quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Adão Negro (Black Adam)

Filmes de heróis, anti-heróis e vilões são feitos para os fãs de quadrinhos e ponto final, quem discordar disso e tentar fazer algo diferente não sabe escolher o público alvo de um projeto, pois até pode ser que algum curioso vá para a sessão para ver boas cenas de ação, outros acabam indo acompanhar alguém que gosta muito, mas o grande público e quem você deve seguir nas opiniões mesmo são os fãs, e se tem alguém que é muito fã do Universo Estendido DC (DCEU) é Dwayne "The Rock" Johnson, que botou todas as manguinhas de fora, comprou parte das ações da companhia, e pronto voltou com todas as ideias  que o público fã dos quadrinhos da companhia desejavam ver nas telonas. E isso é muito bom, pois "Adão Negro" não vem a ser apenas um filme de origem de personagem, mas sim uma trama completa recheada de ação, com diálogos divertidos e intensos que funciona bastante, e entrega além da ótima personalidade do ator, muita conexão com vários filmes anteriores, e também a apresentação de novos personagens de um modo rápido que mereceria um pouco mais de carinho (talvez um filme de origem para eles também, antes mesmo desse de agora), mas que não desanda e acaba valendo todo o esforço, afinal agora é só bola para cima, pois o primeiro chute de uma nova era foi dado, e acredito demais que vá acontecer muita coisa boa na DC agora com "novos donos".

A sinopse nos conta que quase 5.000 anos após ser agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios e preso com a mesma rapidez, Adão Negro alcança a liberdade de sua tumba terrena, pronto para liberar sua justiça no mundo moderno.

Diria que o diretor Jaume Collet-Serra foi muito bem no que fez com a trama, pois ele conseguiu ser criativo nas dinâmicas e não se prendeu em um filme que necessitasse de muitas nuances, e assim ele acabou envolvendo o público na trama e inserindo a narrativa, os personagens e criando algo que funcionasse bastante em tudo, ou seja, é um filme imponente, divertido com muitas sacadas bem encaixadas, e principalmente convencendo os fãs, ou seja, estou reclamando muito que poderiam ter feito um filme da Sociedade da Justiça anterior a esse para conhecermos mais dos personagens principais, mas volto a bater na tecla que o filme foi feito para os fãs, então esses já conhecem de cor e salteado quem são os personagens na tela, e agora é só utilizá-los em outras produções futuras para que tudo se encaixe. Ou seja, o longa tem defeitos grandes para quem nunca leu nada da DC, pois é apresentado à vários personagens na correria, mas que como são bem colocados e lutam bastante com o protagonista, o resultado final acaba funcionando bastante e agrada mais do que incomoda, mostrando que o diretor ousou e foi bem nisso.

Sobre as atuações, posso dizer sem dúvidas que Dwayne Johnson se divertiu bastante em cena com seu Thet Adam, de forma que vemos semblantes felizes em sua face mesmo nos atos mais sérios, vemos ele se impondo com muita força nos atos de luta, e como bem sabemos não precisou de enchimento nas roupas para demonstrar toda a força do personagem, aliás nas cenas que ele faz um escravo acho que precisaram até reduzir um pouco sua musculatura, ou seja, ele deu vez ao personagem, e sabiamente deverá ser usado mais vezes em outros longas da companhia. Outro que foi muito imponente em cena foi Aldis Hodge com seu Carter/Gavião, sendo bem marcante, cheio de determinação e ousado com o que se propõe a fazer, de modo que vemos atos bem impactantes de luta, vemos diálogos com grandes ares e soube dosar trejeitos limpos com ironias, o que acaba funcionando dentro da personalidade que acabamos vendo no papel, o que acaba agradando bastante. Ainda tivemos Pierce Brosnan bem colocado como Senhor Destino, com elementos mais chamativos de personalidade, e claro usando muito seu dublê para as lutas, tivemos o garoto Netflix, ou melhor Noah Centineo como Esmaga-Átomo bem colocado, mas bobo demais, e Quintessa Swindell agradando bastante com velocidade e nuances encaixadas com olhares bem colocados, mas sem dúvida dentre os secundários vale o destaque para Sarah Shahi e Bodhi Sabongui com seus Adriana e Amon, por imporem envolvimento de guerrilha na cidade, trabalharem dinâmicas ousadas sem poderes no meio de personagens heroicos, e o resultado acaba agradando bastante, o que não caiu tão bem no que Marwan Kenzari acabou colocando no seu Ishmael/Akenaton.

Visualmente a produção foi bem caprichada, criaram uma cidade imponente tanto no passado com as minas repletas de escravos em busca da pedra preciosa, quanto no presente com uma cidade que ainda depende de tudo, sendo governada por gangues, e claro muita parede para ser destruída, afinal nas brigas dos heróis para salvar quebram tudo, tendo até a famosa piadinha se não existe porta para o protagonista entrar, tivemos naves bem tecnológicas, figurinos imponentes, e bons efeitos cênicos nas lutas, não aparentando nada falso, o que chama muita atenção. Ou seja, é um filme grandioso, que tem estilo e encaixa os ambientes em vários planos, com a maioria das cenas nos ares, mas funcionando bem em terra com tudo caindo para todos os lados.

Enfim, é o tradicional filme de HQs que gostamos de ver, aonde não nos importamos com defeitos, rimos de tudo, vibramos com cenas e piadas bem encaixadas, e que acabamos conhecendo vários personagens e revisitando outros que gostamos, ao ponto que volto a frisar que talvez muitos que não forem fãs dos personagens se percam um pouco com tudo o que é mostrado, mas quem for conectando os que aparecem, com toda a ideologia da trama vai curtir bastante tudo. Sendo assim recomendo ele mais para os fãs, mas quem curte bons longas de ação também vai gostar bastante, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais meus amigos.


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