao ponto que parece ser colega de trabalho do protagonista, mas também está seguindo ele e indo em outros rumos, tem pouquíssimas falas, e nem vai além com nada, ou seja, ficou estranha. Então vale mais o destaque dos personagens secundários como María Botto como a jornalista Charo, a jovem Georgina Amorós com a sua sedutora e marcante Marta, e até mesmo o deputado intimidado vivido por Denis Gómez, por darem um bom tom nas cenas de conexão, e assim envolver ao menos toda a trama que o protagonista se coloca.

No conceito visual a equipe de arte não quis inventar a roda, e entregou o básico do básico com uma mansão sendo investigada com câmeras, uma casa simples aonde o protagonista não tem muita coisa assim como a empregada para poder sumir fácil, algumas viagens para negociações, uma boate para negociar com traficantes, e um prédio abandonado aonde temos praticamente um shopping de drogas com vários tipos separados por andares e salas, ou seja, crime bem organizado. Ou seja, tudo bem simples, mas bem feito e que funciona dentro do que o filme queria mostrar de escutas, de códigos e muito armazenamento de imagens comprometedoras.

Enfim, é um filme que estará bem longe de ser lembrado quando alguém nos perguntar o que achei dele, mas que dá para passar um tempo vendo uma trama com coações e investigações criminais, então quem curte o estilo pode dar o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


45 Do Segundo Tempo

Conforme os anos vão passando muitas vezes ficamos pensando como andam alguns amigos que deixamos de ter contato após o colégio, e a junção para uma foto acaba sendo nostálgica a tal ponto que muitas das vezes acaba batendo muitos sentimentos na pessoa, ainda mais quando se está numa maré de problemas, que aí vem toda aquela conversa que temos com nós mesmos sobre como foi a nossa vida, se atingimos o que esperamos e tudo mais, e isso emociona quando é bem transmitido em um filme como é o caso de "45 Do Segundo Tempo", pois não bastasse todo esse saudosismo em uma temática bem trabalhada, o longa ainda contou com um trio de feras nacionais, que conseguiram dar ênfase na vivência deles, e trabalhando emoção e bons momentos acabam nos levando para uma viagem entre os lugares que passaram boas épocas na época da escola. Diria que se tivessem formatado ele talvez como um road-movie daria ainda mais envolvimento, mas as escolhas dos temas trabalhados, junto da sutileza nos atos cômicos que podem até soar apelativos pelo estilo para alguns, acabou resultando em algo que quem for mais velho certamente irá se emocionar ao pensar em tudo da mesma forma.

Na trama vamos conhecer a história de Pedro Baresi, um palmeirense roxo e dono da tradicional cantina italiana Baresi, que reencontra depois de 40 anos seus amigos de colégio, Ivan e Mariano, para recriar uma foto tirada na inauguração do metrô de São Paulo, em 1974. Pedro ama futebol, ama a culinária italiana e ama sua vira-lata Calabresa, mas as dificuldades financeiras e a falta de esperança o fazem refletir sobre sua própria existência. Nessa comédia emocionante sobre escolhas, amizades e redescobrimento, Pedro, Ivan e Mariano revivem memórias dos melhores dias de suas vidas e seguem em busca de Soninha, a musa da infância dos três.

O último longa do diretor e roteirista Luiz Villaça, "De Onde Eu Te Vejo", foi um dos poucos filmes que dei nota máxima, e até hoje recomendo o longa para todos, e aqui ele soube novamente trabalhar muito bem um tema emotivo com doses dramáticas e cômicas bem colocadas, não fazendo nem grandes explosões, nem exagerando em cenas pacatas para segurar demais o envolvimento, e isso é algo muito acertado que os europeus costumam fazer em suas comédias dramáticas, pois puxa a emoção do público ao mesmo tempo que lhe dá algo para sorrir, e o resultado flui muito mais fácil. Porém aqui temos alguns exageros demasiados nas personalidades dos protagonistas, que não é errado de ser colocado, pois temos muitas pessoas dessas formas, mas poderiam ter sintetizado melhor para que o filme não necessitasse de tantas aberturas. Ou seja, a emoção funciona, a história é boa, mas temos algumas pequenas quebras que serviram para certos gracejos que não marcaram tanto, e assim essas derrapadas vão fazer graça, mas poderiam ter sido melhoradas para algo menos digamos forçado. Mas ainda assim é uma das melhores direções nacionais, e assim faz valer muito a ideia passada no contexto completo.

Sobre as atuações é fato que o trio de protagonistas entrou nas gravações afiados demais, ao ponto que praticamente vemos eles com seus papeis de carreiras em cena, o que é maravilhoso de ver, e claro que Tony Ramos se joga de tamanha forma para seu Pedro Baresi que emociona nos atos, grita e xinga como todo descendente de italiano, tem trejeitos fortes e bem claros, e consegue passar sua emoção em todos os atos dramáticos, seja sentado com sua cadelinha divagando sobre a vida, em cima de uma caixa d'água com os amigos, ou até mesmo quando desce do ônibus, para aí voltar no final com uma narração futebolística emocional do melhor estilo possível, ou seja, deu show. Cássio Gabus Mendes ficou mais seco com seu Ivan, demonstrando o clássico advogado de empresários sério e bem duro, com nuances mais fechadas e descrentes, mas sempre bem colocado entre a razão e a emoção se conectando como um bom elo entre os demais, o que acaba agradando e envolvendo também. Já Ary França foi colocado como o ponto cômico da trama com seu padre Mariano, fazendo trejeitos bem colocados, entregando desapontamentos com sua vida na igreja, mas desesperado pelo amigo, o que foi bem dosado nas cenas de bebedeira, e que claro divertem também. Os demais foram apenas conexões, com pouco uso de Denise Fraga e Filipe Bragança, e um ar mais emotivo para a o papel de Louise Cardoso, mas sem grandes cenas para o trio secundário.

Visualmente o longa foi bem trabalhado com uma cantina bem organizada por dentro, mas com um fundo desastroso, que diria que no interior poderiam ter dado uma "estragada" para mostrar o desgaste do tempo, tivemos uma festa de 25 anos de empresa bem requintada, tivemos uma igreja bem tradicional, e claro tivemos a viagem em um ônibus e uma cidade que praticamente parou no tempo com casas bem tradicionais, incluindo a casa que vão visitar e tudo está de ponta cabeça com a senhora sozinha e o filho sem fazer muita coisa, que até foi bem representativo, ou seja, a equipe de arte foi simbólica em alguns elementos, mas deixou a maior parte por conta dos diálogos mesmo, o que faz valer o envolvimento e simbolismo, além claro da ótima cena final misturando o passado com o presente que ficou bem bacana de ver.

Enfim, é um filme muito gostoso, com nuances emotivas e nostálgicas para quem já não é mais tão jovem e tem as lembranças com os amigos do colégio, e que tem uma boa dosagem de comédia e drama que fará todos entrarem bem no clima do protagonista, então digo que mesmo não sendo uma obra perfeita como foi o longa anterior do diretor, esse também dá para recomendar com toda certeza, então vá aos cinemas no final de semana de estreia, pois vai valer a pena, afinal o resultado acaba mostrando que é um diretor que segue bem seu estilo e sempre nos entregará bons longas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.