Diria que a diretora Halina Reijn não quis causar realmente com sua obra, pois o filme tinha aberturas para cenas bem mais intensas do que discussões, tiros, arremessos, socos e algumas pancadas fortes, afinal no momento da loucura com drogas tudo pode rolar, e usando desse artifício como base e um furacão rolando do lado de fora, acabaram criando um filme frouxo de intensidade, aonde a gritaria toma as vezes, e nem foram gritos de apavoramento, o que é uma decepção em um filme de terror. Ou seja, tivemos um filme de ideia boa, mas que faltou disposição para explodir realmente, resultando em algo comum demais, com cenas previsíveis e intenções faltando serem melhor sacadas, o que resulta em uma produção que não chega a ser ruim, mas que para o gênero acabou faltando demais, e se tenho de culpar alguém, colocaria tudo em cima da diretora, pois motes não faltaram para que o filme fluísse melhor.
Sobre as atuações, diria que todos fizeram estilos próprios de jovens riquinhos que soltam verdades quando bêbados ou sob efeito de entorpecentes, e as atrizes souberam dominar bem esses estilos e entregar personalidade ao menos, mesmo que gritando demais para isso, de forma que Amandla Stenberg trabalhou sua Sophie com ares bem expressivos, soou desesperada em alguns momentos e ficou estática com alguns atos fortes, o que mostra que ao menos entendeu a proposta, mas poderia ter sido mais explosiva nos atos finais. Não sei se acostumei tanto com a expressividade "real" de Maria Bakalova no "Borat 2", que aqui sua Bee ficou tão insossa e deslocada que acabamos não entrando na sua onda, sendo morna demais para o que o papel precisava, e no final quis tentar tirar o atraso e não conseguiu, o que é uma pena. Os homens da produção fizeram alguns trejeitos mais chamativos, tentaram explodir e ser expressivos, mas nem Pete Davidson com seu Dave, nem Lee Pace com seu Greg conseguiram ir além no meio dos conflitos, de modo que ficamos meio que sem entender suas atitudes, e ficaram faltando com o resultado completo. E quanto as demais garotas Rachel Sennott pareceu uma luminária ambulante com os colares de festa no escuro com sua Alice, apenas andando e fazendo escândalos, Chase Sui Wonders nem teve muitas chances de aparecer com sua Emma, e Myha'la Herrold até tentou se impor em algumas cenas com sua Jordan, mas sem grandes atos.
Visualmente a trama usou de uma mansão bem ampla, mas não ousou tanto em espaços dela, concentrando a maioria dos atos nas escadas e numa sala, com alguns poucos momentos nos quartos e o começo na piscina, e nem mesmo o furacão foi usado tanto, apenas mostrando muita chuva do lado de fora e árvores quebrando, mas entregaram bons usos dos celulares com suas lanternas, algumas lanternas de cabeça e aqueles colares de festas que tem luzes fortes para ter iluminação no meio de tudo apagado dentro da casa, mas forçaram um pouco pois teve ato que parecia estar até com mais luz do que quando aceso as lâmpadas, ou seja, poderiam ter trabalhado um pouco melhor, e as cenas com sangue economizaram demais, não impactando como poderia (talvez pela escuridão não dar tantas nuances).
Enfim, é um filme que até tinha uma proposta ousada e interessante de ver, mas que foi executado sem grandes atos, e finalizado com algo ainda mais idiota, ao ponto que se olharmos bem a fundo, os idiotas em cena foram quem conferiu a trama esperando algo a mais, pois a trama é bem básica dos "terrores" adolescentes, e sendo assim não recomendo o filme para ninguém. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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