O diretor e roteirista Ol Parker tem um estilo bem próprio de entregar suas produções, contando sempre com um terceiro ato maior do que os demais tanto nos filmes que dirigiu quanto nos que apenas entregou o texto para outros, e isso é interessante de ver, pois quando parece que vai acabar o filme, temos ainda mais alguns bons desenvolvimentos, e mesmo esse flerte ficando bem encaixado para o relacionamento nos últimos momentos, toda o posicionamento do miolo tentou soar engraçado, mas não conseguiu ir muito além, de modo que vemos ele acreditar demais que apenas os protagonistas conseguiriam ser um motivo para o filme decolar, e sabemos que ambos não são atores engraçados, mas sim gigantes com gracejos bem trabalhados, que sabem conduzir tudo para si, mas que precisam de baias engraçadas ao seu lado para desenvolver, e assim o resultado falha como uma comédia que faça rir (você deve estar achando que estou louco, mas praticamente todas as cenas que têm alguma graça estão no trailer, e elas não são tão risíveis assim!). Ou seja, é um bom filme de sessão da tarde, que tem alguns romancezinhos gostosos, ótimas atuações da dupla principal, e que passa o tempo, mas só.
Quanto das atuações é dispensável falar qualquer coisa de George Clooney e Julia Roberts com seus David e Georgia, pois ambos se divertiram demais com seus personagens, entregaram rixas e desenvolvimentos expressivos muito bem colocados, e como sempre seguraram bem a produção para que não desandasse, de forma que ambos se entregam, e fazem muitas cenas bem tradicionais de outros personagens seus, e assim não erram. Kaitlyn Dever faz a filha emocional, que ama claramente os pais divorciados, e que tem de conviver com as brigas de ambos por sua atenção, e aqui fez bons olhares emotivos para com seu par, e até deu nuances bem colocadas em alguns momentos mais dramáticos, mostrando que sabe segurar as pontas também. Se queriam algo forçado para o lado cômico deveriam ter usado um pouco mais de Billie Lourd com sua Wren, pois a garota mais maluquinha trabalhou alguns momentos que saiu do eixo, mas não foi muito além, ficando bem em segundo plano. E ainda tivemos Maxime Bouttier bem emocional, quase como aqueles galãs que não tem permissão para falar nada e ser apenas um colírio para as garotas que vão conferir, trabalhando até que bem suas cenas, mas também não fluindo como deveria ser o seu Gede. E também tentando o lado cômico tivemos Lucas Bravo forçando a barra como o piloto Paul, namorado atual da mãe, mas que é muito bobão e fora da data, então suas piadas soam bobinhas demais até para as crianças, ou seja, faltou alguém para assumir a comicidade realmente.
Visualmente o longa é incrível, mas engana bastante, pois foi filmado praticamente inteiro em Queensland, na Austrália, se passando por Bali, porém ainda assim belíssimo, com praias de cor intensa, todo um resort bem encaixado e vários atos em florestas aonde dá para ver um pôr-do-sol maravilhoso, e usando de poucos elementos cênicos para representar o quarto dos protagonistas, algumas festas e celebrações, o resultado acaba sendo bem simbólico e funcional.
Enfim, volto a dizer que não é uma trama ruim, daquelas que não conseguimos assistir por exageros e falta de envolvimento, servindo bem com a proposta de um passatempo de sessão da tarde, então se você for conferir sem esperar uma diversão para gargalhar horrores, pode ir tranquilamente que vai gostar do romancinho leve e bem trabalhado pelos protagonistas, mas se esperar muito dele vai acabar se decepcionando, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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