Disney+ - Pinóquio (Pinocchio)

9/11/2022 07:21:00 PM |

Desde que foi criada a plataforma da Disney+, a maioria dos executivos propôs que fossem refeitos praticamente todos os longas animados em versões live-action com atores e/ou computações mais realistas para dar novas versões aos clássicos, e assim vender ambos na plataforma, afinal muitos que veem os novos ficam com vontade de experimentar os antigos e vice-versa, ao ponto que alguns reclamaram da atitude, outros falaram que era uma boa opção, e o que acaba valendo para nós é claro rever alguns momentos marcantes da nossa infância numa revisita diferenciada, ao menos é o que costumo pensar. E claro que vendo as novas versões nos tocamos com alguns atos que não pensávamos dessa forma, o que é bacana de ver, ou seja, o novo filme "Pinóquio" entrega um ar bem simbólico de vários temas que muitas vezes não dava a conexão, como o lance do emburrecimento dos jovens que não desejam estudar, a escola que te molda para ser algo e não valorizar aquilo que você tem, e o não se enquadrar em algo só por seus defeitos, e muito mais que alguns vão pegando enquanto veem a trama bonita, bem trabalhada pelo diretor, e que talvez como reclamação eu apenas colocaria dela ser rápida demais com vários atos, ao ponto que alguns momentos são entregues apenas como símbolos, enquanto outros se alongam sem precisar, e assim o resultado é bonito e bem feito, mas que poderia facilmente ter ido mais além com coisas novas.

O filme nos mostra que Gepeto, é um carpinteiro que constrói um boneco de madeira que se chama Pinóquio. Gepeto trata o boneco como se fosse seu filho de verdade e devido ao seu amor genuíno pelo boneco, a Fada Azul concede o desejo do carpinteiro de fazer com que Pinóquio fale, mas que não se transforme em um menino de verdade. Após ganhar vida, Pinóquio é instruído pelo Grilo Falante (Joseph Gordon-Levitt), atuando como "consciência" para o boneco que se mete em uma aventura. Em meio a sua jornada, Pinóquio conhece João Honesto, Sofia a gaivota e o Cocheiro.

Diria que o diretor Robert Zemeckis foi um pouco preguiçoso com sua obra, pois daria para ter trabalhado um pouco mais no desenvolvimento de tudo, e não sair correndo que nem um maluco para fazer tudo em um único dia, tanto que é até engraçado a cena do reencontro de Pinóquio com Gepeto, o jovem boneco sai falando tudo o que fez (e não é pouca coisa), e o velho carpinteiro se espanta falando que nem na vida inteira dele ele conseguiu fazer tudo o que o boneco fez em um dia apenas, ou seja, volto a bater na tecla que agora temos diretores e roteiristas que não conseguem mais ter poder de concisão para entregar um bom filme completo, pois ou aceleram tudo para entregar um filme corrido que corta vários atos de conexões, ou então recaem para séries aonde podem enfeitar tudo ao máximo e com isso ficam "longas" de várias horas divididos em episódios menores. Não digo que aqui o filme tenha faltando pedaços, mas por sabermos o que aconteceu em outras versões, por não entregar uma dinâmica mais fluída, acabo dizendo que mesmo entregando um bom filme o diretor acaba não indo além, e com isso seu filme acaba sendo apenas um bom passatempo, com um ótimo visual e algumas interações bacanas, e só.

Sobre as atuações, sempre um filme com Tom Hanks vale ser visto, pois ele consegue entregar nuances com qualquer tipo de personagem, e aqui seu Gepeto é bem emotivo, meio esclerosado, mas dócil e intenso de atitudes, bem disposto a fazer tudo em cena, e que se saiu bem com as diversas computações gráficas ao seu redor, que sabemos bem que todos sofrem muito com isso, mas ele soube bem aonde olhar, trabalhou seus gestuais de maneira convincente e acabou agradando bastante. O jovem Benjamin Evan Ainsworth deu um bom tom para a voz do boneco Pinóquio, trabalhou entonações bem curiosas tradicionais de um personagem que acabou de "nascer", e também boas sacadas em alguns atos, marcando o estilo e agradando bastante. O mesmo posso dizer para Joseph Gordon-Levitt que foi muito marcante com seu Grilo Falante, trabalhou boas lições e desenvolturas, e envolveu bem com um tom leve e engraçado de acompanhar. Ainda tivemos cenas bem fortes com Giuseppe Battiston com seu Stromboli, toda a graciosidade de Kyanne Lamaya com sua Fabiana e suas bonecas, e toda a explosão de Luke Evans como o Cocheiro, mas sem dúvida o que vai marcar mesmo é o tom delicioso que Cynthia Erivo entregou para a canção mais icônica da Disney com sua Fada Azul, que mesmo aparecendo pouco apenas para dar vida ao boneco, conseguiu ao cantar com perfeição "When You Wish Upon a Star", ficando incrível.

Visualmente a trama teve uma cenografia bem marcante, com tons mais densos para criar um ar mais sombrio nas cenas com os personagens "malvados" , mas tudo foi detalhado de uma maneira riquíssima, ao ponto que a casa de Gepeto está repleta de relógios-cuco com vários clássicos da Disney, mas tudo bem singelo de ver, uma vila bem montada e graciosa, o teatro de bonecos bem imponente, mas sujo e marcante, uma Ilha dos Prazeres incrível como um belíssimo parque de diversões melhor que muito parque da própria companhia, e claro um interior da baleia cheio de navios destruídos e muito mais, além claro de termos um boneco muito bem desenhado para viver o protagonista, o grilo todo elegante, e os animais que ajudam, e até mesmo a raposa e o gato bem trabalhados em texturas para ser marcante em cena, ou seja, tudo muito bem feito que acredito até que foi pensado em sair em 3D nos cinemas, pois muitas cenas vem em primeiro plano quase como se fosse sair da tela, mas não aconteceu, então apenas foi tudo muito bem feito e envolvente de ver.
 
Enfim, é um filme bonito, que funciona e envolve, mas que facilmente poderia ser bem melhor, mas que entrega a personalidade do diretor, o bom desenvolvimento dos personagens, e que mesmo sendo rápido demais agrada, ou seja, vale a conferida. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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