Diria fácil que o diretor e roteirista Alex Garland é um dos novos gênios do cinema, pois mesmo entregando obras complexas e bem intensas, ele tem conseguido incorporar um estilo diferenciado em suas produções, e sempre colocando o público para refletir sobre o tema principal, de modo que foi assim com "Ex_Machina: Instinto Artificial" e com "Aniquilação", e agora em seu terceiro filme ele coloca o conflito de culpa, dos medos de abusos, de talvez até um pouco da ideia de gravidez, e floreia tudo com muita violência tanto com gritos quanto com muito sangue, nudez e ainda confronta tudo com um piano, com a música calma e reflexiva "Love Song" de Elton John no final, mas bem interpretada no começo por Lesley Duncan no começo, e tudo mais com boas desenvolturas dos protagonistas, e claro com uma história bem amarrada até estarmos bem próximos do final, que é quando a loucura explode de vez, e aí é da reflexão de cada um chegar aonde a mente desejar.
Sobre as atuações, Jessie Buckley deu um show com sua Harper, trabalhando todos os tipos de expressões possíveis, criando desenvolturas cênicas totalmente imprevisíveis, e estando completamente disposta para todas suas cenas conseguiu chamar a responsabilidade para si, envolver o público com a tensão que foi criando, e o melhor de um modo crível de se ver, até claro os atos finais, que ali não tem como ninguém em sã consciência imaginar e pensar, mas fez bem e acabou agradando bastante com tudo. Rory Kinnear entregou tudo e mais um pouco no longa com seu Geoffrey, mas não apenas isso, quem prestar um pouco mais de atenção e dando até um leve spoiler, praticamente todos os demais homens da trama também é o ator quem faz, ou seja, sofreu um bocado para as diversas transformações visuais, e entregou muito bem cada personalidade dali, ou seja, deu show do começo ao fim. Ainda tivemos alguns atos bem trabalhados com o garotinho Zak Rothera-Oxley fazendo seu Samuel, Paapa Essiedu fazendo o marido da protagonista em cenas bem intensas, e claro a amiga/irmã vivida por Gayle Rankin, mas basicamente só aparecendo pelo telefone.
Quanto do visual, não sei se a protagonista escolheu um bom lugar para relaxar, pois só de chegar na antiga vila de Withington em Cheltenham/Inglaterra já dá para sentir uns calafrios com todo o ambiente, com a casa com luzes estranhas, e mesmo tendo um belo jardim, uma bela sala de piano, o restante é bem estranho, mas muito bem escolhido pela equipe de arte, vários objetos bem trabalhados e toda a essência funcional para as diversas personalidades acontecer. Ou seja, um filme bem marcante tanto pela história, mas que os elementos cênicos desde a maçã, e claro todo o simbolismo do único homem que gera vários outros à sua semelhança como um tema bem mais forte.
Enfim, é um filme bem intrigante, tenso e reflexivo, que confesso que entendi melhor enquanto escrevia sobre ele, então fica a dica para pensar um pouco mais em tudo, e quem sabe bater um papo com algum amigo que viu também para ambos chegarem em mais lugares, afinal não é uma trama fácil, não é um filme rápido, tendo um ritmo digamos mais calmo, mas o resultado é bem interessante e faz valer a conferida, sendo mais uma grande trama da A24 Films que não tem errado ainda. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
Ainda estou em dúvida se perdi tempo vendo esse filme ou foi para impressionar com as cenas de nascimento de várias e várias vezes do ator que faz vários papéis. Sentimento esquisito.
ResponderExcluirOlá amigo anônimo... é um filme que traz uns sentimentos confusos realmente, confesso que só fui entender ele conforme fui escrevendo, pois durante alguns atos do longa eu boiei literalmente!!
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