Não posso falar que a ideia original do diretor e roteirista Nicolás Goldbart seja ruim, muito pelo contrário, a classifiquei como genial num primeiro momento, ri com toda a paranoia que o protagonista entra no começo, depois fiquei intrigado pela obsessão dele em resolver com as próprias mãos, até a hora que a confusão vai para a floresta e parecia ficar perigosa, mas ser fechada ali, então vem um desenrolar tão bobo que fiquei pensando o que aconteceu, aonde entrou alguém no texto e falou que essa era a melhor forma de fechar ao invés de tacar fogo na organização inteira? E a resposta pode ser a que inventem uma continuação e por isso resolveram bagunçar tudo, ou então apenas acharam legal mudar tudo e taca tudo numa sacada de quadrinho desnecessária. Ou seja, o resultado final ficou tão aquém da ideia toda que chega a desanimar, mas que quem não ligar para finais ruins (bem tradicionais da maioria das obras encomendadas da Netflix) pode ser que fique empolgado com tudo, mas acreditava muito mais que ele poderia ter feito algo genial.
Sobre as atuações, Daniel Hendler e Alan Sabbagh entregaram uma boa química entre seus personagens Fernando e Sérgio, brincando bem com os momentos e saindo bem na porrada e correria também, e agradaram sem trabalhar com nenhum pudor de cenas e encaixando desenvolturas que muitos fugiriam por apanhar bastante e fazer atos absurdos, ou seja, agradaram dentro da essência que precisavam fazer, e não precisaram de muitas apresentações, meio que sendo jogados com um ar certeiro e funcional. Quanto dos demais, os garotos Rodrigo Noya e Gastón Cocchiarale pareceram mais assustados nas atuações do que realmente seus personagens precisavam ficar, ao ponto que faltou acreditar no que estavam interpretando, e acabou meio que desandando mais do que agradando seus atos, ou seja, faltou verdade cênica, então nem vou entrar em detalhe dos demais, pois não serviram para muita coisa não.
Visualmente o longa brincou bastante com a invasão de privacidade, com os sites de pirâmides e propagandas que enchem a vida da pessoa com vírus e tudo mais, brincou com câmeras e assédios, e até mesmo com "seitas" e grupos organizados, trabalhando algo campal, e até exagerou na busca de imagens a distância, de modo que tudo ficou bem feito mesmo sendo bem simples, ou seja, chamou atenção de certa forma com a formatação escolhida, e a equipe de maquiagem acabou sendo bem usada nos machucados.
Enfim, é um filme que tinha um potencial imenso, mas que falhou demais nas execuções finais, desapontando quem esperar muito dele, mas que volto a frisar que a ideia é muito boa, então quem sabe alguém pegue ela e transforme em um filme melhor em breve. E é isso meus amigos, deixo a recomendação para dar play só se não ligar para finais ruins, pois do contrário a decepção é bem alta, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
boa
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