Diria que o diretor e roteirista Seth Larney foi bem esperto no desenvolvimento de sua trama, pois reviravoltas temporais é algo que o diretor tem de tomar tanto cuidado para que o filme não fique desconexo, que por vezes acabamos vendo uma trama engessada, e aqui ela tem uma fluidez interessante, tem atos bem encaixados, tem momentos bem toscos e bobos, mas principalmente entrega boas escolhas e intenções que acabam sendo chamativas tanto para a mensagem final de "salvação", quanto na formatação de um filme com um bom começo/meio/fim, e digo mais, seria talvez até interessante uma continuação para impactar e mostrar lições maiores, que assustariam com tudo o que foi deixado, mas como isso é muito perigoso, melhor deixar o acerto e ficar nisso só. Porém tenho de ser bem crítico na dinâmica dos atos finais, e nos personagens secundários, pois tirando os dois protagonistas todas as demais atuações são extremamente sofríveis, daquelas que você tem vontade de bater nos atores, e isso foi quase um problema gigante no ponto de virada final, mas que conseguiram relevar tirando rápido tudo dali, mas pegou um pouco.
E já que falei das atuações, há algum tempo estamos falando o quanto Kodi Smit-McPhee tem muito estilo nas personificações que faz, sabendo entregar tanto expressividade bem encaixada nos trejeitos, quanto desenvoltura para que seus personagens não sejam monótonos, e aqui seu Ethan é imponente, chama a responsabilidade para si e acaba agradando bastante com o que faz, ao ponto que em alguns momentos até ficamos bravos com toda sua explosão, mas prefiro assim do que alguém morno. Agora Ryan Kwanten surpreendeu pelos olhares marcantes que deu para o seu Jude, ao ponto que faz o apoio do protagonista na mesma intensidade que deixa sua personalidade ficar em evidência, e assim ele acaba nos ganhando com estilo e bons momentos, até entregar a reviravolta com as cenas suas e de sua versão jovem feita por Matt Testro, o que acaba sendo bem trabalhado. E como já disse só os dois que se salvam, pois tanto a esposa do protagonista com seu ar choroso, quanto a dona da companhia de oxigênio com ares falsos incríveis não seguraram o outro lado, então vale dar um leve destaque apenas para Aaron Glenane como o pai do protagonista, mas que foi pouco usado, então diria que a voz do computador tem mais expressão do que ele.
Agora conseguiram trabalhar de uma forma bem imponente no conceito visual do longa, mostrando inicialmente uma cidade completamente tecnológica e poluída, cheia de críticas sociais à tudo o que vivemos, colocando pessoas usando latas de ar para respirar, roubos de oxigênio, doenças respiratórias e comidas artificiais, tudo de uma forma bem marcante e simbólica, e jogando o futuro para uma selva, com tudo abandonado, aonde a Terra acabou com a humanidade, mas voltou a respirar sozinha, com bons elos chamativos e tudo bem encaixado ao ponto de vermos símbolos bem trabalhados e claro o laboratório em decomposição, além de elementos secretos para encaixar tudo. Ou seja, a equipe de arte foi muito bem em tudo, tirando leves detalhes nos efeitos que poderiam ter sido melhorados para chamar mais atenção.
Enfim, é um tremendo filmão do gênero que tem muitos defeitos leves e qualidades bem imponentes que superam eles, então acaba valendo a indicação com algumas ressalvas como as que coloquei acima, mas que dá para conferir tranquilamente. Sendo assim, assista, reflita sobre o futuro, sobre como salvar o planeta, ou apenas veja como um bom longa de ficção científica, pois funciona bem também. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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