Sempre falei muito mal dos filmes do diretor Felipe Joffily, mas simplesmente pelos exageros que gosta de colocar em suas tramas, que na maioria das vezes falham e mais atrapalham do que ajudam no resultado final, porém aqui ele pegou um trabalho de dois roteiristas cômicos que praticamente não erraram em nada até hoje, que são Saulo Aride e Leandro Matos, ou seja, ele não teve a mesma abertura para sair jogando tudo para os ares, e sim algo mais amarrado aonde tudo foi se enrolando para algo maior, e assim o resultado acabou se abrilhantando mesmo com os exageros, e isso é jogar a comédia com a melhor bola possível, pois seu filme tem gafes e situações que a maioria pode reclamar horrores, mas elas se encaixam na proposta, e o melhor, fazem rir, ou seja, é 80% de chance de acerto, o restante foi ter um elenco convincente para mentir num nível máximo, e o filme fluiu bem, teve nuances românticas bobinhas, teve cenas desnecessárias, mas fez rir do começo ao fim, e assim, é comédia assinada e boa, mostrando que o problema talvez nem fosse o diretor, mas sim os roteiros nos outros filmes que reclamei, então vou esperar seu próximo para aplaudir de vez, mas já digo que aqui ele acertou.
Sobre as atuações, diria que Rafael Infante soube segurar bem seu Fred, ter um certo ar desesperado nas cenas mais fechadas, e desenvolveu bem as conexões com todos os demais, ao ponto que mesmo não fazendo rir pelos seus atos em si, conseguiu jogar a bola para que os demais fizessem isso, sendo o maestro da confusão toda. E falando em maestro, Antonio Calloni conseguiu segurar demais seus trejeitos, fazer um ar nítido de personagem clichê homossexual, mas botando uma boa banca como um pai que acerta demais com seu Ícaro. Da mesma forma Bianca Byinton deu as nuances da mãe sensual, da atriz que se acha bonita demais para não se enquadrar em papeis de mãe, e consegue chamar bem a atenção com essas sacadas, agradando com sua Sueli em cena. Ainda tivemos Veronica Debom muito bem encaixada fazendo o papel da irmã fictícia, encontrando o ponto médio perfeito para os atos mais explosivos marcantes. E claro Isabelle Drummond fazendo de sua Denise uma namorada ingênua demais de acreditar numa família de comercial de margarina com sorrisos e atuações mesmo fossem uma família real, de forma que a atriz soube passar nuances tão convincentes de acreditar em tudo que até acaba sendo engraçado de ver. Tivemos também Victor Lamoglia bem encaixado como o irmão mais novo da família fictícia, fazendo caras e bocas tradicionais de estagiários que são jogados em algum projeto e se entregam para fazer seu melhor. E também as boas participações de Otávio Augusto e Zezé Polessa como os pais reais, ou seja, um elenco afiado para divertir bem, e acertaram em tudo.
Visualmente a trama brincou bastante com o ar cenográfico, mostrando os bastidores de uma gravação de propaganda, com toda a produção bem elaborada, a montagem de uma casa completamente cheia de detalhes, e claro muitas fotos de família produzida, todo a sacada do asilo de velhinhos, o barco, os figurinos e também toda a propriedade do ar familiar italiano cheio de coisas que muitos tem vergonha de mostrar os exageros que expandem o amor deles, ou seja, tudo bem trabalhado, até tendo cachorro muito bem ensinado em cena que funciona e encaixa em tudo.
Enfim, não posso falar que é um filme perfeito principalmente por ter o que reclamar de certos exageros, algumas cenas que poderiam ser menores, e talvez algumas dinâmicas que dariam para ser menos forçadas, mas volto a bater na tecla que fez o público rir do começo ao fim na pré da Difusora FM 97.1 (valeu pessoal!), e se isso não é acertar em uma comédia eu não sei o que é acerto, então com toda certeza recomendo a trama para todos, e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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