domingo, 23 de outubro de 2022

Netflix - A Escola do Bem e do Mal (The School For Good And Evil)

Já disse isso algumas vezes e volto a repetir que o cinema anda bem carente de novas grandes sagas para o público se conectar aos personagens, torcer por tudo e principalmente ter vários filmes com começo, meio e fim, mas também já disse que hoje os roteiristas e diretores não possuem mais poder de concisão, acabando alongando demais um livro/roteiro de modo que acaba virando uma série, ou se perdendo completamente nos cortes e entregando um filme confuso, então a torcida ainda segue. E com o lançamento da Netflix dessa semana, o longa "A Escola do Bem e do Mal" já começa com uma guerra monstruosa que é com os fãs do livro, pois todos queriam uma série de muitos capítulos e temporadas, para detalhar tudo o que sempre imaginaram ao ler, e felizmente Paul Feig e a própria Netflix não quiseram dessa forma, saindo agora o primeiro filme inteiro de 147 minutos, que alguns vão julgar longo demais, mas que foi perfeito para trabalhar bem a trama e entregar algo funcional com um começo rápido e pouco explicativo, um miolo bem trabalhado e interessante pelas possibilidades, e um final bem desenvolvido fechando essa "primeira" parte de uma maneira honrosa, deixando claro o flerte para uma continuação se acabar vendendo bem. Ou seja, funciona bastante, é interessante, tem a pegada clássica de uma boa saga de magia, então quem gosta do estilo irá ficar feliz, e os fãs iriam reclamar de qualquer forma, então é aguardar o resultado e torcer quem sabe por mais um ou dois filmes, pois valeu o tempo parado na frente da tela.

A sinopse nos conta que Sophie é uma menina que esperou sua vida toda para ser levada à A Escola do Bem e do Mal, uma escola que treina seus alunos para serem heróis ou vilões. Contudo, Agatha, que possui a antipatia de muitos por ser considerada uma bruxa, não está pronta para deixar sua única amiga ir, tentando impedir que Sophie parta. Nesse conto de fadas, as duas vão descobrir que o destino tem planos próprios, nem sempre acontecendo da maneira que esperamos.

Diria que o diretor e roteirista Paul Feig, que possui em seu currículo muito mais comédias do que filmes de aventura, encarou bem esse estilo diferente, pois soube dosar ares dramáticos explosivos e cenas com muitos efeitos em um bom balanceamento para que não ficasse algo forçado, e principalmente conseguiu pegar um livro que é abarrotado de detalhes e recriar algo que ficasse funcional dentro da trama de um único filme, ou seja, ele mudou alguns detalhes que muitos vão julgar cruciais do livro, e com isso conseguiu não precisar detalhar tanto vários momentos, o que é bacana de ver como cinéfilo, pois já disse que enfeitar tudo para ficar mostrando detalhe a detalhe de um livro cansa na tela, e assim embora tenha alguns defeitos e leves furos, o resultado acaba chamando bastante atenção e agrada mais do que desagrada. Ou seja, é um filme bem intenso, com boas lutas, cenas bem marcadas, e muito envolvimento entre os personagens, mas que o conteúdo da magia funciona e é bem trabalhado, ao ponto que acabamos gostando do que vimos na tela, e diria até que curioso talvez para ler mais e saber o que vem pela frente, já que são 6 livros, e aqui tivemos apenas os conteúdos do primeiro, então é aguardar se vai rolar, ou vão acabar por aqui, o que também não seria ruim, pois tivemos um bom começo, meio e fim totalmente bem expressados.

Sobre as atuações, aí entramos num problemão, pois as duas jovens protagonistas são boas atrizes, mas não chegam nem perto do carisma dos demais personagens, ou seja, por bem pouco o filme não é roubado pelas professoras, pelo diretor e até mesmo pelo príncipe, e isso é algo arriscadíssimo em uma produção do estilo, mas que acabou funcionando por completo. Dito isso, Sofia Wylie segurou bem a trama com sua Agatha, cheia de trejeitos bem colocados, criando momentos e envolvimentos corretos e bem chamativos, e principalmente não ficando artificial como uma boa protagonista deve fazer, e assim chamou atenção e agradou. Da mesma forma Sophia Anne Caruso foi expressiva e cheia de atitude com sua Sophie, botando força na desenvoltura e criando atos cheios de imponência para que sua personagem mudasse completamente durante o filme (aliás falando em mudança, a maquiagem dela feia ficou exagerada demais, de modo que não convenceu a textura, parecendo mais uma máscara do que um rosto realmente!). Agora chega a ser brincadeira o que Charlize Theron e Kerry Washington fazem com as professoras Lady Lesso e Dovey, pois ambas dominam o ambiente, criam empatia do público com as personagens, e acabam desenvolvendo tanto para o filme que acabamos torcendo para que elas apareçam até mais em cena, e não ocorre para sorte das protagonistas, mas foram muito bem no que fizeram. Ainda tivemos Kit Young como um Rafal bem imponente, cheio de olhares maldosos e intensidades bem colocadas, e ainda brincando no começo com seu irmão Rhian, tudo de uma forma bem interessante de ver, tivemos Jamie Flatters interpretando o jovem príncipe Tedros, filho de Rei Arthur, fazendo seus galanteios e lutas tradicionais do personagem, e claro ainda tivemos Michelle Yeoh como uma professora, Peter Serafinowicz como um excêntrico duende professor e Laurence Fishburne (que aceitou o papel pela filha que é fã dos livros) como diretor da escola, ou seja, um tremendo elenco que chama bem a atenção.

Visualmente a trama é muito bonita, cheia de ambientes imponentes, com muitas cores, figurinos fortes e lutas cheias de detalhes e símbolos, que acabam funcionando por completo junto de castelos, quartos, florestas, vilas antigas e tudo mais, mostrando que a equipe de arte trabalhou bastante para que o filme ficasse o mais próximo que os fãs desejavam ver, e assim chamar muita atenção. Claro que aqui tivemos alguns probleminhas, como já disse a maquiagem ficou estranha em alguns atos parecendo mais uma máscara de carnaval do que algo realista, tivemos alguns efeitos exagerados que até ficaram interessantes, mas não parecendo ter uma qualidade boa, porém como é de praxe, a história sobrepôs esses erros, então está valendo.

Enfim, é um bom filme que facilmente dava para melhorar em alguns sentidos, mas que funciona bem dentro do propósito, chama atenção por terem conseguido trabalhar um filme só ao invés de inventarem uma série, e assim sendo recomendo ele com certeza para quem gosta de sagas, magias e tudo desse universo de aventuras, então fica a dica, e veremos se vão adaptar todos os 6 livros ou se vão parar nesse, pois as críticas estão bem mistas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...