domingo, 14 de agosto de 2022

Netflix - Dupla Jornada (Day Shift)

Costumo dizer que alguns filmes da Netflix são apenas tramas para passar o tempo, pois não entregam muito o que pensar ou sentir, apenas vemos, curtimos, rimos de algumas piadas, vemos algumas ações e só, e isso não é ruim, pois tem momentos em que vale a pena dar uma pausa e respirar antes de ver filmões impactantes, e o longa "Dupla Jornada" tem bem essa pegada de filmes feitos para um respiro no dia, e mesmo tendo tiros para todos os lados, algumas perseguições gigantescas, cabeças cortadas, sangue e gosma espirrando para os cantos, o resultado do filme de caça a vampiros que botaram Jamie Foxx até empolga de certa maneira. Claro que tem inúmeros defeitos, o principal de ser algo meio que jogado, parecendo ser a continuação de algo que não é bem explicado, pois já vemos a vilã enterrando um personagem talvez importante para algo, na sequência já temos o protagonista caçando uma velhinha em sua casa, e assim nem descobrimos direito como ele virou isso, tendo no miolo apenas algumas explicações de que já participou do tal Sindicato (algo meio estilo MIB, mas de caça a vampiros), e que agora age por conta vendendo as presas para agiotas ou até mesmo no tal Sindicato para levantar uma grana. Ou seja, se você queria algumas explicações fique apenas com isso, pois de resto é tiro, porrada e dentadas, e nada mais, sendo bem rápido e direto ao ponto, que quem gosta vai curtir, quem não gosta, em casa provavelmente vai dormir, mas é bonzinho.

O longa nos mostra que um pai de família que só quer proporcionar uma boa vida para sua filha. Mas seu trabalho como limpador de piscinas em San Fernando Valley é apenas uma fachada para sua verdadeira fonte de renda: caçar vampiros para uma organização internacional.

A explicação de termos pouca história e muita ação e pancadaria é bem fácil, pois esse é a primeira direção de J.J. Perry após anos de sucesso como diretor de dublês de praticamente todos os filmes imponentes que você já viu nos cinemas e no streaming, ou seja, ele é o cara que pula, que se joga, que contorce, que voa, que até explode, mas não diz uma palavra na tela, e é isso o que ele sabe fazer bem, tanto que pegou o roteiro de Shay Hatten que também só escreveu filmes de pancadaria junto com o estreante Tyler Tice, e o resultado é o que vemos na tela: o famoso filme de impacto, que quem gosta vai vibrar, vai rir e vai até se descontrair com tudo, e essa é a proposta, já quem não faz o estilo nem deve dar play, então é funcional para os fãs, e digo que agrada bastante nesse sentido, pois vemos ele com muita imposição, cenas recheadas de produção, e claro muitos gastos para a Netflix, afinal é efeitos a rodo, explosivos e quebradeiras que não acabam mais, e que claro eles gostam também, então como um primeiro trabalho até foi bem feitinho, agora é alguém mais experiente pegar a trama e trabalhar numa continuação mais condizente, que aí quem sabe vire uma franquia, pois tem espaço para isso.

Sobre as atuações, dá ao menos para ver que Jamie Foxx se divertiu bastante com seu Bud, ao ponto que vemos ele com caras fechadas, trejeitos fortes, mas o que faz valer é a arma na sua mão e o tiro no peito do vampiro, e isso ele faz com boas coreografias, e muito envolvimento, entregando uma boa síntese de personagem, que até poderia ter algo a mais para incorporar por completo o papel, mas aí a culpa não é do ator, e sim do restante, então fez bem seu papel. Dave Franco já foi o famoso piadinha colocada para ganhar público, pois seu Seth entrega graça em qualquer ato que faça, desde se mijar com medo do que ocorre, até ter sua cabeça pulando para todos os lados, mas como era sua função fazer rir, fez bem ao menos, e talvez caso haja continuação entregue algo a mais. Agora foi bacana ver Snoop Dogg fazendo trejeitos canastrões de cowboy meio pilantra, e com uma metralhadora sequencial na mão detonou tudo, mostrando muita imponência em seu Big John, e até trabalhou alguns diálogos bem marcados, o que talvez não seja tanto a sua, mas coube bem no papel. Quanto da vilã, Karla Souza, diria que foi bem direta nos atos mais expressivos de sua Audrey, e fez bons carões, mas talvez pudesse ter feito algumas maldades mais fortes, para aí sim ser uma vilã de respeito, pois ficou parecendo aqueles de animações que apenas ficam falando, eu vou fazer, eu vou fazer, e acaba não fazendo, pois leva um tiro na testa, ou seja, faltou ser má realmente. Quanto aos demais, a maioria fez conexões, aparecendo um pouco a mais, tendo alguns textos a mais, mas nada que surpreendesse, ao ponto que a vizinha do protagonista Natasha Liu Bordizzo só entra em cena mesmo nos últimos atos, Eric Lange e Peter Stormare apenas gritam com seus Ralph e Troy, e a dupla de caçadores só brinca em um ato, mas brincam bem com muita luta, ou seja, ninguém acabou sendo efetivamente usado, mas a filha do protagonista ao menos fez boas carinhas enquanto jogava Mario Kart.

Visualmente o longa tem boas locações, com casas sendo destruídas com tiros, socos e pessoas voando para todos os lados, muitas armas, facões, apetrechos diferentes para caçar os vampiros, e esses com maquiagens estranhas, mas bem trabalhadas junto das coreografias e contorcionismos, além das cenas finais num templo aparentemente bem trabalhado embaixo da cidade, mas que praticamente nem chegou a aparecer, afinal a cena ali foi mais rápida que o filme inteiro. Ou seja, faltou mostrar muita coisa, mas vimos a agência bem trabalhada, os diversos atos mostrando toda a gentrificação que a vilã deseja de colocar mais vampiros na cidade, e o resultado acaba sendo funcional ao menos.

Enfim, é um filme razoável, que poderia ser bem melhor talvez nas mãos de um diretor mais imponente, que trabalhasse toda a história primeiro e depois partisse para a pancadaria, mas quiseram que fosse dessa forma para ter mais ação e boas lutas, então o resultado solicitado foi bem entregue ao menos. Indico ele como um bom passatempo apenas, pois quem quiser filmes com mais histórias vai ter de procurar melhor. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


2 comentários:

  1. Diversão pura, pipoca e sofá...Um filme com J Foxx e Snoopy Dogg, mesmo sendo uma, digamos, quase comédia, tem de ser assistido...kkk

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  2. Fala Marco... pipoca pura mesmo, mas podiam ter dado uma melhoradinha né... convenhamos... rsss

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