Diria que o diretor e roteirista Ti West foi bem tradicional para com o gênero, de tal forma que entramos completamente no mundinho dos slasher dos anos 70, aonde os jovens iam fazer suas gravações em locais remotos, e acabavam caindo nas mãos de personagens malucos e sanguinários, de tal maneira que o que vemos na tela é básico e diria sem grandiosas reviravoltas, pois ficamos esperando acontecer algo a mais, esperamos alguma história a mais, e o que vemos apenas é o velho e a velha botando as crianças para dormirem (eternamente), claro que de formas bem fortes e marcantes, mas sem grandes desenvolturas ou situações que fizessem o público assustar ou se chocar com algo. Ou seja, volto a frisar que não é algo ruim, afinal quem gosta desse estilo ama ver pessoas sendo picadas, estouradas por armas, ou até mesmo jogadas para os jacarés, curtem o ar da libido sendo trabalhada nas cenas, mas ficou parecendo faltar um algo a mais que marcasse realmente o longa, e assim diria apenas que o diretor fez algo de homenagem para o estilo.
Sobre as atuações, diria que todos fizeram trejeitos bem clássicos do gênero, aonde vemos sensualidade, olhares quentes e interações fortes, mas na hora do medo mesmo apenas alguns gritos, não vemos espanto, temor, e nada que faça o público ver as pessoas da trama sentindo a morte de perto, ao ponto que não nos conectamos com eles, nem entramos no clima por completo, o que é ruim. Uma das principais sacadas bem interessantes de ver é a conexão entre a jovem Maxine e a velha Pearl, de uma se enxergar tanto na outra, e agora ao escrever que vi a pegadinha do diretor, pois é a mesma atriz Mia Goth que faz ambos os papeis, ou seja, a equipe de maquiagem brincou também bastante para descaracterizar a jovem, e o resultado expressivo é algo bem marcante dela ao menos, tendo um ar meio de sonhos para a jovem enquanto a velha apenas quer sua libido ativa novamente, e isso foi bem feito ao menos. Jenna Ortega que vive nos mundos dos filmes de terror fez de sua Lorraine uma personagem bem sem sal, que não mostra muito a que veio, Britanny Snow também fez apenas o ar sedutor com sua Bobby-Lynne, então faltou aquele algo a mais para chamar atenção. Martin Henderson fez seu Wayne parecendo um empresário meio caipira, mas bem disposto com o estrelato de suas garotas, mas também não se impondo como deveria. Achei que o personagem do RJ fosse outro ator mais conhecido pelos trejeitos, mas não conhecia Owen Campbell não, ao ponto que até fez bem um diretor de filmes ousado, querendo explodir com algo diferente, mas faltou atitude para ele quando sua namorada quis brincar também. E quem se mostrou um astro do gênero pornô foi o rapper Kid Cudi que botou o corpo pra jogo e fez bem as diversas cenas pornô, mas também no conceito do filme não foi muito além. E por fim, Stephen Ure também caiu nas mãos da maquiagem para criar um Howard bem feio e estranho, que fez ao menos um tom de voz mais marcante e chamativo.
Um dos pontos que mais costumam agradar nesse estilo é o visual, afinal escolhem sempre boas locações para que os picadinhos chamem atenção, voe sangue para todo lado (aliás ainda acho que gastaram pouco sangue aqui, nem parecendo ser a mesma cena que os policiais acham com o que rola antes no filme), tendo duas casas bem abandonadas no campo, um deque num lago com crocodilos bem imponentes, e claro boas cenas eróticas marcantes, que couberam bem dentro da essência campal da história, além disso, a casa dos velhinhos mostrando o passado deles, e sendo bem chamativo, além claro da pregação na TV sendo imponente e que no final acaba tendo algo a mais para o filme. Ou seja, a equipe foi simples, porém efetiva no que desejava mostrar.
Enfim, é um filme mediano que quem gosta do estilo até pode conseguir ver algo a mais, mas que pra impactar realmente faltou muito, e sendo assim não sei se recomendaria ele para muitas pessoas. Então se você curte slasher, pode dar play, senão fuja para outro longa que vai ser muito melhor, e é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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