terça-feira, 16 de agosto de 2022

Netflix - Código: Imperador (Código Emperador) (Project Emperor)

Gosto bastante dos longas espanhóis, principalmente por trabalharem ideias que muitas vezes em outras nacionalidades não dariam tão certo, além de terem atores bem expressivos para chamar atenção, porém uma coisa me incomoda demais em longas policiais deles, mais ainda nos que tem trambiques envolvidos, que é o de não terem limites, pois já conseguiram mostrar o que fazem na primeira jogada, talvez numa segunda para reforçar, mas não vão lá e colocam o protagonista envolvido em uns cinco casos pelo menos, que acabam irritando e até virando um pouco confuso de ver, não conectando o espectador como se deve. Ou seja, o lançamento da Netflix, "Código: Imperador", é até bem trabalhado, tem nuances fortes, e boas sacadas para todo o desenvolvimento entregue, mas não necessitariam ter colocado tantos casos para desenvolver por completo, afinal já vimos logo de cara que o protagonista joga tanto nas nuances legais, quanto nas ilegais logo de cara, e poderiam ter desenvolvido muito mais o lado dele com a jornalista, o u então envolvimento dele com a filipina, mas não, optaram por casos e mais casos, e assim o resultado enroscou um pouco, e não impactou como poderia. Claro que não digo que seja um filme ruim, pelo contrário, a trama prende e é bem feita, mas poderia ser imensamente melhorado.

A sinopse é bem simples e nos conta que Juan é um agente que trabalha para os serviços de inteligência, mas que também se reporta a uma unidade paralela envolvida em atividades ilegais.

Vender um filme com essa sinopse deve ser moleza nos cinemas espanhóis, pois não diz absolutamente nada, apresentando mais ou menos o protagonista e só, mas se formos bem a fundo na ideia do filme inteiro, o que o diretor Jorge Coira e o roteirista Jorge Guerricaechevarría entregaram é bem essa essência, de um homem que trabalha para os dois lados da lei, descobrindo drogas e armas em casas de ricaços, e usando artifícios ilegais e conexões para extorquir e dar "proteção" para algumas pessoas, ou seja, vemos essas duas jogadas andando paralelamente, se cruzando, e claro que uma hora o conflito cai para a pessoa que faz tudo isso, então a base é bem essa, e foi bem conduzida pelo protagonista. Porém com uma base dessa se faz vários episódios de uma série, ou então um filme bem aberto como é o caso aqui, então faltou determinar um algo a mais para que o filme convencesse por completo, o que não aconteceu, ou seja, ficou como costumo falar, novelesco demais, o que é uma pena, pois dava para trabalhar muito mais tudo e o resultado ser uma trama forte e com boas reviravoltas, o que não rolou.

Sobre as atuações, diria que a escolha de Luis Tosar como o protagonista Juan foi uma grande sacada, pois ao mesmo tempo que é imponente de personalidade, também transparece verdade nos trejeitos, de tal forma que acaba convencendo e também intimidando quem estiver na sua frente, ou seja, foi bem e merecia ter sido até melhor usado para chamar ainda mais atenção. O personagem de Miguel Rellán, Galán, é misterioso demais e praticamente vive de códigos nas missões que coloca o protagonista, mas tem seus ares interessantes e acaba saindo bem no que faz em suas poucas cenas. Alexandra Masangkai fez de sua Wendy uma mulher simples, mas com olhares tristes demais, ao ponto que faltou colocar um pouco mais de envolvimento ou então sedução para atrair tão fácil o protagonista, ao ponto que não convenceu muito com o que fez. Outra que foi praticamente jogada no filme foi Laura Domínguez com sua Ana, ao ponto que parece ser colega de trabalho do protagonista, mas também está seguindo ele e indo em outros rumos, tem pouquíssimas falas, e nem vai além com nada, ou seja, ficou estranha. Então vale mais o destaque dos personagens secundários como María Botto como a jornalista Charo, a jovem Georgina Amorós com a sua sedutora e marcante Marta, e até mesmo o deputado intimidado vivido por Denis Gómez, por darem um bom tom nas cenas de conexão, e assim envolver ao menos toda a trama que o protagonista se coloca.

No conceito visual a equipe de arte não quis inventar a roda, e entregou o básico do básico com uma mansão sendo investigada com câmeras, uma casa simples aonde o protagonista não tem muita coisa assim como a empregada para poder sumir fácil, algumas viagens para negociações, uma boate para negociar com traficantes, e um prédio abandonado aonde temos praticamente um shopping de drogas com vários tipos separados por andares e salas, ou seja, crime bem organizado. Ou seja, tudo bem simples, mas bem feito e que funciona dentro do que o filme queria mostrar de escutas, de códigos e muito armazenamento de imagens comprometedoras.

Enfim, é um filme que estará bem longe de ser lembrado quando alguém nos perguntar o que achei dele, mas que dá para passar um tempo vendo uma trama com coações e investigações criminais, então quem curte o estilo pode dar o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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