Diria que os diretores Dida Andrade e Andradina Azevedo foram bem conscientes do que desejavam entregar em cima do livro da Malu Gaspar, pois é um filme muito autoral, com nuances bem quebradas, e isso certamente não está tão explícito no livro, e essa sacada que deu um charme e um risco totalmente diferente para a produção foi algo que muitos podem não gostar como falei, e até eu fiquei na dúvida se realmente achei interessante ou errado, mas é uma formatação única que digamos não criou uma história bonitinha e toda requintada da vida do protagonista, mas sim seus melhores e piores momentos, as propostas e demissões/fugas de seus principais aliados, e toda a pegada técnica de algo incomum, o que tem seu estilo e funciona bem, então posso dizer que funcionou ao menos para o que desejavam, de não focar em algo comum, e com isso pegar um público diferente.
Sobre as atuações, posso afirmar com toda certeza que Nelson Freitas é irmão gêmeo de Eike Batista, pois não precisou praticamente de quase nenhuma interferência de maquiagem para ficar semelhante ao verdadeiro bilionário, e conseguiu criar boas facetas para que o seu humor que é sempre muito exagerado se encaixasse em um ar mais fechado e bem colocado, sem precisar apelar tanto e soar duro e inventivo, ou seja, deu show e caiu perfeitamente bem para o papel. Xando Graça brincou bastante como Dr. Oil, soando um pouco forçado de estilo para um geólogo, mas soube ser imponente em convencer do que estava falando e chamou atenção no que fez também. Marcelo Valle já foi o mais sério de todos, com um Laerte duro e determinado, com os ares claros e dinâmicos, e também um estilo bem alocado para o papel, ou seja, não forçou e fez bem o que precisava. Thelmo Fernandes fez Benigno, o principal amigo do protagonista e narrador da história, que foi bem também nas facetas, porém soou meio que exagerado na quantidade de cenas bêbado, o que acredito que não seja tanto assim, mas agradou no que precisava fazer. Quanto aos demais, tivemos participações bem rápidas de Carol Castro como Luma de Oliveira e as forçadas tradicionais de André Mattos como o governador Sobral.
Visualmente o longa focou mais num ambiente empresarial, mostrando os vários gráficos da bolsa aos fundos, um escritório bem tecnológico, com muito vidro e cheio de grandes executivos, o tradicional quadro gigante com sua foto ao fundo, mostrou o lançamento da perfuração para um auditório misto entre pessoas importantes e acionistas pequenos que foram sorteados, e focou bem pouco na mansão do protagonista, apenas tendo uma cena na sala aonde outro personagem faz piada com a quantidade de pessoas necessárias para limpar tudo ali. Ou seja, não foi uma produção grandiosa, mas souberam usar bem tudo o que tinham.
Enfim, é um filme bacana que entrega algo misto entre realidade e comicidade, que envolve bem e trabalha bastante termos econômicos, o que para alguns vai ser meio complexo de entender, mas que tirando esse detalhe diverte bem como algo diferente e ousado com uma pegada bem própria, e que talvez pudesse até ser mais linear, mas aí eu estaria indo contra o que falo sempre, então vamos deixar assim e fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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