O que mais impressiona é que o diretor e roteirista Jordan Peele conseguiu segurar ao máximo toda a ideia por trás de seu filme, pois até alguns meses atrás sequer sabíamos do que falava o filme, tendo um trailer completamente abstrato, aí saiu um segundo trailer que muitos já pegaram a ideia, até esse novo que compartilhei no final do texto e que já diz praticamente tudo, mas não pense que é apenas isso, pois a sacada de Peele é mudar o estilo como ele é visto, pois já tivemos inúmeros filmes de aliens, de pessoas tentando caçar eles ou sobreviver aos ataques, e aqui num misto dos dois estilos, ele conseguiu ir criando toda a desenvoltura, toda a tensão por ângulos quase que nos colocando em primeira pessoa no lugar do protagonista, e sabiamente foi dimensionando tudo para que mesmo não sendo um dos seus filmes mais reflexivos, ficasse ainda bem trabalhado na essência e marcasse um novo estilo de ficção científica, que vai agradar bastante quem gosta da pegada. Ou seja, acertou mais uma vez, e como bem sabemos cada vez esperamos mais de suas obras, afinal ele tem estilo.
Sobre as atuações, gosto muito do estilo de Daniel Kaluuya, mas seu OJ precisava de alguém com uma presença mais forte, pois ficou introspectivo demais para tudo o que ocorre, não parecendo estar disposto para enfrentar realmente o ser, ou então o diretor ter falado o momento para ele explodir mais para chamar mais atenção, mas fez bem os seus atos, e mesmo sendo sério demais deu nuances bacanas. Já Keke Palmer foi completamente o inverso, entregando sua Emerald exageradamente extrovertida, mas trabalhando algumas nuances com receios e medos bem encaixados, se doando para a personagem e chamando a responsabilidade para si em diversos atos, o que acaba agradando. Steven Yeun deu umas nuances bem interessantes para seu Ricky, sendo expressivo como um bom apresentador de shows deve ser, e mesmo que num segundo plano se desenvolvendo com personalidade, mas sem dúvida sua versão mini vivido por Jacob Kim foi bem fofo e com um ar de espanto no mesmo nível de cenas. Brandon Perea com seu Angel e Michael Wincott com seu Antlers completaram o grupo, e o primeiro com um ar completamente desesperado, mas querendo ver mais do ser chamou atenção, e o segundo sendo como todo bom diretor querendo aquele algo a mais, então foram bem colocados e agradaram.
Visualmente o longa é bem interessante por mostrar o rancho dos protagonistas com seus cavalos treinados para filmes, sendo um lugar bem amplo para as cenas finais, tivemos também o parque de Ricky com muitos elementos interessantes cenograficamente e que ainda serviram para os atos finais com uma inteligência bem marcante, tivemos toda a cena do chimpanzé bem marcante, e claro todos ambientes escuros e intensos aonde os protagonistas se escondem, os elementos cênicos caindo do céu, toda a sacada com bandeirolas e bonecos de vento, e claro a grande nave/ser que chama atenção inicialmente de um modo mais simples, mas gigantesca e cheia de alegorias nos atos finais, ou seja, a equipe de arte soube brincar bem com os elementos e agradar bastante.
Enfim, é um filme forte e chamativo, que muitos podem se decepcionar um pouco por esperar a genialidade tradicional que o diretor teve em seus dois primeiros filmes, mas que quem for esperando apenas uma boa trama vai se surpreender e se envolver bastante com algo diferente de tudo o que já foi feito do gênero, e que acaba sendo impactante. Diria que faltou pouco para ficar perfeito, mas vale a conferida numa boa sala de cinema para entrar praticamente na tela, já que em casa é capaz de não ter o mesmo efeito. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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