Diria que o diretor Hany Abu-Assad, que já falei bem em dois outros grandes projetos ("Depois Daquela Montanha" e "O Salão de Huda") aqui bem antes desses dois filmes fez um trabalho honesto e bem carismático por todo o envolvimento com as crianças, pois toda a emoção e envolvimento se dá pelo elenco infantil muito bem colocado, cheio de nuances e desenvolturas, e que souberam chamar para si a responsabilidade, pois nos atos finais, o jovem apenas tem todo o lado inseguro, tem ansiedade, tem uma paixão, mas não foi trabalhado isso, foi só mostrado na tela acontecendo e nada mais, ou seja, faltou explorar sua juventude, seus desenvolvimentos e ensejos para se tornar o ídolo realmente, e isso não foi feito talvez por falta de vontade do diretor, ou até mesmo pelo personagem principal não querer ter sua vida atual tão invadida, já que como mostrado no filme passou a ser um exemplo de alguém do território que não é aceito mundialmente sendo exibido ao máximo, então pode ter tido alguns problemas nesse quesito. Porém tirando esse detalhe, é um filme que envolve bem, que trabalha todo o processo de vida de uma pessoa com seus traumas, e o resultado é algo bem marcante.
E já que falei que o grande destaque ficou para as crianças, é claro que tenho de falar delas, pois Qais Attaallah deu muita personalidade e trejeitos para seu Mohammad, fazendo brigas e carinhos para com sua irmã muito bem interpretada também por Hiba Attalah, tivemos ainda os dois amigos músicos com suas baterias e teclados mas bem encontrados nas emoções com Abdel Kareem Barakeh como Omar e Ahmad Qasem como Ahmad, e claro não poderia esquecer da garotinha do hospital Amal com um carisma único vivida por Teya Hussein, que ficou mais bonita ainda adulta, mas foi muito graciosa pequena. E já que comecei a falar das versões adultas, Tawfeek Bahrom já tinha alguns projetos anteriores, mas foi aqui que passou a ser chamado para longas maiores, e soube transmitir bem os olhares ansiosos do jovem nas apresentações, a desenvoltura adulta bem trabalhada no táxi, e acabou até chamando bastante atenção para seu Mohammad, mas faltou o diretor usar mais ele nas seletivas, nos programas, e até mesmo nos bastidores, que aí sim conheceríamos mais o jovem, mas são escolhas, e o ator fez bem o que precisou. Além de Bahrom, tivemos muita graciosidade e quase uma conexão gigantesca com a jovem Dima Awaldeh com sua Amal adulta, pois soube trazer o carisma da garotinha e ainda uma beleza chamativa para os seus atos, agradando e sendo bem direta no que precisava fazer.
Visualmente o longa foi bem bacana por misturar o ambiente de Gaza destruído, os personagens andando no meio de ruínas, os túneis para ligar os lados separados, os comerciantes ilegais, e claro todo o processo de aprendizado dos jovens com seus instrumentos inicialmente baldes, mas depois elétricos dentro de um carro bem colorido que faziam shows em casamentos, vemos o hospital bem simples aonde as garotinhas vão para fazer diálise, e claro vemos o outro lado no Egito, com todo o processo de turismo, o programa super bem produzido, o hotel incrível que o rapaz vai passar as semanas de shows, ou seja, um contraste bem marcante e chamativo que a equipe de arte foi direta e objetiva para mostrar.
Enfim, é um filme bem simples, que achei que gostaria até mais pelo lado que curto realities musicais, mas que como focou mais na criançada, acabou sendo emotivo de outra forma, e assim digo que até vale bem toda a formatação, entregando um resultado que agrada e chama bem a atenção do público sobre os problemas de algo separado, e assim sendo recomendo a conferida para quem não viu ele ainda. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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