Diria que o diretor e roteirista Thor Klein foi bem no que fez, mostrando basicamente a criação de uma cidade no meio do Novo México, mostrando as discussões entre os cientistas com seus devidos cálculos e se realmente valeria fazer algo do estilo com seus princípios morais, e claro toda a desenvoltura para tentar mostrar a vida desses homens que praticamente esquecem de suas famílias, doenças e tudo mais enquanto estão fechados trabalhando, o que não é muito diferente em qualquer profissão. Porém faltou para ele deixar o personagem mais interessante, com um ar mais imponente, pois mesmo sendo um dos que esteve envolvido em algo monstruoso que foi a bomba atômica, o personagem é apenas um homem comum, que veio da Polônia com o irmão menor, que deixou a família de lado para tentar conseguir ir além, e só, não foi o criador exato da bomba, não trabalhou conceitos morais, nem nada, e isso pesa na trama, parecendo a todo momento que o personagem vai ser chamativo, e não é, ou seja, o filme forçou um pouco demais o personagem, e o ator não conseguiu transmitir também esse algo a mais que talvez o diretor tivesse visto para mostrar, e assim o longa é bacana apenas como um marco histórico, que talvez pudesse ter ido mais além.
Sobre as atuações, Philippe Tlokinski trabalhou bem seu Stan, criando trejeitos e entonações bem sintéticas, que não foram marcantes o quanto poderiam, mas que acabaram dando uma boa condução para o personagem, com destaque para os atos após precisar operar, que ali já próximo ao final teve nuances mais expressivas e chamou atenção, de forma que nos primeiros atos o ator não parece se entregar, usando de olhares sérios demais para alguém que gosta de piadas e brinca com jogos de cartas, e assim sendo ficou meio que estranho de ver. Esther Garrel deu boas nuances para sua Françoise, mas a conexão deles na festa é tão jogada para as cenas seguintes que o corte acabou ficando parecendo que nem se gostaram, mas sim a jovem aceitou o acordo e deu no que deu, ou seja, ficou meio falso na história, embora a jovem atriz tenha tentado trabalhar bem os olhares e envolvimentos. Quanto aos demais, tivemos vários atores interessantes vivendo grandes cientistas, físicos, e tudo mais que trabalharam no desenvolvimento da bomba, mas claro o destaque ficou para Fabian Kociecki como o grande amigo do protagonista, Johnny von Neuman, por seu ar envolvente e bem conectado nas cenas principais, e claro para Joel Basman vivendo o insistente Edward Teller com sua bomba de hidrogênio, ou seja, conhecemos muitos personagens marcantes na trama, mas sem dizer realmente quem foram só alguns poucos vão ligar para o que veem na tela.
Visualmente o longa foi até que bacana por mostrar a criação de uma cidade no meio do nada, as famílias começando a dar as devidas nuances por ali, mas chega a ser até engraçado no meio do deserto do Novo México todos de terno e gravata, andando na maior tranquilidade, além disso tivemos bons figurinos de época, as danças tradicionais, e todo os moldes de um grupo desenvolvendo tudo numa salinha bem simples, ou seja, faltou mostrar realmente a construção da bomba, um pouco mais dos testes, e tudo o que aconteceu, afinal no final é falado que o provável câncer do amigo tenha sido devido às radiações, mas só é mostrado sua mão, ou seja, faltou, e talvez seja falta também de orçamento, o que pesou um pouco na mão do diretor.
Enfim, não é um filme ruim, porém falharam em muitas coisas, e o principal, a história do protagonista não é interessante o suficiente para manter um longa, e isso acabou agravando todo o restante, e o resultado acaba sendo um longa que quem não estiver realmente interessado por tudo, não conhecer um pouco da história da bomba e tudo mais acabará parando na metade, e isso precisa ser bem pensado. Ou seja, não digo que recomendo a trama, mas fica a dica para conhecerem um pouco mais da vida das pessoas que abandonaram suas famílias para criar algo que destruiu muitas outras. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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