Netflix - Já Fui Famoso (I Used To Be Famous)

9/19/2022 12:40:00 AM |

Costumo dizer que gosto de ver filmes mais leves no domingo para não começar a semana já de forma truculenta, e recomendo bem isso, pois passatempos e/ou comédias dramáticas com pitadas emotivas fazem o corpo dar aquela última relaxada antes de pegarmos firmes na segunda brava, e uma boa opção que entrou em cartaz na Netflix nessa semana é o longa "Já Fui Famoso" que mesmo não sendo baseado em fatos reais, mas sim numa ideia de curta-metragem que o diretor teve uma grande visibilidade e resolveu ampliar para um longa, acabou tendo uma pegada muito costumeira de cantores de bandas grandes teen que acabam apagados pela mídia, e que sofrem bem para seus retornos solos após muitos anos, e junto disso ainda temos um fator que tem sido muito bem apoiado da inclusão de jovens com deficiência em projetos musicais e/ou artísticos, que tem dado muito resultado. Ou seja, é o estilo de filme que basicamente já vamos assistir sabendo bem o que vai acontecer no final, temos completa noção das diversas reviravoltas que podem acontecer, mas que funciona bem, é gostoso de se envolver, e só não é melhor por ser uma primeira direção e uma ampliação de um curta, que sempre acabam enchendo de cenas inúteis e que poderiam ser melhoradas, sendo algo bacana de ver pelo menos.

O longa segue Vince, um ex-popstar de uma boyband que fez grande sucesso em sua juventude e sonha em voltar aos holofotes. Ele acaba conhecendo Stevie, um baterista autista com um incrível dom para o ritmo. Uma jam improvisada no meio da rua faz com que os dois se conheçam e desperta uma amizade inesperada. Juntos, eles formam um vínculo único através do poder da música.

Diria que o diretor e roteirista Eddie Sternberg foi bem preciso em seu primeiro longa metragem, conseguindo emocionar e desenvolver bem as reviravoltas da trama sem precisar segurar tanto o cadenciamento do filme, e isso é algo que dá para darmos um bom valor, porém ele escreveu originalmente como um curta que fez muito sucesso, e foi acertado nisso, então ao transformar a história de 17 minutos para 104 minutos acabou enchendo de situações e desenvolturas que até funcionam, mas não com o mesmo preenchimento. Ou seja, acertar o primeiro longa sem que fique cansativo já é uma tarefa imensa, agora conseguir aumentar algo que ficou bom é um risco que pouquíssimos conseguem, então sua ousadia acabou pesando um pouco, e vemos vários momentos quase soltos ou estranhos de ter uma conexão mais coesa, e sendo assim poderia ter melhorado muitos momentos para que o filme comovesse do começo ao fim, o que acaba não ocorrendo. Mas de forma alguma digo que a trama é ruim, pois ela é gostosa, é inclusiva e emociona, então funciona muito bem como um bom passatempo, só que daria para ser incrível também com bem poucas mudanças.

Sobre as atuações, posso dizer que Ed Skrein fez bem o papel de seu Vince, porém faltou entregar um pouco mais de carisma e personalidade para alguns atos mais emotivos, de forma que ficou parecendo seco demais, o que não seria tão certo, mas se levarmos em conta que tirando nos atos finais a vontade dele era única de conseguir voltar a ter sucesso, podemos dizer que acertou, só que poderia ter ido além. Quanto de Leo Long, o jovem garoto autista mostrou muita personalidade em seu primeiro papel nas telonas, sendo seguro de seus atos, trabalhando alguns bons trejeitos, e até se envolvendo bem nas cenas mais intensas, ou seja, inclusão funcionando bem, mostrando ser um bom músico e ator que tem futuro. Já Eleanor Matsuura ficou também um pouco artificial com sua Amber, pois mesmo sendo uma mãe exageradamente protetora, acabou ficando sem muito carisma nas cenas que precisaria passar um ar comovente, então faltou aquele envolvimento mais leve que não transpareceu. Quanto aos demais, a maioria deu conexões para os protagonistas e apareceu pouco, valendo destacar todos os demais garotos e garotas deficientes da aula de música da igreja, e claro o professor delas Dia brilhantemente interpretado por Kurt Egyawan, que se doou bem e passou bons momentos na tela.

Visualmente o longa tem alguns atos bem trabalhados, mostrando desde o protagonista passando por diversos bares tentando vender seu trabalho, vemos inicialmente como foi sua boyband, e depois usado novamente as cenas para mostrar como ele saiu do grupo, vemos alguns shows bem trabalhados em alguns bares, e claro as casas simples de ambos os personagens, valendo claro o destaque do pequeno beco aonde ocorre a feira e a cena final, ou seja, a equipe brincou com muitos elementos cênicos, principalmente o piano improvisado numa tábua de passar roupas e a bateria improvisada com panelas, e bons locais para apresentações, funcionando por completo no quesito pelo menos.

Enfim, é um longa gostoso de ver, com um bom envolvimento e que tem boas dinâmicas entre os personagens principais, valendo a recomendação mais para um passatempo leve de fim de semana, sendo daqueles que não vamos lembrar tanto daqui alguns anos, mas que funciona pela proposta em si de inclusão e de amizade. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos amanhã, então abraços e até logo mais.


1 comentários:

SEXAGENÁRIO DO FUTURO!!! disse...

NÃO SOU NINGUÉM, SÓ NÃO TEM QUEM APRECIE.
https://www.facebook.com/profile.php?id=100064106559022
SEM DINHEIRO SEM RECURSOS, MUITA CRIATIVIDADE. TEM COMO EM UM ESTUDIO E MUSICOS CRIAR DE 3 A 4 MUSICAS EM UMA TARDE.

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