Não vou mentir que o diretor e roteirista Zach Cregger não conseguiu causar muitas sensações em mim, pois todas as cenas de mortes são fortíssimas, o desespero em alguns atos funcionam demais, e a tensão é criada com muita simplicidade, e só isso já qualifica o longa como algo excepcional, porém ele força a barra para que acreditássemos que uma pessoa em apenas algumas horas de conversa crie um vínculo ao ponto de você entrar num buraco escuro atrás da pessoa, que você vendo a pessoa desesperada não saia correndo junto ao invés de ir olhar o buraco para ver se é legal, se vai confiar direito em alguém que acabou de falar oi e vai voltar para aonde conseguiu fugir por acaso, e por aí vai, e isso é o clichê máximo de um filme de terror, que infelizmente muitos usam de base e esquecem que o público é inteligente o suficiente para reclamar disso, mas há quem gosta desse estilo, então ele vendeu bem seu peixe, e vai colher muitos frutos com esse resultado, pois é chocante muitos momentos da trama, e só isso já vale para muitos.
Sobre as atuações, posso dizer que a jovem Georgina Campbell conseguiu transmitir bem toda a intensidade de sua personagem para o filme, fazendo com que sua Tess trabalhasse bem trejeitos, envolvimentos e desenvoltura para chamar atenção, de modo que nos convence de suas atitudes, embora já afirmei várias vezes acima que nem por reza voltaria para salvar alguém que acabei de conhecer, e assim sendo a garota demonstrou carisma também para seu papel, pois não fica solta demais, e com isso agrada bem. Bill Skarsgård costuma sempre ser muito expressivo nos papeis que faz, e aqui seu Keith foi meio inseguro, com cenas mornas demais, e até se assustando com algumas cenas próximas dele, ou seja, faltou um pouco do seu estilo aterrorizador para marcar mais. Justin Long já chegou trabalhando bem de forma desesperada com seu A.J., ao ponto que nem merecia a piedade que alguns lhe deram, e provou isso durante o filme que não ajudaria ninguém, e fez bem isso, ao ponto que chama a atenção e acaba sendo marcante. Agora imponente mesmo foi Matthew Patrick Davis com sua "The Mother", que além de ser um bichão feio demais, foi forte de estilo e expressividade, e ainda trabalhou alguns ares sentimentais por seus "bebês", e com isso chamou atenção demais para tudo, agradando e superando até mesmo os protagonistas, quanto mais os secundários então que nem vale pontuar, pois Richard Brake até parecia que entregaria um algo a mais, mas nem serviu para praticamente nada na trama.
Visualmente a trama foi bem marcante pelo ambiente em si, uma casa até que bem arrumadinha num bairro caindo aos pedaços e completamente abandonado, vários túneis e celas no porão aonde dá para imaginar muita coisa que ocorreu por ali e valeria um melhor desenvolvimento, e até um bom trabalho cênico da equipe de maquiagem para construir o monstro-mãe, além claro das cenas no esconderijo do mendigo e na casa abandonada do patriarca da morte ali que foi bem encaixado, ou seja, a equipe de arte foi simples, mas bem efetiva, tendo bons elementos cênicos marcantes e tudo sendo bem funcional para chamar atenção.
Enfim, é um bom filme do gênero, que consegue surpreender com cenas chocantes e bem violentas nas mortes, que tem uma cenografia bem interessante pelo conceito em si, mas que faltou desenvolver um pouco mais o "monstro", pois apenas uma fala não é suficiente para dar todo o ensejo da violência e força dela, e assim sendo o resultado acaba meio que inconsistente demais para tudo o que foi feito, que quem não ligar para essa falta vai gostar muito, mas do contrário apenas o verá como um terror tradicional do estilo mortes e fugas, e nada mais. Sendo assim recomendo ele com ressalvas, mesmo sendo muito bom no que entrega. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.