Diria que o diretor e roteirista Andrew Dominik quis fazer uma obra grandiosa, mas também quis polemizar bastante, e para uma personalidade que foi bem ousada ele fez a melhor escolha que foi de entregar uma trama que desenvolvesse uma biografia, mas que também tivesse ficção no miolo, afinal se sabe muita coisa sobre Marilyn, mas também se inventa muitas coisas sobre ela, e esse floreio contado de uma maneira bem realista e intensa acabará por vezes se tornando aceitável. Ou seja, ele brincou muito na tela, e não quis economizar com cenas fortes, cenas sensuais e polêmicas ousadas para que ficasse um filme mais intenso, e até daria para ser mais subjetivo em alguns momentos, pois fica parecendo que quis se aprofundar em alguns momentos e não conseguiu, enquanto em outros explorou demais sem precisar, mas isso sem errar tanto a mão, pois se tenho uma queixa imensa diria para a falta de inserção de nomes nos diálogos, afinal acredito que não seja apenas eu que não conheço todos os detalhes de homens que viveram ao redor da personagem, e assim assisti ao filme com sua história escrita e fotos e fui assimilando, mas se visse no cinema não saberia quem era quem de forma alguma, e esse sem dúvida foi o maior erro da trama, pois o restante funciona bem, e agrada bastante.
Sobre as atuações nem dá para falar outra palavra sem ser perfeição para o que Ana de Armas fez no filme, pois nos últimos anos vimos vários filmes com ela, e em cada um interpretou bem suas personagens, mas sempre víamos ela ali, aqui isso não ocorre com sua Norma/Marilyn, de forma que vemos a personagem muito acima da atriz, com uma interpretação minuciosa e completamente entregue sem pudores, sem inseguranças e de uma maneira convincente tão incrível que só temos que aplaudir. Poderia dizer que o filme é 100% da atriz, mas tivemos ainda bons atos/interpretações de Toby Huss como Whitey, o maquiador e amigo da protagonista, Bobby Cannavale como o segundo marido da atriz Joe DiMaggio, extremamente ciumento e violento, Adrien Brody como o terceiro marido dela Arthur Miller, muito bem envolvente e carismático, Xavier Samuel como Cass Chaplin e Evan Williams como Eddy Robinson Jr. com quem formou um trisal bem quente, e até mesmo Caspar Phillipson caiu bem como o presidente John Kennedy, numa cena bem forte, isso sem esquecer de Julianne Nicholson que fez a mãe da protagonista nas cenas iniciais junto de Lily Fisher bem envolvente fazendo Norma criança, ou seja, um elenco de peso que ajudou demais o desenvolvimento da protagonista, sem tirar o brilho dela em momento algum.
Visualmente a trama foi muito intensa, mostrando os bastidores de diversos filmes da atriz, suas casas, atos na casa de praia de Miller, almoço na casa da sogra na época de DiMaggio, muitos sonhos e envolvimentos, e claros as famosas cenas marcantes em cinemas, mostrando seus cantos e encantos, o levantar da saia, e tudo recheado de simbolismo com o jeito da protagonista sempre bem maquiada, e uma brincadeira bem intensa da fotografia em preto e branco, por vezes estourada para dar um efeito de alucinação, atos coloridos para dar força na personalidade, e muito mais que soou representativo de época e que não saiu do eixo.
Enfim, é um filme bem envolvente, cheio de nuances, bem direto no que desejava mostrar que a vida das estrelas não é todo o glamour que muitos acham que é, e claro todos os problemas e abusos que a personagem sofreu ao longo dos anos, sendo um pouco lento demais, mas que funciona bem e agrada quem gosta de biografias com uns toques ficcionais para impactar mais, então fica a recomendação e eu fico por aqui hoje. Então abraços e até breve com mais textos.
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