segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Star+ - Noites Brutais (Barbarian)

Costumo dizer que filme de terror que a crítica especializada ama, eu já vejo com dois pés atrás, pois geralmente é um estilo com firulas demais para um gênero que funciona na base, e o longa da Star+, "Noites Brutais" que vários citaram como o melhor longa de terror de 2022 fez bem essa base, que é ser violento ao extremo, com cenas bem marcantes e trabalhou o clima aterrorizante em cima da protagonista, porém exagerou demais numa pessoa que mesmo sem conhecer as outras direito volta para tentar salvar, e com isso deu linha para o filme, coisa que qualquer outra não faria, principalmente uma pessoa real. Ou seja, é um filme forte, bem feito e que envolve, mas que facilmente poderia ter sido melhor trabalhado para causar mais e não apenas chocar, e isso estava bem fácil se trabalhado a formação da mãe aterrorizante que o longa entrega, como acabou virando aquilo, e não apenas o que é falado pelo mendigo. Sendo assim, é um filme que funciona e entrega o que propõe, mas que daria para ter ido muito além.

O longa nos mostra que na cidade para uma entrevista de emprego, uma jovem chega ao seu aluguel no Airbnb tarde da noite apenas para descobrir que a casa foi reservada por engano e um homem estranho já está hospedado lá. Contra seu melhor julgamento, ela decide passar a noite de qualquer maneira, mas logo descobre que há muito mais a temer na casa do que o outro hóspede.

Não vou mentir que o diretor e roteirista Zach Cregger não conseguiu causar muitas sensações em mim, pois todas as cenas de mortes são fortíssimas, o desespero em alguns atos funcionam demais, e a tensão é criada com muita simplicidade, e só isso já qualifica o longa como algo excepcional, porém ele força a barra para que acreditássemos que uma pessoa em apenas algumas horas de conversa crie um vínculo ao ponto de você entrar num buraco escuro atrás da pessoa, que você vendo a pessoa desesperada não saia correndo junto ao invés de ir olhar o buraco para ver se é legal, se vai confiar direito em alguém que acabou de falar oi e vai voltar para aonde conseguiu fugir por acaso, e por aí vai, e isso é o clichê máximo de um filme de terror, que infelizmente muitos usam de base e esquecem que o público é inteligente o suficiente para reclamar disso, mas há quem gosta desse estilo, então ele vendeu bem seu peixe, e vai colher muitos frutos com esse resultado, pois é chocante muitos momentos da trama, e só isso já vale para muitos.

Sobre as atuações, posso dizer que a jovem Georgina Campbell conseguiu transmitir bem toda a intensidade de sua personagem para o filme, fazendo com que sua Tess trabalhasse bem trejeitos, envolvimentos e desenvoltura para chamar atenção, de modo que nos convence de suas atitudes, embora já afirmei várias vezes acima que nem por reza voltaria para salvar alguém que acabei de conhecer, e assim sendo a garota demonstrou carisma também para seu papel, pois não fica solta demais, e com isso agrada bem. Bill Skarsgård costuma sempre ser muito expressivo nos papeis que faz, e aqui seu Keith foi meio inseguro, com cenas mornas demais, e até se assustando com algumas cenas próximas dele, ou seja, faltou um pouco do seu estilo aterrorizador para marcar mais. Justin Long já chegou trabalhando bem de forma desesperada com seu A.J., ao ponto que nem merecia a piedade que alguns lhe deram, e provou isso durante o filme que não ajudaria ninguém, e fez bem isso, ao ponto que chama a atenção e acaba sendo marcante. Agora imponente mesmo foi Matthew Patrick Davis com sua "The Mother", que além de ser um bichão feio demais, foi forte de estilo e expressividade, e ainda trabalhou alguns ares sentimentais por seus "bebês", e com isso chamou atenção demais para tudo, agradando e superando até mesmo os protagonistas, quanto mais os secundários então que nem vale pontuar, pois Richard Brake até parecia que entregaria um algo a mais, mas nem serviu para praticamente nada na trama.

Visualmente a trama foi bem marcante pelo ambiente em si, uma casa até que bem arrumadinha num bairro caindo aos pedaços e completamente abandonado, vários túneis e celas no porão aonde dá para imaginar muita coisa que ocorreu por ali e valeria um melhor desenvolvimento, e até um bom trabalho cênico da equipe de maquiagem para construir o monstro-mãe, além claro das cenas no esconderijo do mendigo e na casa abandonada do patriarca da morte ali que foi bem encaixado, ou seja, a equipe de arte foi simples, mas bem efetiva, tendo bons elementos cênicos marcantes e tudo sendo bem funcional para chamar atenção.

Enfim, é um bom filme do gênero, que consegue surpreender com cenas chocantes e bem violentas nas mortes, que tem uma cenografia bem interessante pelo conceito em si, mas que faltou desenvolver um pouco mais o "monstro", pois apenas uma fala não é suficiente para dar todo o ensejo da violência e força dela, e assim sendo o resultado acaba meio que inconsistente demais para tudo o que foi feito, que quem não ligar para essa falta vai gostar muito, mas do contrário apenas o verá como um terror tradicional do estilo mortes e fugas, e nada mais. Sendo assim recomendo ele com ressalvas, mesmo sendo muito bom no que entrega. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Netflix - Nada de Novo no Front (Im Westen Nichts Neues) (All Quiet on the Western Front)

Acho que já falei tanto de filmes de guerra que já nem sei mais o que de novo pode aparecer, mas é engraçado que nunca assisti ao ganhador do Oscar de 1930, "Sem Novidade No Front", e eis que agora o indicado da Alemanha ao prêmio de Melhor Filme Internacional é uma refilmagem do clássico, agora distribuído pela Netflix, chamado "Nada de Novo no Front", e para quem assim como eu não viu o original, esse passa a ser o que vamos conhecer sobre a vida dos jovens soldados do lado alemão na Primeira Guerra Mundial, e posso dizer facilmente que pode ser muito bem encaixado no grupo dos melhores filmes envolvendo guerras, com cenas fortes, batalhas imponentes, e claro toda a loucura patriótica dos jovens querendo ir lutar por algo que nem eles sabem o motivo direito. Ou seja, são 147 minutos intensos aonde acompanhamos bem a vida de um jovem por alguns meses, perdendo os amigos, entrando em combate, lutando pela vida, se divertindo em alguns momentos, roubando para comer melhor e até mesmo se jogando nos minutos finais no meio do caos por ordens de generais malucos, numa trama quase que sem cores, aonde só malucos mesmo para saber quem estava de azul ou de verde para atirar e atacar, e que envolve do começo ao fim, não tendo tempo nem para piscar com todas excelentes atuações e dinâmicas. E sendo assim, acreditaria fácil se o filme fosse indicado para mais prêmios do que apenas Filme Internacional, pois tem tudo o que uma boa trama do gênero precisa e muito mais.

O longa segue a história do adolescente Paul Bäumer e seus amigos Albert e Müller, que se alistam voluntariamente no exército alemão, movidos por uma onda de fervor patriótico. Mas isso é rapidamente dissipado quando enfrentam a realidade brutal da vida no front. Os preconceitos de Paul sobre o inimigo e os acertos e erros do conflito logo os desequilibram. No entanto, em meio à contagem regressiva, Paul deve continuar lutando até o fim, com nenhum objetivo além de satisfazer o desejo do alto escalão de acabar com a guerra com uma ofensiva alemã.

Como já disse esse é uma refilmagem do longa de 1930 que ganhou o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção além de concorrer aos prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Fotografia, que baseado no livro publicado em 1928, que foi um best-seller global imediato, traduzido para 28 idiomas, aonde quase todos os veteranos da Primeira Guerra Mundial leram o livro e todos sabiam que esta era a sua história, independentemente de ser alemão, britânico, francês, americano ou russo, e assim sendo o diretor e roteirista Edward Berger conseguiu criar algo dinâmico, com nuances bem fortes e bem dramatizadas, aonde vamos vivendo a vida do garoto nos meses que passou dentro das trincheiras e dos poucos metros que andavam na batalha, e sem perder a mão em momento algum sentimos todo o carisma do personagem, toda sua imponência e desespero de estar perdendo os amigos, de tentar se vingar nos atos finais já estando amargurado, e até mesmo tudo o que desejava, mostrando que assim como o livro retratou bem a vida de todos que batalharam nas partes baixas da Guerra, poderiam se ver como o jovem, querendo voltar para o conforto da família, querendo vencer tudo e trabalhando em um ritmo perfeito (sem nem correr, nem arrastar o tempo), acabamos envolvidos e até emocionados, mesmo que aqui observássemos entre aspas o lado inimigo da Guerra. Ou seja, mesmo sendo uma refilmagem, é um trabalho autoral bem bonito, com grandes nuances e ensejos que nos transporta para o front e funciona muito bem, coisa que poucos longas de guerra conseguem fazer.

Sobre as atuações, posso dizer facilmente que Felix Kammerer foi impecável com seu Paul Bäumer, sendo daqueles jovens que aparentemente não entregam o carisma necessário para o personagem, mas que conforme passamos todo o tempo com ele, acabamos conectados e torcendo para que ele chegue até o final, e ele soube dosar expressões fortes mistas com emotivas, mudando trejeitos, chamando a responsabilidade do filme para si, mesmo sendo quase que um estreante no cinema, ou seja, deu show. Da mesma forma, acabamos muito conectados com Albrecht Schuch e com sua entrega feita para com seu Stanislaus "Kat" Katczinsky, que sendo basicamente alguém que se conecta demais com o protagonista, viramos praticamente também seu amigo, e diferente de Felix, o jovem aqui tem carisma, tem personalidade, e muita desenvoltura para que seus atos soassem bem chamativos, ou seja, funciona de uma maneira fácil e suas cenas fluem muito facilmente, então sempre jogava a bola para o protagonista na ponta do gol para apenas ele cabecear, e isso foi muito bacana de ver. Ainda tivemos boas cenas feitas por Aaron Hilmer com seu Albert Kropp, Moritz Klaus com seu Franz Müller, e claro todo o lado bem trabalhado de Edin Hasanovic com seu Tjaden Stackfleet, apenas para citar alguns do front mesmo que chamaram a atenção. E ainda tivemos toda a imponência cênica de Daniel Brühl com seu Matthias Erzberger negociando o fim da guerra, com todos os olhares e ensejos que já conhecemos bem do ator, e sobrou um pouco de raiva para falar de Devid Striesow com seu General Friedrichs, que impõe de cima de seu belo escritório, comendo e bebendo junto de Sebastian Hülk como Major Von Brixdorf, apenas que os tontos se matem lá embaixo.

Visualmente a produção é gigantesca, com muitas cenas de tiroteios, figurantes e personagens correndo no meio das trincheiras, tirando água, merda, e tudo mais com os capacetes, se jogando, arremessando granadas, atirando para tudo quanto é lado, com figurinos bem trabalhados (e mostrando no começo todo o processo das roupas sujas de sangue dos mortos, sendo lavadas, costuradas e levadas para novos recrutas eufóricos para ir para a guerra!), temos uma boa amostra das batalhas homem a homem, as armas simples e a chegada dos tanques e lança-chamas, vemos o lado chique também das negociações em trens, o escritório do general com muita comida boa enquanto os soldados se matavam pra comer as sopas e roubar algumas fazendas para comer algo melhorzinho, e tudo mais, sendo algo que se forem corajosos dá até para encarar a premiação de Design de Produção, Figurino e Fotografia, pois tudo é muito imponente e bem feito.

Enfim, é um tremendo filmaço que vale cada minuto conferido, sendo impressionante tanto nos conceitos artísticos quanto de história, e que facilmente ficará na mente de muitas pessoas, mostrando uma guerra já antiga, que já vimos muitos filmes e sabemos bastante sobre o que aconteceu, mas que a cada novo aprendo um pouco mais e vejo mais dramas e dificuldades que todos enfrentaram, desde os que morreram por lá, os que foram saqueados, e até os que achavam que estavam bem no que estavam fazendo, sendo um filme gigante que alguns vão fugir pelo tempo de tela, mas que não desanda e agrada demais do começo ao fim, e sendo assim recomendo ele para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Convite Maldito (The Invitation)

Já de cara adianto que não é um filme ruim, mas quem for esperando algo mais tenso, com suspenses e cenas aterrorizantes poderá sair bem frustrado da sala. Alguns vão brigar comigo falando que estou dando spoiler, mas confesso que se eu soubesse do que se tratava realmente o filme "Convite Maldito", talvez eu não teria me frustrado com o fechamento, pois a trama tinha uma densidade bem trabalhada pela sinopse e pelo trailer, aparentava algum tipo de ritual meio macabro e até talvez um pouco de estilo do longa "Corra", mas começou estranho, no miolo virou algo meio romanceado com os galanteios do protagonista, e de repente virou algo bem mais próximo de "Crepúsculo" (no bom sentido, esquecendo todos os brilhos ruins!) com um tom mais dark do que de um filme de terror realmente. Ou seja, é um filme que até intriga, mas poderia ter sido vendido de outra forma, poderiam ter trabalhado alguns atos de formas mais violentas, mas acabou saindo com censura livre e nos EUA como PG13, ou seja, levinho demais para tudo o que propunha, com a diretora até falando que vai soltar para aluguel depois uma versão mais forte, mas agora sabendo de tudo, não sei se dará para melhorar ele não.

A sinopse nos conta que após a morte de sua mãe, Evie se vê sem família. Ela decide fazer um teste de DNA e descobre um primo distante de quem ela não suspeitava da existência. Depois de entrar em contato com ele, ele a convida para um casamento luxuoso no interior da Inglaterra para que ela possa conhecer sua nova família. Primeiro sob o feitiço do belo aristocrata que hospeda as festividades, ela rapidamente se vê mergulhada em uma luta infernal por sua sobrevivência enquanto descobre os segredos sombrios da história de sua família e as intenções perturbadoras de seus anfitriões sob o manto de uma estranha generosidade.

Não sei se posso acusar a diretora e roteirista Jessica M. Thompson de ter feito algo leve, pois em uma de suas entrevistas falou que tem uma versão filmada bem mais tensa e forte do longa, então vamos apontar para o lado dos produtores que resolveram entregar um terror leve, com uma pegada romantizada demais (em cerca de 90% do filme) e que até tem cenas bem insinuantes e interessantes de ver, mas que encaixa tantos clichês do gênero, e não cria o suspense como deveria, de modo que na segunda cena já pegamos a ideia completa do filme, só não total pela reviravolta familiar completa, mas o tipo de trama, as desenvolturas e tudo mais, vão rapidinho caindo a cada cena. Ou seja, é um filme que até tem um certo estilo, mas é leve demais para um terror, assusta quase que nada, pelo contrário até ficamos emotivos com o romance, e que recai para um final simples demais, pois poderiam ter ido mais a fundo no processo todo, além de deixarem uma pontinha para uma continuação, o que não merece de forma alguma.

Sobre as atuações, diria que Nathalie Emmanuel entrou com muita vontade para fazer de sua Evie uma personagem interessante, com olhares bem colocados e dinâmicas inteligentes, ao ponto que seu estilo nos convence de seus atos, torcemos inicialmente por um bom romance, mas depois ficamos querendo que ela vá além, o que acaba não ocorrendo como pensava, mas foi bem. Thomas Doherty já colocou todo o ar de sedução com seu Walter De Ville, sendo bem chamativo em todas suas cenas, criando ambientes e inicialmente uma postura meio que tímida, mas foi bem imponente nas cenas mais tensas, faltando um pouco de explosão maior, mas para um lorde funcionou até que bem. Sean Pertwee trabalhou seu Renfield de um modo meio que brucutu, meio que rabugento, e acabou soando um mordomo meio que pretensioso demais, mas para o que o filme pedia, acabou sendo correto e agradando. Hugh Skinner forçou um pouco demais com seu Oliver, de modo que chega a ser irritante alguns atos seus, mas como é um personagem bem secundário nos atos finais, até que correu (literalmente) dentro do previsto. Alana Bolden com sua Lucy e Stephanie Corneliussen com sua Viktoria foram interessantes e estranhas na mesma proporção, inicialmente parecendo ser até outra coisa, mas quando se revelam chamaram bem a atenção e proporcionaram algumas cenas intensas bem colocadas, principalmente nas lutas finais. Quanto dos demais, a maioria foi apenas encaixe cênico, com as empregadas apenas servindo de comida, e tendo um leve destaque para Carol Ann Crawford com sua Senhora Swift bem simples e fofa em querer ajudar.

Quanto do visual da trama diria a equipe arrumou uma tremenda mansão, com uma festa meio simples demais, que a jovem não desconfiou de nada por já estar meio que apaixonada, um banquete interessante, um casamento bem trabalhado, e cenas bem boas nos porões, tanto na adega abandonada, quanto no spa, mostrando que souberam ter bons traquejos para ressaltar as coisas interessantes, mas poderiam facilmente ter trabalhado ainda mais algumas cenas para que não ficassem tão comuns, o que não é errado, porém dava para o filme ficar mais tenso, com mais sombras e sustos, e talvez até menos luzes para dar um clima maior.

Enfim, é daqueles filmes que dava para melhorar tudo sem mudar uma vírgula no roteiro, somente trabalhando o visual, a fotografia e até mesmo a edição, pois o longa ficaria mais puxado para o terror, ainda tendo um romance interessante, e acabaria causando tensão no público, mas quiseram vender, e com isso tudo ficou claro, tudo muito bonitinho, com pouca violência, e assim aberto para todos, o que não funcionou, ficando um bom filme, para quem quiser ir levar a namorada para um romance no cinema, pois os fãs de terror vão sair bem bravos da sessão. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Netflix - O Enfermeiro da Noite (The Good Nurse)

Tem histórias reais que você assiste e fica indignado com o nível de psicopatia de algumas pessoas que existiram realmente, pois são situações tão comuns, personagens que parecem bonzinhos e quando descobrimos realmente tudo o que esconde chega a ser irritante, e a história do enfermeiro Charlie em "O Enfermeiro da Noite" é uma dessas que você se estressa com o personagem, mas se estressa mais ainda com os hospitais, pois antes de ser descoberto ele passou por NOVE locais anteriores, e lá matou muitos, para no final ao perguntarem qual o motivo disso, não vou dar spoilers para não atrapalhar, mas digo que o longa da Netflix é daqueles angustiantes, tensos e que você acaba até conversando com a tela com tudo o que ocorre, e que muito melhor do que a história, os atores protagonistas se entregam de tamanha forma que o filme tem ainda mais impacto. Ou seja, é daqueles filmes que você entra no ambiente, tenta pensar em como tudo ocorre, vai ficando bravo com as situações, arregala os olhos quando o protagonista começa a explodir, e no final só balança a cabeça, pois não tem reação, já que a trama aconteceu realmente, e é indignante demais.

A sinopse nos conta que Amy, uma enfermeira compassiva e mãe solteira que luta contra um problema cardíaco com risco de vida, é esticada até seus limites físicos e emocionais pelos turnos noturnos difíceis e exigentes na UTI. Mas a ajuda chega quando Charlie, um enfermeiro atencioso e empático, começa a trabalhar em sua unidade. Enquanto compartilham longas noites no hospital, os dois desenvolvem uma amizade forte e dedicada e, pela primeira vez em anos, Amy realmente acredita no futuro dela e de suas filhas. Mas depois que uma série de mortes misteriosas de pacientes desencadeia uma investigação que aponta Charlie como o principal suspeito, Amy é forçada a arriscar sua vida e a segurança de seus filhos para descobrir a verdade.

Diria que o diretor Tobias Lindholm, que conhecemos pelo ótimo roteiro de "Druk - Mais Uma Rodada", foi certinho demais para um filme que precisaria de uma imposição maior, pois sendo baseado em um livro de uma história real, a trama em si já indigna as pessoas, então talvez algumas reviravoltas e/ou mais situações ficcionais chamassem um pouco mais a trama para os personagens, mas como disse no começo ele preferiu causar a indignação do público pela aceitação dos hospitais, pois saiu de todos com as pessoas desconfiadas dele, e ninguém nunca negou seu serviço, ou seja, foram cúmplices dos crimes. E essa intensidade de ritmo e desenvolturas que o diretor optou por trabalhar foi até calma demais para um filme policial, aonde explodiram apenas as personalidades do policial em um determinado momento e do protagonista bem próximo ao final, e sendo assim apenas os atores entregaram um algo a mais, e não o filme em si. Ou seja, estou falando que o longa é ruim? De forma alguma, é um tremendo filmão, mas facilmente daria para ter transformado ele em algo claustrofóbico com muito mais intensidade do que acabou sendo feito.

E já que falei que a única coisa que não causa indignação no filme são as atuações, é fato que Eddie Redmayne acabou entregando mais uma de suas icônicas interpretações, de modo que seu Charlie parece a pessoa mais doce e calma do mundo, ajuda a protagonista com suas funções e com a doença, e imprime um ar tão meigo que confesso que pensei que teria algum tipo de reviravolta e ele não era o culpado realmente, mas na penúltima cena, sendo interrogado o ator liga a expressividade num nível tão alto, que ali quem não o aplaudir não sabe o que mais quer de atuações, pois foi perfeito. Da mesma forma Jessica Chastain entregou uma Amy bem colocada, com uma atuação ímpar em cima de uma enfermeira doente, que sofre por não ter plano de saúde e precisando muito do emprego, que num primeiro momento se encanta fácil pelo protagonista, mas que depois desconfia de tudo e entrega olhares e ensejos bem marcados de desconfiança, ao ponto que chega a soar exagerado que o psicopata confie tanto nela, mas a atriz dominou o ambiente e foi muito bem. Ainda tivemos boas entregas por parte de Noah Emmerich e Malik Yoba com seus detetives Braun e Johnson, bem impostos e com determinação marcante em cima dos atos, sem desistir e com nuances bem trabalhadas que acabaram agradando sem sobrepor os protagonistas.

Visualmente a trama entrega bons atos em um hospital, mostrando aparelhos, ressuscitações, o programa para pegar remédios, a casa da protagonista bem simples, e uma delegacia também sem grandes chamarizes, sendo a base mais nas atuações do que em qualquer outro lugar, mas as dinâmicas no hospital funcionaram para mostrar o ensejo e claro como tudo era feito, e assim a equipe de arte foi bem direcionada para não sair da linha.

Enfim, é um filme bem aflitivo, que causa tensão por ficarmos esperando o jeito que o protagonista mata suas vítimas, mas que não explode da forma que poderia, sendo mais simples do que parecia, e que funciona bem mais pelas atuações do que pela trama em si, não sendo algo forte em si, mas sim algo bem trabalhado que agrada sem errar, o que faz valer com toda certeza a conferida e a recomendação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A Acusação (Les Choses Humaines) (The Accusation)

Diria que muito mais do que a condenação do jovem no longa "A Acusação" é ouvirmos e refletirmos a frase que seu pai diz para a atual esposa bem próximo ao fim quando lhe é indagado "e se fosse o inverso, se fosse a filha dele que tivesse sido violada ao invés do filho que violou, qual seria a atitude dele?". Pois bem, essa é a principal dinâmica que nos faz pensar sobre o longa, que estreia na próxima quinta (27) nos cinemas, pois em diversos momentos ficamos pensativos sobre as declarações da garota, sobre tudo o que o jovem falou e também o que ambos omitiram, afinal foi consensual ou não? A garota só denunciou por saber que era uma aposta? Ou o que? E tudo isso faz com que o filme ficasse ainda melhor, cheio de nuances, cheio de ótimas desenvolturas tanto pelos pais dos protagonistas, quanto pelos próprios atores, e muito mais pela defesa e acusação, aonde nos ensejos finais entregam discursos incríveis que pessoas que amam filmes de julgamentos (como é o meu caso!) ficasse na torcida de um fechamento bem preciso por parte do diretor, afinal queremos sua opinião final, e assim sendo, o longa tem seu fechamento bem mais morno do que algo impactante, mas volta na cabeça a frase do pai, a imagem da garota saindo do depósito, seus olhares, e pronto, você fecha a opinião de tudo, e só pensa em uma coisa: aplaudir o filme, pois valeu cada minuto dos 138 de exibição, não tendo espaços para cenas soltas ou pequenos deslizes, mas sim um filme perfeito que torço para que todos possam conferir o mais breve possível, afinal é tudo o que precisamos no atual momento.

A sinopse nos conta que Alexandre, é um filho exemplar, que estuda em uma prestigiada universidade americana. Durante uma breve visita a Paris, Alexandre conhece Mila, filha do novo companheiro de sua mãe, e a convida para uma festa. No dia seguinte, Mila denuncia Alexandre por estupro, que destrói a harmonia familiar e inicia um complexo julgamento que apresenta verdades opostas.

Diria que o diretor e roteirista Yvan Attal é um fã nato de julgamentos, pois seu longa anterior trabalhou a vida de uma garota e seu professor na faculdade de direito, sendo incrível por sinal para quem não viu "O Orgulho", mas agora ele pegou o livro de Karine Tuil e colocou em cheque uma discussão grandiosíssima de lados de uma decisão no caso de uma acusação de estupro, afinal assim como o júri, não vimos o ato acontecer, que vai nos sendo mostrado aos poucos durante o julgamento, e somente no final vemos tudo de uma forma ainda assim não precisa, mas que acaba valendo toda a dinâmica, todas as imponentes falas dos advogados tanto de defesa quanto de acusação, e que entra no caso toda a parte reflexiva também do ato do pai do garoto, já que está em discussão a vida de um jovem e também o brio de uma garota, então temos os motivos, temos a dinâmica e principalmente temos nossos conceitos, sejam eles morais ou não, e assim sendo a direção de Attal é impecável, pois abre todas as nuances possíveis e brinca com algo bem sério, que vale muita discussão. Ou seja, é daqueles filmes que valem a sessão, que vale ser colocado numa palestra, e que vale muita discussão, pois é amplo e muito bem feito.

Sobre as atuações, é até engraçado falar, mas o protagonista e filho do diretor Ben Attal não sobressai em momento algum, fazendo bons trejeitos com seu Alexandre, sendo explosivo na medida e contido nos atos de julgamento, mas ficou literalmente aonde deveria: sendo julgado e defendido, e isso ao mesmo tempo que é bom pelo que o papel pedia, é ruim também por não dar tantas nuances para o personagem, ou seja, fez alguns atos bem colocados, mas em alguns momentos até esquecemos que ele está ali, podendo ser até um boneco que faria o mesmo papel. Já a jovem estreante Suzanne Jouannet entregou atos bem marcantes e expressivos para sua Mila, segura de trejeitos, trabalhando olhares e desenvolturas, e sendo bem segura para todas as contra-acusações que a defesa lhe jogou, agradando bastante e mostrando futuro no cinema. Diria que Charlotte Gainsbourg entregou uma mãe bem colocada, mas ficou meio que em cima do muro com a expressividade que precisava para o momento, pois começa dando uma patada nos outros, mas na hora que é o seu filho ficou morna demais, ao ponto que era isso o que precisava mostrar no filme, e assim até foi um bom acerto, mas poderia ter ido além. Da mesma forma, Pierre Arditi trabalhou o seu Jean como aquele mal exemplo, do grande chefão de TV que leva a estagiária para casa, que trabalha bem nas palavras e logo leva para cama, mas na hora de defender tem todo o lado machista, que o filho pode, mas com a filha mataria, ou seja, caiu bem no personagem. Agora sem dúvida alguma o melhor ator do longa foi Benjamin Lavernhe como advogado do garoto, sabendo entregar os pontos marcantes, dominando o ato teatral de um julgamento, e sendo expressivo na medida sem chamar exageros cênicos, nem ficar acuado, dando show literalmente. E embora tenha aparecido pouco, tivemos bons momentos de Judith Chemla como a advogada da garota, e Mathieu Kassovitz acabou sendo marcante também nos seus poucos momentos, o que funciona para a proposta.

Visualmente o longa é bem simples, tendo um bom comparativo de casas do pai do garoto com todo o requinte de alguém com anos de televisão, com vários ambientes, e da mãe já num lugar menor, não vemos tantos símbolos da família judia na casa da garota, com bem poucos elos, mas é falado, então está valendo, e todo o ambiente do tribunal foi muito bem montado, com um amplo salão, com júri e juízes sentados lado a lado em algo que nunca tinha visto, todas as conversas ali, e claro mostrando sempre aos poucos como foi a festa, como foi o processo do crime, em uma montagem singela, mas muito bem feita.

Enfim, sou suspeito de ter gostado tanto da produção toda, pois adoro o cinema francês e amo filmes de julgamentos, principalmente quando bem inteligentes e desenvolvidos como é o caso aqui, que não vai surpreender ninguém, não é algo que caia seu queixo, mas que faz refletir todas as nuances, toda a ideia, o crime em si, o lance do seu lado ou do outro lado e muito mais, então fica a dica para que todos vejam, seja nos cinemas de sua cidade (sei que nem todas trazem a maioria dos filmes, mas quem sabe deem sorte), ou quando chegar nos streamings ou para locação, pois vale demais cada minuto de tela. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Purgatório (Czyściec) (Purgatory)

Bem meus amigos, confesso que não imaginaria que um filme teria tanta gente igual hoje na sessão de "Purgatório", tanto que o cinema que teria apenas duas sessões acabou programando mais seis (!!!), e provavelmente irá seguir na semana que vem, afinal vão aproveitar que está lotando as salas e ganhar um lucrinho para compensar as perdas de outros filmes sem bilheteria. E o que falar do documentário/drama polonês? É um filme interessante, que mostra um pouco de alguns padres e pessoas que viveram experiências de quase morte e com isso viram o purgatório, as almas, santos e passaram a pedir orações, missas, intercessões e tudo mais, vindo a explicar um pouco com as falas de alguns padres que estudam e ministram sobre isso, os significados de sonhar ou ver uma pessoa, o que fazer num velório, pedir pela alma da pessoa para que chegue a Deus, entre outros ritos da Igreja Católica, mostrando algumas igrejas no mundo específicas para essas intercessões, além claro das orações e missas, de um modo que trabalharam mostrando algumas dramatizações de acontecimentos com padres e pessoas conhecidas do mundo que viveram esses eventos. Ou seja, é um filme mais para quem vivencia e acredita nessa ideologia, e que envolve bem o público alvo, mas que talvez pudesse ter sido melhor trabalhado para abranger mais pessoas, pois ficou muito teórico para quem não faz parte a fundo da religião, sendo bonito de ver, mas que não atinge os demais.

A sinopse nos conta que as pessoas têm se perguntado o que as espera após a morte, desde o início dos tempos. E embora ninguém tenha conseguido penetrar no segredo, tem havido muitas pessoas através dos tempos que puderam ver mais - como Fulla Horak, Santa Faustina Kowalska ou São Padre Pio. Estes místicos - pessoas que foram agraciadas pelas visitas de almas do Purgatório - são apenas alguns dos protagonistas do filme de Michał Kondrat intitulado "Purgatório". O novo filme do criador de "Amor e Misericórdia: Faustina" e "Duas Coroas", que foram apreciados tanto na Polônia como no exterior, conta a história das almas que vivem em corpos e almas que já deixaram este mundo. É também uma lembrança - em forma de filme - dos mais destacados teólogos e cientistas, que têm estudado o estado da consciência humana quando o corpo morre.

Não cheguei a ver o último filme do diretor Michal Kondrat, mas se dependesse da experiência bem ruim que tive com "Duas Coroas" certamente não teria ido conferir o longa de hoje, porém diria que no seu novo filme ele usou bem pouco a representação dramática, deixando que a parte documental dominasse bem mais, e alguns elementos fossem simbolizados pelos atos dos atores (aliás a dublagem das atuações está bem ruim e artificial, mas dos padres depoentes funcionou bem as vozes), e dessa forma o filme foi mais imponente, afinal tudo ficou mais crível nas vozes de padres do que em encenações jogadas. Ou seja, não é um filme que o diretor vai te impor uma ideologia e ensinar exatamente como você deve fazer para conseguir entrar no Céu, mas sim mostrar ensaios e dinâmicas bem trabalhadas e emocionais de atos que aconteceram, trabalhar um pouco mais sobre o que é o purgatório em si, e coisas que muitos já até sabem bem por frequentarem tudo das igrejas, mas que soa bonito na forma emocional que o longa entrega, e assim mesmo longe da perfeição, o resultado que o diretor entregou ficou muito melhor nesse novo ato.

Enfim, não vou falar muito das dramatizações, pois elas soaram levemente forçadas, com a cena do rapaz e da garota dialogando sobre não ir no cemitério como algo que eu beirei a gargalhar no cinema, mas iria atrapalhar os demais que estavam bem conectados ao filme, então recomendo o foco completo nas falas dos padres, e como já disse é algo completamente desenvolvido para as pessoas religiosas, então se esse não é o seu caso não recomendo a ida aos cinemas, do contrário, tente achar alguma nova sessão e bom filme, pois vai valer o ingresso. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Arthur Moreira Lima - Um Piano Para Todos

Não é muito costumeiro vocês verem eu conferindo documentários e postando críticas por aqui, mas sempre que aparecem boas histórias e indicações é claro que vou passar indicando, e no longa "Arthur Moreira Lima - Um Piano Para Todos", que estreia dia 10 de novembro nos cinemas nacionais, mostra algo muito bonito de acompanhar, afinal depois de ter sua carreira consolidada tocando em grandes teatros, para plateias renomadas e tudo mais, o pianista resolveu entrar de cabeça num projeto de levar cultura musical para localidades brasileiras de norte a sul, com um caminhão teatro aonde sua equipe preparava tudo para que ele conversasse com a população, conhecesse um pouco dali e depois tocasse clássicos em seu piano para envolver a todos, ou seja, é um filme simples se olharmos a fundo, mas que mostra que se quiserem podem ir além, enfrentando barro, rodovias quase inexistentes, rios e que todos merecem conhecer um pouco mais do que apenas o seu tradicional, e que entre 2002 e 2018 mais de 600 localidades puderam conferir esse grande pianista.

A sinopse nos conta que Arthur Moreira Lima é o mais premiado pianista brasileiro, referência internacional da música de concerto. Garoto prodígio, começou sua carreira profissional aos oito anos de idade. Foi laureado nos mais importantes concursos de piano do mundo: Chopin (Varsóvia), Tchaikovsky (Moscou) e Leeds (Inglaterra). Morou mais de 20 anos na Europa onde construiu uma sólida carreira, tocando com as mais importantes orquestras do planeta. Nas últimas décadas, ele se dedicou a um gigantesco projeto de democratização da música de concerto: saiu pelo Brasil a bordo de um caminhão-teatro, se apresentando em praça pública por mais de 600 cidades pelo interior de todo o país.

Diria que o diretor Marcelo Mazuras foi bem direto no que desejava mostrar, não enfeitando muito toda a situação, e usando até pouco material antigo do pianista para deixar realmente o projeto em evidência, o envolvimento dele com o projeto, e representar bem as localidades simples por onde passou, que evidenciam bem todo o tratamento carinhoso das pessoas, os olhares de gente que sequer ouviu alguma vez uma composição erudita bem tocada, e que funcionalmente engloba algo maior, não sendo apenas a música em si, mas um ganho de qualidade sonora, talvez algum jovem que resolva mudar de vida quem sabe, e que ao final ainda nos é contado que a esposa e a filha dele viajaram junto levando  também tratamento dentário para todos no caminho, que talvez até valeria ter mostrado um pouco mais disso, mas que volto a dizer, o foco do diretor foi o músico, e isso foi muito bem retratado, vemos tudo com simplicidade e envolvimento, e funcionou demais.

Enfim, como é um documentário não tenho como ficar falando dos personagens e do visual, afinal temos o Arthur que é até mais simples do que se imagina para alguém que viveu anos na Europa, super conceituado e tudo mais, e o visual são as diversas cidades do país, sempre com exibições em praças simples lotadas por quase todos os moradores da cidade, já que são bem pequenas, e assim sendo o que posso dizer é que o longa envolve, mostra uma época que a cultura era bem valorizada, com 16 anos de investimento no projeto, e que o longa funciona bem para representar tudo muito bem colocado, a boa música envolvendo a todos, e assim vale a conferida. Só não darei a nota máxima para o filme, pois acredito que merecia pelo menos mais uns 15 a 20 minutos no começo com uma apresentação melhor de quem é o protagonista, sua família, seus aprendizados e tudo mais, que acabou sendo colocado bem poucos momentos disso no miolo e não funcionou tanto, mas de resto o projeto foi lindo e perfeito, então valeu pessoal da A2 Filmes por mandar a cabine de imprensa, e recomendo muito o longa para todos ficando por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


domingo, 23 de outubro de 2022

Netflix - A Escola do Bem e do Mal (The School For Good And Evil)

Já disse isso algumas vezes e volto a repetir que o cinema anda bem carente de novas grandes sagas para o público se conectar aos personagens, torcer por tudo e principalmente ter vários filmes com começo, meio e fim, mas também já disse que hoje os roteiristas e diretores não possuem mais poder de concisão, acabando alongando demais um livro/roteiro de modo que acaba virando uma série, ou se perdendo completamente nos cortes e entregando um filme confuso, então a torcida ainda segue. E com o lançamento da Netflix dessa semana, o longa "A Escola do Bem e do Mal" já começa com uma guerra monstruosa que é com os fãs do livro, pois todos queriam uma série de muitos capítulos e temporadas, para detalhar tudo o que sempre imaginaram ao ler, e felizmente Paul Feig e a própria Netflix não quiseram dessa forma, saindo agora o primeiro filme inteiro de 147 minutos, que alguns vão julgar longo demais, mas que foi perfeito para trabalhar bem a trama e entregar algo funcional com um começo rápido e pouco explicativo, um miolo bem trabalhado e interessante pelas possibilidades, e um final bem desenvolvido fechando essa "primeira" parte de uma maneira honrosa, deixando claro o flerte para uma continuação se acabar vendendo bem. Ou seja, funciona bastante, é interessante, tem a pegada clássica de uma boa saga de magia, então quem gosta do estilo irá ficar feliz, e os fãs iriam reclamar de qualquer forma, então é aguardar o resultado e torcer quem sabe por mais um ou dois filmes, pois valeu o tempo parado na frente da tela.

A sinopse nos conta que Sophie é uma menina que esperou sua vida toda para ser levada à A Escola do Bem e do Mal, uma escola que treina seus alunos para serem heróis ou vilões. Contudo, Agatha, que possui a antipatia de muitos por ser considerada uma bruxa, não está pronta para deixar sua única amiga ir, tentando impedir que Sophie parta. Nesse conto de fadas, as duas vão descobrir que o destino tem planos próprios, nem sempre acontecendo da maneira que esperamos.

Diria que o diretor e roteirista Paul Feig, que possui em seu currículo muito mais comédias do que filmes de aventura, encarou bem esse estilo diferente, pois soube dosar ares dramáticos explosivos e cenas com muitos efeitos em um bom balanceamento para que não ficasse algo forçado, e principalmente conseguiu pegar um livro que é abarrotado de detalhes e recriar algo que ficasse funcional dentro da trama de um único filme, ou seja, ele mudou alguns detalhes que muitos vão julgar cruciais do livro, e com isso conseguiu não precisar detalhar tanto vários momentos, o que é bacana de ver como cinéfilo, pois já disse que enfeitar tudo para ficar mostrando detalhe a detalhe de um livro cansa na tela, e assim embora tenha alguns defeitos e leves furos, o resultado acaba chamando bastante atenção e agrada mais do que desagrada. Ou seja, é um filme bem intenso, com boas lutas, cenas bem marcadas, e muito envolvimento entre os personagens, mas que o conteúdo da magia funciona e é bem trabalhado, ao ponto que acabamos gostando do que vimos na tela, e diria até que curioso talvez para ler mais e saber o que vem pela frente, já que são 6 livros, e aqui tivemos apenas os conteúdos do primeiro, então é aguardar se vai rolar, ou vão acabar por aqui, o que também não seria ruim, pois tivemos um bom começo, meio e fim totalmente bem expressados.

Sobre as atuações, aí entramos num problemão, pois as duas jovens protagonistas são boas atrizes, mas não chegam nem perto do carisma dos demais personagens, ou seja, por bem pouco o filme não é roubado pelas professoras, pelo diretor e até mesmo pelo príncipe, e isso é algo arriscadíssimo em uma produção do estilo, mas que acabou funcionando por completo. Dito isso, Sofia Wylie segurou bem a trama com sua Agatha, cheia de trejeitos bem colocados, criando momentos e envolvimentos corretos e bem chamativos, e principalmente não ficando artificial como uma boa protagonista deve fazer, e assim chamou atenção e agradou. Da mesma forma Sophia Anne Caruso foi expressiva e cheia de atitude com sua Sophie, botando força na desenvoltura e criando atos cheios de imponência para que sua personagem mudasse completamente durante o filme (aliás falando em mudança, a maquiagem dela feia ficou exagerada demais, de modo que não convenceu a textura, parecendo mais uma máscara do que um rosto realmente!). Agora chega a ser brincadeira o que Charlize Theron e Kerry Washington fazem com as professoras Lady Lesso e Dovey, pois ambas dominam o ambiente, criam empatia do público com as personagens, e acabam desenvolvendo tanto para o filme que acabamos torcendo para que elas apareçam até mais em cena, e não ocorre para sorte das protagonistas, mas foram muito bem no que fizeram. Ainda tivemos Kit Young como um Rafal bem imponente, cheio de olhares maldosos e intensidades bem colocadas, e ainda brincando no começo com seu irmão Rhian, tudo de uma forma bem interessante de ver, tivemos Jamie Flatters interpretando o jovem príncipe Tedros, filho de Rei Arthur, fazendo seus galanteios e lutas tradicionais do personagem, e claro ainda tivemos Michelle Yeoh como uma professora, Peter Serafinowicz como um excêntrico duende professor e Laurence Fishburne (que aceitou o papel pela filha que é fã dos livros) como diretor da escola, ou seja, um tremendo elenco que chama bem a atenção.

Visualmente a trama é muito bonita, cheia de ambientes imponentes, com muitas cores, figurinos fortes e lutas cheias de detalhes e símbolos, que acabam funcionando por completo junto de castelos, quartos, florestas, vilas antigas e tudo mais, mostrando que a equipe de arte trabalhou bastante para que o filme ficasse o mais próximo que os fãs desejavam ver, e assim chamar muita atenção. Claro que aqui tivemos alguns probleminhas, como já disse a maquiagem ficou estranha em alguns atos parecendo mais uma máscara de carnaval do que algo realista, tivemos alguns efeitos exagerados que até ficaram interessantes, mas não parecendo ter uma qualidade boa, porém como é de praxe, a história sobrepôs esses erros, então está valendo.

Enfim, é um bom filme que facilmente dava para melhorar em alguns sentidos, mas que funciona bem dentro do propósito, chama atenção por terem conseguido trabalhar um filme só ao invés de inventarem uma série, e assim sendo recomendo ele com certeza para quem gosta de sagas, magias e tudo desse universo de aventuras, então fica a dica, e veremos se vão adaptar todos os 6 livros ou se vão parar nesse, pois as críticas estão bem mistas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


sábado, 22 de outubro de 2022

Amazon Prime Video - Argentina, 1985

Quem lê meus textos já há algum tempo sabe que um dos estilos que mais gosto de ver é o tal de filmes de julgamentos, pois é sempre bacana ver a defesa e a promotoria se pegar e desenvolver tudo com testemunhas e tudo mais, mas juntar a isso todo o processo do medo dos envolvidos em acusar os generais da ditadura argentina por uma comissão civil com as devidas ameaças, o processo de busca de provas e tudo mais resultou em uma trama real tão imponente que fez o longa "Argentina, 1985" ficar imponente e marcante, cheio de grandes nuances e claro da ótima expressividade de Ricardo Darín, que entregou o promotor do julgamento mais famoso que a Argentina já teve. Ou seja, é daqueles filmes que impactam tanto pela história quanto pela presença cênica dos personagens, pela tensão criada pelo julgamento, pelos atos de provocações, pelo desenvolvimento intenso e claro pelo ótimo discurso final, sendo daqueles que contam um período fortíssimo do recomeço da Argentina após um período negro de ditadura, e que funciona bastante pelas escolhas dos atores e do ambiente, retratando bem a história real.

O longa é inspirado na história verídica dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que em 1985 ousaram investigar e processar a ditadura militar mais sangrenta da história argentina. Sem se deixar intimidar pela ainda considerável influência militar na frágil nova democracia, Strassera e Moreno Ocampo reuniram uma jovem equipe jurídica de heróis improváveis para a batalha de Davi contra Golias. Sob constante ameaça a si e às suas famílias, correram contra o tempo para fazer justiça às vítimas da junta militar.

Diria que o diretor Santiago Mitre foi muito cauteloso com a forma de entregar sua trama, mas também soube ser bem direto no assunto, não fazendo rodeios nem firulas para que o filme ficasse leve, mas mostrando com uma forma bem artística como é quase um teatro propriamente um julgamento, e o mais engraçado é que o grande amigo do promotor é um diretor teatral, então vemos atos de montagens e todo o processo de uma turma jovem, afinal todos os velhos advogados fugiram com medo de enfrentar os generais, aliás mostrando que até mesmo o protagonista torcia para que não fosse o responsável pelo julgamento, afinal estaria mexendo com peixes bem grandes. Ou seja, é um filme amplo, que vemos um desenvolvimento bem direcionado, com todas as devidas nuances funcionando, e que a direção trabalhou ângulos marcantes, usou imagens de arquivo, afinal o julgamento todo foi transmitido em rede nacional de TV e rádio, e soube principalmente em usar bem toda a representação cênica mista nas palavras, mostrando a seleção da equipe jovem, todos os atos na casa e no escritório do protagonista, e até mesmo alguns atos bem fortes na festa de família do promotor adjunto que era de uma família militar, fazendo com que o filme ficasse bem forte, mas também marcante e sem apelos, o que é uma característica incrível do cinema argentino.

Sobre as atuações, nem dá para falar nada, só aplaudir mesmo, pois Ricardo Darín mostra que é mestre no que faz, e entrega com muita perfeição de tom, de gestual, de desenvoltura seu Julio Strassera, com nuances tão perfeitas e expressivas que sentimos seu medo num primeiro momento, depois sua vontade para com tudo, e por fim sua glória, conseguindo chamar o filme praticamente todo para si, sem atrapalhar que os outros brilhassem também, e se doando ao máximo, ou seja, perfeito como sempre. Não lembro de ter visto nenhum filme do jovem Peter Lanzani (e olha que tem alguns na minha lista sem dar play, será a hora?), mas posso dizer que o que fez com seu Luis Moreno Ocampo hoje o qualifica para entrar nos nomes dos grandes atores argentinos que conheço, pois dominou o ambiente, conviveu com militares em uma festa, expressou medo na cena da possível bomba e nos atos que foi seguido, e principalmente foi muito a campo com os demais da equipe, montando tudo e sendo bem preciso e expressivo, o que acabou resultando em um completo manuseio de personagem. Ainda tivemos bons atos com Claudio Da Passano como o amigo diretor de teatro Somi que orienta a postura do protagonista para seus discursos, Alejandra Flechner como a esposa do protagonista, bem colocada ajudando e atrapalhando o nervosismo do personagem, mas entre vários outros que foram muito bem vale o destaque do garotinho Santiago Armas Estevarena que encaixou muita personalidade como filho do protagonista, sabendo contar as histórias que viu nos momentos certos com um floreio de voz tão bacana que agrada demais com olhares e dinâmicas perfeitas, mostrando tem futuro na atuação.

Visualmente o longa foi bem representativo no apartamento da família do protagonista com tudo muito bem organizado e tradicional, vários atos no escritório da procuradoria inicialmente apenas com ele e sua secretária, mas depois com toda a equipe de jovens coletando e montando todas as provas e testemunhos, temos vários atos com os jovens andando pelo país atrás de pessoas que pudessem testemunhar sofrendo ameaças por parte da polícia, e principalmente a maior parte do filme dentro do tribunal, com testemunhos fortes, câmeras em vários ângulos, imagens da época misturadas com as do filme e trabalhando também texturas, o que deu um show completo para emocionar e vivenciar tudo o que aconteceu, inclusive com figurinos perfeitos que durante os créditos ainda podemos ver as imagens reais e comparar.

Enfim, é um tremendo filmaço que envolve demais e agrada tanto pela forma histórica muito bem representada, quanto pelos atos marcantes mostrado e todo o excelente julgamento bem imponente e cheio de depoimentos fortes e intensos, sendo daqueles que certamente lembraremos quando alguém pedir uma boa indicação, e valendo cada minuto de tela. Só não vou dar nota máxima para o filme por um único motivo, como são mostrados muitos meses que durou todo o processo, acabaram correndo um pouco com tudo, não mostrando talvez elementos que marcaram a época, mas tirando esse detalhe, o filme é incrível e recomendo demais. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Netflix - O Desconhecido (The Stranger)

Sinceramente ainda estou tentando entender qual era a ideia completa do filme da Netflix, "O Desconhecido", pois nos é mostrado uma operação policial imensa aonde um investigador e toda sua equipe se passam por um tipo de máfia que apaga tudo do passado das pessoas, fica amigo de um procurado e o convence à confessar o crime e como fez tudo, mas sendo embasado em uma história real acabou ficando meio frouxo todo o envolvimento do policial, ficou estranho a forma que o cara conta tudo, e até mesmo as cenas meio que flutuantes ficaram abstratas demais dentro do contexto todo, de modo que acabamos sim presos na trama como o diretor propõe, mas ao final ficamos pensando se a história daria um filme mesmo, ou forçaram nos acontecimentos para soar fictício demais e se perderam. Ou seja, tem falhas demais no contexto completo, e o resultado não agrada.

O longa nos conta que dois homens se encontram em um avião e iniciam uma conversa, que se transforma em uma amizade. Para Henry Teague, desgastado por uma vida inteira de trabalho físico e crimes, este é um sonho realizado: seu novo amigo Mark pode ser seu salvador e aliado. No entanto, nem tudo é o que parece ser, e cada um carrega segredos que ameaçam arruiná-los – e ao fundo, uma das maiores operações policiais do país se aproxima.

Não diria que o filme do diretor e roteirista Thomas M. Wright seja ruim, pois tem um bom ensejo, tem atos interessantes, e principalmente como um bom filme policial prende o espectador durante toda a exibição, mas sendo baseado em uma história real ficou artificial demais tudo o que foi entregue, de modo que alguns atos pareceram falhas de roteiro, em outros da edição de não ter um ritmo nem formatação que chamasse atenção, e até mesmo ficou parecendo algo irreal para falar a verdade, ou seja, acabou tendo mais erros do que acertos que no final ficamos na famosa dúvida se gostamos ou não do que vimos, se entendemos tudo, e acaba parecendo não ter acabado. Sendo assim, diria que é algo meio que decepcionante, que não vai muito além, que mostra sim o ato de convencimento e todo o drama do investigador em fazer uma amizade e depois quebrá-la, mas que não vai muito além, e acaba não sendo marcante como deveria.

Sobre as atuações, gosto muito do estilão de Joel Edgerton, mas aqui seu Mark é estranho demais, parecendo não estar satisfeito com o que está fazendo, tendo cenas abertas aonde seu personagem até entrega atos marcantes, mas não convence, e isso acabou pesando muito na trama. Da mesma forma Sean Harris está tão estranho com seu Henry que tive de pausar o filme e pesquisar quem era o ator, pois ele se entregou muito para o papel, e fez trejeitos fechados, sendo até bem colocado, mas não caiu tão bem como poderia para alguém com algum tipo de psicopatia ou problemas criminais mais imponentes, sendo apenas um velho criminoso. Ainda tivemos alguns outros personagens bem colocados, mas sem grandes imposições, ao ponto que Jada Alberts fazendo a sua Detetive Rylett em alguns atos pareceu até estar chorando e isso ficou estranho para o que o longa propunha, ou seja, o elenco pareceu perdido e não foi muito legal ver isso na tela.

Visualmente a trama tem uma pegada até que interessante, indo em locais meio que abandonados para entregas estranhas, parecendo uma quadrilha ou algo do tipo para enganar o criminoso, vemos toda a operação policial rolando por trás e claro todas as sínteses do protagonista em sua casa com seu filho, tendo alguns momentos marcantes, alguns elementos simbólicos, mas sem grandes desenvolturas para mostrar uma operação realmente imponente, de forma que talvez a busca dos restos mortais fosse até mais interessante de ver, e ficou na tela apenas alguns minutos.

Enfim, confesso que me decepcionei bastante com o longa, pois tinha uma boa nota na plataforma, está entre os filmes mais assistidos, mas o resultado mesmo prendendo o público não vai muito além e isso pesa bastante, então não tenho como recomendar, e vou torcer para arrumar algum melhor no fim de semana. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Rir Pra Não Chorar

Costumo dizer que o gênero mais difícil de acertar a mão é a comédia, pois fazer rir é algo que depende de muitos fatores, depende do gosto da pessoa, depende do humor e depende até mesmo da forma que a mensagem chega para o espectador, pois a piada as vezes pode até ser muito boa, mas é contada de uma forma tão sem graça que acabamos achando ela boba. Então o que falar de um filme que trabalha a com o luto, a depressão, e a perda de graça de um humorista? Pois é, "Rir Pra Não Chorar" é daqueles filmes que aparentemente dariam certo se fizesse mais graça com humor negro, como ocorre nos atos finais, mas que demora tanto para ocorrer realmente que não engrena, sendo que com mais de 60 minutos de filme ainda estamos vendo graça nos preparativos da mãe para morrer e ter uma despedida completa da família, com situações bizarras que não fazem rir, pelo contrário, até deprimem pelo sentimento entregue, então quando tudo parece que vai funcionar, que o protagonista faz os tratamentos mais bizarros possíveis para tentar encontrar graça em sua vida novamente, e passa a fazer piadas com a situação, o filme já acaba. Ou seja, é daqueles longas que ficamos esperando algo acontecer e não ocorre, que não posso dizer que não ri de alguns atos, pois ri, mas que fiquei mais tempo deprimido com toda a situação do que feliz com um filme que até tinha potencial para ir além, mas não foi.

O filme conta a história de Flávio, um comediante de sucesso que entra em crise depois que sua mãe morre. Ele se percebe fortemente apegado e dependente afetivamente da mãe. Acaba se convencendo de que não é mais engraçado e que uma “nuvem de tristeza” lhe persegue. Faz de tudo para tentar recuperar sua comicidade perdida: acupuntura, biodança, constelação familiar, hipnose e tudo isso ajuda, mas não resolve. Seu estado é patético e, por isso mesmo, as situações são hilárias. Já quase sem esperanças, Flávio procura uma terapia de choque comum psicólogo/psiquiatra alemão muito radical. Com a ajudado médico, entende que precisa amadurecer e resgatar sua criança interior que está sozinha e assustada. Daqui pra frente, só quem pode cuidar dele, é ele mesmo.

Diria que a diretora Cibele Amaral não soube aproveitar todos os humoristas que colocou em sua produção, pois desde os mais antigos até os mais novos, todos sabem muito bem trabalhar o humor negro em suas piadas, sabem dosar estilos e entonações para marcar o ambiente e facilmente conseguiriam ampliar a trama dela nos atos finais, mas ela demorou demais na preparação da morte da mãe, fazendo toda a dramatização cômica da doença, do tratamento, do testamento, das últimas visitas, que se perdeu nesse miolo acabando com algo alongado demais que não explodiu, pois fica nítido logo nos primeiros atos toda a dependência emocional do protagonista pela mãe, e isso poderia ser mostrado mais vezes com flashes, mas como ela quis aproveitar demais de Fafy que é uma das melhores atrizes de humor que temos, o filme se arrastou até sua morte, e depois já viram que era necessário ser breves nos atos finais, ao ponto que desandou mais do que agradou. Ou seja, é daquelas tramas que tudo de necessário falta, mas que tem coisa extra demais sobrando, o que dá o famoso choque de parecer bom, mas não ir muito longe.

Sobre as atuações, até gosto do estilo cômico meio bagunçado de Rafael Cortez, mas ele não soube ousar com seu Flávio, fazendo um personagem que acaba sendo até forçado em alguns momentos, mas que enxergamos aonde desejava ir, faltando realmente direção para que ele pudesse deslanchar e chamar toda a responsabilidade que precisava, ao ponto que acaba sendo emotivo sem necessidade, e não soando engraçado o quanto precisava, ou seja, ficou mediano demais para um protagonista. Como já disse Fafy Siqueira entrega tudo e muito mais com sua Graça, sendo até gostoso de ver toda sua preparação para morrer, toda a mãezona que é com os filhos debaixo de suas asas, e que brincando bem em alguns atos vai bem além do que precisava para o filme, mas se jogou bem e agradou. Ainda tivemos cenas bem colocadas de Mariana Xavier como a irmã do protagonista, bem colocada, mas pouco usada, Sergio Loroza como empresário e amigo do protagonista, fazendo até que boas sacadas, além de vários humoristas conhecidos como Mauricio Meirelles, Oscar Filho, e principalmente Marcelo Mansfield como um psiquiatra alemão bem direto nos atos finais.

Visualmente o longa focou bem na casa da matriarca, com reuniões familiares, almoços e boas dinâmicas na sala praticamente o tempo todo, alguns atos engraçados no quarto como uma extrema unção, alguns momentos em hospitais, na imobiliária da mãe, alguns palcos e clubes de stand up, e algumas clínicas de psiquiatria, mas nada que fosse de muito impacto, sendo um filme quase que sem elementos cênicos simbólicos.

Enfim, é o famoso filme que desaponta mais do que agrada, que tem estilo e que daria para brincar bastante com piadas mais fortes e/ou dinâmicas mais impactantes, mas que demorou demais para acontecer e ficou pelo meio do caminho, ou seja, não dá para recomendar ele, e literalmente o nome do filme quase faz a gente chorar mais do que rir. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Adão Negro (Black Adam)

Filmes de heróis, anti-heróis e vilões são feitos para os fãs de quadrinhos e ponto final, quem discordar disso e tentar fazer algo diferente não sabe escolher o público alvo de um projeto, pois até pode ser que algum curioso vá para a sessão para ver boas cenas de ação, outros acabam indo acompanhar alguém que gosta muito, mas o grande público e quem você deve seguir nas opiniões mesmo são os fãs, e se tem alguém que é muito fã do Universo Estendido DC (DCEU) é Dwayne "The Rock" Johnson, que botou todas as manguinhas de fora, comprou parte das ações da companhia, e pronto voltou com todas as ideias  que o público fã dos quadrinhos da companhia desejavam ver nas telonas. E isso é muito bom, pois "Adão Negro" não vem a ser apenas um filme de origem de personagem, mas sim uma trama completa recheada de ação, com diálogos divertidos e intensos que funciona bastante, e entrega além da ótima personalidade do ator, muita conexão com vários filmes anteriores, e também a apresentação de novos personagens de um modo rápido que mereceria um pouco mais de carinho (talvez um filme de origem para eles também, antes mesmo desse de agora), mas que não desanda e acaba valendo todo o esforço, afinal agora é só bola para cima, pois o primeiro chute de uma nova era foi dado, e acredito demais que vá acontecer muita coisa boa na DC agora com "novos donos".

A sinopse nos conta que quase 5.000 anos após ser agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios e preso com a mesma rapidez, Adão Negro alcança a liberdade de sua tumba terrena, pronto para liberar sua justiça no mundo moderno.

Diria que o diretor Jaume Collet-Serra foi muito bem no que fez com a trama, pois ele conseguiu ser criativo nas dinâmicas e não se prendeu em um filme que necessitasse de muitas nuances, e assim ele acabou envolvendo o público na trama e inserindo a narrativa, os personagens e criando algo que funcionasse bastante em tudo, ou seja, é um filme imponente, divertido com muitas sacadas bem encaixadas, e principalmente convencendo os fãs, ou seja, estou reclamando muito que poderiam ter feito um filme da Sociedade da Justiça anterior a esse para conhecermos mais dos personagens principais, mas volto a bater na tecla que o filme foi feito para os fãs, então esses já conhecem de cor e salteado quem são os personagens na tela, e agora é só utilizá-los em outras produções futuras para que tudo se encaixe. Ou seja, o longa tem defeitos grandes para quem nunca leu nada da DC, pois é apresentado à vários personagens na correria, mas que como são bem colocados e lutam bastante com o protagonista, o resultado final acaba funcionando bastante e agrada mais do que incomoda, mostrando que o diretor ousou e foi bem nisso.

Sobre as atuações, posso dizer sem dúvidas que Dwayne Johnson se divertiu bastante em cena com seu Thet Adam, de forma que vemos semblantes felizes em sua face mesmo nos atos mais sérios, vemos ele se impondo com muita força nos atos de luta, e como bem sabemos não precisou de enchimento nas roupas para demonstrar toda a força do personagem, aliás nas cenas que ele faz um escravo acho que precisaram até reduzir um pouco sua musculatura, ou seja, ele deu vez ao personagem, e sabiamente deverá ser usado mais vezes em outros longas da companhia. Outro que foi muito imponente em cena foi Aldis Hodge com seu Carter/Gavião, sendo bem marcante, cheio de determinação e ousado com o que se propõe a fazer, de modo que vemos atos bem impactantes de luta, vemos diálogos com grandes ares e soube dosar trejeitos limpos com ironias, o que acaba funcionando dentro da personalidade que acabamos vendo no papel, o que acaba agradando bastante. Ainda tivemos Pierce Brosnan bem colocado como Senhor Destino, com elementos mais chamativos de personalidade, e claro usando muito seu dublê para as lutas, tivemos o garoto Netflix, ou melhor Noah Centineo como Esmaga-Átomo bem colocado, mas bobo demais, e Quintessa Swindell agradando bastante com velocidade e nuances encaixadas com olhares bem colocados, mas sem dúvida dentre os secundários vale o destaque para Sarah Shahi e Bodhi Sabongui com seus Adriana e Amon, por imporem envolvimento de guerrilha na cidade, trabalharem dinâmicas ousadas sem poderes no meio de personagens heroicos, e o resultado acaba agradando bastante, o que não caiu tão bem no que Marwan Kenzari acabou colocando no seu Ishmael/Akenaton.

Visualmente a produção foi bem caprichada, criaram uma cidade imponente tanto no passado com as minas repletas de escravos em busca da pedra preciosa, quanto no presente com uma cidade que ainda depende de tudo, sendo governada por gangues, e claro muita parede para ser destruída, afinal nas brigas dos heróis para salvar quebram tudo, tendo até a famosa piadinha se não existe porta para o protagonista entrar, tivemos naves bem tecnológicas, figurinos imponentes, e bons efeitos cênicos nas lutas, não aparentando nada falso, o que chama muita atenção. Ou seja, é um filme grandioso, que tem estilo e encaixa os ambientes em vários planos, com a maioria das cenas nos ares, mas funcionando bem em terra com tudo caindo para todos os lados.

Enfim, é o tradicional filme de HQs que gostamos de ver, aonde não nos importamos com defeitos, rimos de tudo, vibramos com cenas e piadas bem encaixadas, e que acabamos conhecendo vários personagens e revisitando outros que gostamos, ao ponto que volto a frisar que talvez muitos que não forem fãs dos personagens se percam um pouco com tudo o que é mostrado, mas quem for conectando os que aparecem, com toda a ideologia da trama vai curtir bastante tudo. Sendo assim recomendo ele mais para os fãs, mas quem curte bons longas de ação também vai gostar bastante, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais meus amigos.


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Amazon Prime Video - 2067

Pois bem, sei que não sou a pessoa mais certa para falar de engajamento ambiental, de soluções para salvar o planeta Terra e tudo mais, mas sei que o ser humano é o maior destruidor de tudo, e que no futuro se os cientistas não inventarem algo muito imponente não vai sobrar mais nada por aqui para quem ainda estiver nesse plano carnal, mas já vi tantos filmes que tentam mostrar possibilidades de se tentar salvar alguém, de voltar para o passado para resolver aonde deu errado, de ir para o futuro e ver se descobriram algo, e tudo mais, que posso dizer um pouquinho sobre alguns ideais trabalhados, e a grande sacada do filme "2067", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, é justamente nessa pegada de ver o que deu certo no futuro e mudar o presente, indo para 400 anos a frente usando um estilo de máquina científica que cria portais de luz, mas aí é que entra a sacada do final que tanto já vimos em outros filmes, de que uma fagulha no espaço-tempo muda tudo, e as descobertas dos personagens principais foram tão chamativas que o filme embora não seja perfeito entrega uma grande mensagem, e funciona bem, mesmo com uma trilha sonora quase que de palestra motivacional. Ou seja, é uma ficção científica interessante, que trabalha uma proposta bem encaixada, e com uma resolução digamos inteligente, mas que força um pouco a barra, então se você não for extremamente fã do estilo é capaz que se irrite, ou se você não pegar toda a ideia, também irá se irritar, então fica a dica para pensar em algo maior, e não apenas no que é mostrado na tela, pois aí o filme com certeza fica bem melhor.

A sinopse nos conta que com o ar tão poluído que a única maneira de respirar é através de latas de ar manufaturadas, a raça humana está de joelhos até que uma mensagem do futuro dê esperança a uma das maiores corporações da Terra. Um jovem recluso chamado Ethan deve ser o salvador da raça humana, mas o que ele descobre em sua jornada no tempo é uma conspiração impensável que pode levá-lo a mudar o curso de sua linha do tempo para sempre. Você salvaria a humanidade se soubesse que a humanidade pode não valer a pena ser salva afinal?

Diria que o diretor e roteirista Seth Larney foi bem esperto no desenvolvimento de sua trama, pois reviravoltas temporais é algo que o diretor tem de tomar tanto cuidado para que o filme não fique desconexo, que por vezes acabamos vendo uma trama engessada, e aqui ela tem uma fluidez interessante, tem atos bem encaixados, tem momentos bem toscos e bobos, mas principalmente entrega boas escolhas e intenções que acabam sendo chamativas tanto para a mensagem final de "salvação", quanto na formatação de um filme com um bom começo/meio/fim, e digo mais, seria talvez até interessante uma continuação para impactar e mostrar lições maiores, que assustariam com tudo o que foi deixado, mas como isso é muito perigoso, melhor deixar o acerto e ficar nisso só. Porém tenho de ser bem crítico na dinâmica dos atos finais, e nos personagens secundários, pois tirando os dois protagonistas todas as demais atuações são extremamente sofríveis, daquelas que você tem vontade de bater nos atores, e isso foi quase um problema gigante no ponto de virada final, mas que conseguiram relevar tirando rápido tudo dali, mas pegou um pouco.

E já que falei das atuações, há algum tempo estamos falando o quanto Kodi Smit-McPhee tem muito estilo nas personificações que faz, sabendo entregar tanto expressividade bem encaixada nos trejeitos, quanto desenvoltura para que seus personagens não sejam monótonos, e aqui seu Ethan é imponente, chama a responsabilidade para si e acaba agradando bastante com o que faz, ao ponto que em alguns momentos até ficamos bravos com toda sua explosão, mas prefiro assim do que alguém morno. Agora Ryan Kwanten surpreendeu pelos olhares marcantes que deu para o seu Jude, ao ponto que faz o apoio do protagonista na mesma intensidade que deixa sua personalidade ficar em evidência, e assim ele acaba nos ganhando com estilo e bons momentos, até entregar a reviravolta com as cenas suas e de sua versão jovem feita por Matt Testro, o que acaba sendo bem trabalhado. E como já disse só os dois que se salvam, pois tanto a esposa do protagonista com seu ar choroso, quanto a dona da companhia de oxigênio com ares falsos incríveis não seguraram o outro lado, então vale dar um leve destaque apenas para Aaron Glenane como o pai do protagonista, mas que foi pouco usado, então diria que a voz do computador tem mais expressão do que ele.

Agora conseguiram trabalhar de uma forma bem imponente no conceito visual do longa, mostrando inicialmente uma cidade completamente tecnológica e poluída, cheia de críticas sociais à tudo o que vivemos, colocando pessoas usando latas de ar para respirar, roubos de oxigênio, doenças respiratórias e comidas artificiais, tudo de uma forma bem marcante e simbólica, e jogando o futuro para uma selva, com tudo abandonado, aonde a Terra acabou com a humanidade, mas voltou a respirar sozinha, com bons elos chamativos e tudo bem encaixado ao ponto de vermos símbolos bem trabalhados e claro o laboratório em decomposição, além de elementos secretos para encaixar tudo. Ou seja, a equipe de arte foi muito bem em tudo, tirando leves detalhes nos efeitos que poderiam ter sido melhorados para chamar mais atenção.

Enfim, é um tremendo filmão do gênero que tem muitos defeitos leves e qualidades bem imponentes que superam eles, então acaba valendo a indicação com algumas ressalvas como as que coloquei acima, mas que dá para conferir tranquilamente. Sendo assim, assista, reflita sobre o futuro, sobre como salvar o planeta, ou apenas veja como um bom longa de ficção científica, pois funciona bem também. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


domingo, 16 de outubro de 2022

Netflix - A Maldição de Bridge Hollow (The Curse of Bridge Hollow)

Costumo dizer que gosto muito de filmes com temas pensantes, aonde acabamos desenvolvendo o tema com muitas ideias e reflexões, que somos surpreendidos por uma reviravolta monstruosa no final, mas também afirmo que é sempre bom dar um play numas besteiras de passatempo, e existem duas épocas que as plataformas de streaming (e agora mais raro os cinemas) surgem com filmes bem pipocas mesmo para o público rir e descontrair, que são o Natal e o Halloween, e eis que nessa semana a Netflix jogou mais uma boa trama do estilo no seu catálogo, que se chama "A Maldição de Bridge Hollow", mostrando uma cidadezinha que gosta bastante das decorações de Halloween, mas que por um erro de uma garota todos passam a ter vida para liberar o seu mestre, ou seja, algo bem bobinho e infantil que tento Marlon Wayans na frente era de se esperar até uma trama mais cheia de bobeiras, mas ele se conteve bem e entregou até que bons momentos, então quem gosta de ver uns filminhos de terror leve com ares bem mais cômicos do que assustadores, pode dar o play com a criançada que vai ser divertido.

A sinopse nos conta que em um dos feriados mais esperados do ano, o Halloween, uma adolescente desperta sem querer um espírito travesso na noite mais assustadora do ano. Se isso já não fosse ruim, a alma ainda faz com que as decorações ganhem vida, criando caos na cidade. Para evitar mais danos, ela terá que se juntar com a última pessoa que deseja para salvar a cidade e a festa.

O bacana do diretor Jeff Wadlow é que ele gosta bastante de inserir comicidade no meio do estilo terror, e tem se dado muito bem nas suas produções que acabam ficando descontraídas e bem produzidas para quem gosta de ver filmes de terror, mas não quer nada que não lhe deixe com medo, e assim ele tem ousado em refilmagens de clássicos como fez em "A Ilha da Fantasia" ou até mesmo em brincadeiras mais tensas como fez em "Verdade ou Desafio", e claro com tramas mais leves e soltas como fez no passado com "Kick Ass 2", mas sempre deixando bem livre para que os personagens principais se desenvolvam e entregue bons atos, tanto que acredito muito que a base que ele usou aqui, se a Netflix quiser joga logo em seguida um segundo longa natalino, já que os personagens secundários disseram que a cidade gosta muito das decorações e com isso gerar maluquices bem encaixadas, ou então já irem preparando para o Halloween do ano que vem, já que na cena final vemos outros muitos baús na casa, ou seja, dá para brincar bastante e entregar muito resultado, afinal o diretor é bom, a produção foi boa, e os atores são bem despojados para tudo, então é só brincar.

Sobre as atuações, confesso que dei o play no longa com muito medo, pois sabemos o estilo de bobeira que os Wayans costumam entregar, mas aqui Marlon foi bem colocado como um professor de ciências que acredita que tudo tem uma explicação científica, e que fica bem claro seu receio com a data festiva, então ele foi bem cético em vários momentos e fez poucas caras exageradas, o que acabou agradando nos momentos que pediam isso, e sendo assim seu personagem Howard Gordon foi bem trabalhado, e acabou agradando no que fez. Priah Ferguson se destacou bastante na série "Stranger Things", e aqui sua Sydney é bem colocada, tem boas desenvolturas expressivas, não se segurou nos atos mais dinâmicos e acabou chamando muita atenção para si, de forma que acabamos torcendo por ela, o que é bacana de ver na tela. Quanto aos demais, a maioria deu conexões para os protagonistas, como a mãe que gosta de uma culinária vegana sem glúten que faz quase mini-tijolos para a festa de Halloween, bem colocada por Kelly Rowland, o diretor da escola que curte trabalhar com coisas exóticas bem encaixado com John Michael Higgins, o vizinho fanático por "The Walking Dead" bem maluco que Rob Rigle fez, e até a prefeita exagerada que fez bem seus atos vivida por Lauren Lapkus, mas quanto das crianças pareceram sem vontade, com um grupinho de fãs paranormais bem fora da caixinha que não empolgam em nada, então poderiam ter até minimizado as cenas deles.

Visualmente o longa é um luxo só, com uma cidade inteira repleta de decorações de Halloween das mais simples até uma aranha gigantesca, cheio de animatrônicos para andarem atacando, uma cena numa asilo abarrotado de aranhas, vários personagens temáticos muito bem encaixados, ou seja, quase uma festa dessas de parques de terror na tela, com tudo bem trabalhado, não sendo apenas um bicho jogado na tela, e mesmo os atos mais simples foram bem representados com bons efeitos e envolvimento da equipe de arte do começo ao fim.

Enfim, é um bom filme de passatempo, pois não tem cenas que vamos nos impressionar ou querer indicar ele como algo que não é, e como já disse isso é muito bom, pois diverte sem grandes apelações, e entrega uma produção de época bem feita que funciona no que se propõe, então fica a dica, e vamos esperar o que mais virá nesse mês de outubro, afinal Halloween ta aí e os streamings não nos decepcionam nessa época. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.