Não sei se posso acusar a diretora e roteirista Jessica M. Thompson de ter feito algo leve, pois em uma de suas entrevistas falou que tem uma versão filmada bem mais tensa e forte do longa, então vamos apontar para o lado dos produtores que resolveram entregar um terror leve, com uma pegada romantizada demais (em cerca de 90% do filme) e que até tem cenas bem insinuantes e interessantes de ver, mas que encaixa tantos clichês do gênero, e não cria o suspense como deveria, de modo que na segunda cena já pegamos a ideia completa do filme, só não total pela reviravolta familiar completa, mas o tipo de trama, as desenvolturas e tudo mais, vão rapidinho caindo a cada cena. Ou seja, é um filme que até tem um certo estilo, mas é leve demais para um terror, assusta quase que nada, pelo contrário até ficamos emotivos com o romance, e que recai para um final simples demais, pois poderiam ter ido mais a fundo no processo todo, além de deixarem uma pontinha para uma continuação, o que não merece de forma alguma.
Sobre as atuações, diria que Nathalie Emmanuel entrou com muita vontade para fazer de sua Evie uma personagem interessante, com olhares bem colocados e dinâmicas inteligentes, ao ponto que seu estilo nos convence de seus atos, torcemos inicialmente por um bom romance, mas depois ficamos querendo que ela vá além, o que acaba não ocorrendo como pensava, mas foi bem. Thomas Doherty já colocou todo o ar de sedução com seu Walter De Ville, sendo bem chamativo em todas suas cenas, criando ambientes e inicialmente uma postura meio que tímida, mas foi bem imponente nas cenas mais tensas, faltando um pouco de explosão maior, mas para um lorde funcionou até que bem. Sean Pertwee trabalhou seu Renfield de um modo meio que brucutu, meio que rabugento, e acabou soando um mordomo meio que pretensioso demais, mas para o que o filme pedia, acabou sendo correto e agradando. Hugh Skinner forçou um pouco demais com seu Oliver, de modo que chega a ser irritante alguns atos seus, mas como é um personagem bem secundário nos atos finais, até que correu (literalmente) dentro do previsto. Alana Bolden com sua Lucy e Stephanie Corneliussen com sua Viktoria foram interessantes e estranhas na mesma proporção, inicialmente parecendo ser até outra coisa, mas quando se revelam chamaram bem a atenção e proporcionaram algumas cenas intensas bem colocadas, principalmente nas lutas finais. Quanto dos demais, a maioria foi apenas encaixe cênico, com as empregadas apenas servindo de comida, e tendo um leve destaque para Carol Ann Crawford com sua Senhora Swift bem simples e fofa em querer ajudar.
Quanto do visual da trama diria a equipe arrumou uma tremenda mansão, com uma festa meio simples demais, que a jovem não desconfiou de nada por já estar meio que apaixonada, um banquete interessante, um casamento bem trabalhado, e cenas bem boas nos porões, tanto na adega abandonada, quanto no spa, mostrando que souberam ter bons traquejos para ressaltar as coisas interessantes, mas poderiam facilmente ter trabalhado ainda mais algumas cenas para que não ficassem tão comuns, o que não é errado, porém dava para o filme ficar mais tenso, com mais sombras e sustos, e talvez até menos luzes para dar um clima maior.
Enfim, é daqueles filmes que dava para melhorar tudo sem mudar uma vírgula no roteiro, somente trabalhando o visual, a fotografia e até mesmo a edição, pois o longa ficaria mais puxado para o terror, ainda tendo um romance interessante, e acabaria causando tensão no público, mas quiseram vender, e com isso tudo ficou claro, tudo muito bonitinho, com pouca violência, e assim aberto para todos, o que não funcionou, ficando um bom filme, para quem quiser ir levar a namorada para um romance no cinema, pois os fãs de terror vão sair bem bravos da sessão. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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