Diria que o diretor Matti Geschonneck foi muito preciso no estilo que desejou representar na tela, pois como se sabe a reunião foi bem curta, com pouco mais de 90 minutos, com os líderes chegando para um breve café da manhã, algumas discussões e depois voltarem para seus postos, e ele não quis nada de muito fora da base, tendo algumas conversas paralelas numa varanda, outras alfinetadas de ego durante a boquinha livre, mas todo o processo mesmo concentrado nas três mesas, aonde ele pode passear com sua câmera no meio e pegar as melhores expressões sérias e marcantes em cima do tema, pois como bem se pensava na época enxergavam os judeus como bichos realmente, uma praga que precisava ser destruída como alguns falavam, e toda essa dinâmica de discussões, de apresentações dos projetos das câmaras de gás para economizar balas e até os próprios soldados, afinal os próprios judeus iriam tirar os mortos para terem "algo especial" cedido, ou seja, é um texto fortíssimo que é dito com muita facilidade pelos protagonistas, e isso tornou o filme forte e brilhante para algo simples e digamos até bem fácil de ser produzido.
Quanto das atuações, todos entregaram trejeitos bem fortes e dinâmicas muito bem colocadas nos devidos atos, mas como é uma reunião aonde todos estão sentados discutindo, não tivemos grandes expressividades e momentos chamativos que fizessem nenhum dos 15 se destacar tanto, mas vale claro chamar a atenção para Philipp Hochmair com seu Heydrich bem direto nas colocações, chamando sempre o ato para si, e claro botando todos os pingos nos is das dúvidas dos demais de como seria o processo, mostrando um ar bem fechado mas completamente feliz com os resultados atingidos. E do lado oposto Godehard Giese com seu Dr. Stuckart discordando de algumas ideias, sugerindo outras, e com um ar não tão amplo fazendo meio que um desdém de todo o processo, sendo também bem marcante na mesa. Ainda tivemos Frederic Linkemann com seu Dr. Lange, que trabalhou muito feliz em cena, demonstrando um carisma por conta do que o personagem tem feito no leste do país, e o ator soube entregar carisma e atitude, algo que sabemos que muitos desses generais nunca tiveram.
Visualmente nem tenho muito o que falar, afinal já repeti diversas vezes que o ambiente do longa facilmente poderia ser um palco em qualquer teatro simples, afinal é uma reunião com 3 mesas, várias pastas e papeis, figurinos padrões dos generais nazistas, alguns cafés, comidas e conhaques, tudo dentro de uma mansão incrível ao redor de um belíssimo lago, mas que não usaram nada do ambiente, afinal a reunião foi ali fechada e muito bem representada.
Enfim, é um filme com um texto interessantíssimo, que envolve e faz você nem piscar durante toda a discussão, que mesmo sendo algo terrível o que gerou na história real ainda vale pelos ótimos diálogos imponentes e que falam sem humanidade alguma, e que funciona demais, então se você não ligar para a força da trama, pode com toda certeza assistir ele assim que estrear nos cinemas no dia 03 de novembro, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da A2 Filmes que tem mandado seus longas para apreciarmos, então abraços e até logo mais.
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