Sabemos que o diretor Fisher Stevens é um tremendo documentarista e conhece bem como desenvolver temas fortes, já que é multi premiado nesse quesito, e aqui pegando um roteiro bem denso de Cheryl Guerriero conseguiu ser bem simbólico com todos os temas propostos, deu vida e boas nuances para cada ato, e principalmente não deixou que clichês dominassem todo o desenvolvimento da trama, pois facilmente o filme poderia ter recaído a trejeitos comuns, poderia não trazer um envolvimento suficiente para os atos principais, e até mesmo poderia se tornar imensamente cansativo com o ritmo mais calmo como acabou ocorrendo, mas pelo contrário ele acabou conseguindo desenvolver tudo de uma maneira bem dura e ampla, e emocionar com os símbolos bem dispostos, o que acabou resultando em algo muito correto e bem feito. Ou seja, é daqueles filmes que facilmente entrariam em algum festival sobre os vários temas, e daria discussões de horas a fio, e isso já faz valer o play, pois emociona na medida com tudo o que é entregue, sem errar e sem segurar a barra para nenhum dos lados.
Sobre as atuações, eu já comecei o texto falando o quanto Justin Timberlake evoluiu, e aqui seu Eddie Palmer diz a que veio sem recair para traquejos de brucutu, muito menos para nuances de alguém marginalizado, mas sim se doando para o personagem, criando as devidas desenvolturas para cada momento, e principalmente se conectando demais com o garotinho, ao ponto que vemos seus olhares se entregarem e envolverem, não sendo algo que fica parecendo falso, aquele gostar sem querer, e conforme vai fazendo todas as sínteses vai criando um vínculo mais do que paternal, o que acaba chamando muita atenção, e mostrando que o ator se resolver seguir essa linha mais dramática tem grandes chances de premiações. O garotinho Ryder Allen se entregou de uma maneira tão imponente com seu Sam que acabamos apaixonados e também bravos com algumas de suas desenvolturas, ao ponto que soou carismático, soube ser coerente nos trejeitos que lhe pediram para fazer, e acabou sendo marcante demais em tudo, acertando em cheio com simplicidade e atos sem forçar a barra. Ainda tivemos bons atos explosivos de June Temple com sua Shelly cheia de traquejos e completamente dominada pelas drogas, ao ponto que mudou de humor o longa inteiro, tivemos bons atos da professora Maggie vivida por Alisha Wainwright, e claro um bom começo com a sempre emocional June Squibb fazendo uma Vivian doce e bem encaixada.
Visualmente a trama é bem simples, com uma casa de vó meio bagunçada já pela idade, com um trailer da família bagunçada do garotinho, várias cenas na escola, na casa dos amigos, em campos e bares, mas tudo com muita simbologia em cima dos temas, mostrando desde o protagonista revivendo seus demônios internos, o garotinho brincando com suas bonecas, fantasias, lancheiras e biscoitos, dando as claras nuances que não é um garoto tradicional, e também todo o conflitivo lar do jovem dentro do trailer ainda mais bagunçado, e cheio de coisas fora de eixo, mostrando que a equipe de arte foi bem representativa.
Enfim, é um filme diferenciado, que muitos podem até torcer o nariz, mas que tem um elo funcional bem encaixado em praticamente todas as cenas, valendo a conferida, o envolvimento, e claro a discussão sobre todos os temas, afinal é essa a proposta da trama, e ela funciona bastante. Sendo assim recomendo a trama para todos e fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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