São bem poucos produtores famosos que se arriscam a dirigir uma trama, pois produtor mesmo gosta é de dinheiro no bolso, e vai lá apenas para pagar e falar se o filme está bom ou não, e certamente quando começam as letrinhas de muitos filmes você já viu escrito Dan Friedkin na tela, tanto que achei que não fosse o seu primeiro filme, mas sim, aqui foi sua primeira tentativa na direção de longas e facilmente se nota que é uma trama de um produtor, com cenas cheias de personagens, de quadros, de casas e ambientes em construção, festas, e todo um luxo máximo que certamente um diretor sem um bom orçamento não faria nem a metade, mas falando dele como diretor e não como um produtor, ele conseguiu trabalhar bem a história, recriar alguns momentos bem imponentes e dar uma versão diferente e bem colocada em cima de tudo, afinal já tiveram outras adaptações da vida de Han Van Meegeren, e aqui ele brincou mais com a ousadia do pintor, o conflito de um soldado que busca uma justiça pessoal e que muda de lado quando vê que errou, e tudo mais, ao ponto que o diretor não fez um trabalho perfeito, pois há falhas, mas como um primeiro trabalho ele acertou e muito, criando atos fortes, envolvimentos bem colocados, e só errou um pouco em algumas conexões, pois o filme tem um desenrolar meio que truncado, mas isso é detalhe técnico que passa tranquilamente.
Sobre as atuações, Claes Bang entregou muita personalidade para seu Joseph Piller, trabalhando alguns momentos mais fechados, outros mais retraídos, mas sendo bem direto nas sínteses que precisavam de trejeitos fortes seus, ao ponto que não passa nenhum carisma para que o público se conecte a ele, mas quando faz a virada de lado acerta bem em ser um homem honrado. Agora Guy Pearce está completamente irreconhecível como Han Van Meegeren, com um visual completamente insano, e desenvolturas ainda mais incríveis de ser vistas, trejeitos marcantes e bem encaixados, de tal forma que você chega a se perder com tudo o que ele faz em cena, ou seja, foi mais do que perfeito. Ainda tivemos atos bem cheios de força para Roland Møller com seu Dekker meio que brucutu demais, mas bem encaixado no que precisava fazer, tivemos a doçura de Vicky Krieps com sua Minna, o ar rebuscado e cheio de imposições que August Diehl fez com seu Alex De Klerks, entre outros que trabalharam bem para serem representativos e doarem algum bom tom nos atos do diretor.
Visualmente como já disse o longa é extremamente bem produzido, afinal o diretor é mais conhecido pelas boas produções que já fez, então aqui caprichou, com uma mansão/atelier do protagonista imensa, cheia de bebidas, obras espalhadas e tudo mais, uma galeria também bem chique, um local de execução em praça pública, um tribunal simples, porém bem desenvolvido e claro nas cenas de memórias as festanças e exibições na casa do protagonista, com muitas mulheres, drogas e tudo mais, ou seja, tudo muito bem montado para chamar atenção.
Enfim, é um filme bem representativo, que trabalha de certa forma todo o envolvimento do falsificador que acabou virando um herói holandês após o julgamento, e que funcionou bem dentro da proposta, sendo interessante, porém com um ritmo um pouco lento no início, que só lá para as cenas finais melhora, mas que não cansa e envolve bastante, valendo a recomendação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...