domingo, 16 de outubro de 2022

Netflix - A Maldição de Bridge Hollow (The Curse of Bridge Hollow)

Costumo dizer que gosto muito de filmes com temas pensantes, aonde acabamos desenvolvendo o tema com muitas ideias e reflexões, que somos surpreendidos por uma reviravolta monstruosa no final, mas também afirmo que é sempre bom dar um play numas besteiras de passatempo, e existem duas épocas que as plataformas de streaming (e agora mais raro os cinemas) surgem com filmes bem pipocas mesmo para o público rir e descontrair, que são o Natal e o Halloween, e eis que nessa semana a Netflix jogou mais uma boa trama do estilo no seu catálogo, que se chama "A Maldição de Bridge Hollow", mostrando uma cidadezinha que gosta bastante das decorações de Halloween, mas que por um erro de uma garota todos passam a ter vida para liberar o seu mestre, ou seja, algo bem bobinho e infantil que tento Marlon Wayans na frente era de se esperar até uma trama mais cheia de bobeiras, mas ele se conteve bem e entregou até que bons momentos, então quem gosta de ver uns filminhos de terror leve com ares bem mais cômicos do que assustadores, pode dar o play com a criançada que vai ser divertido.

A sinopse nos conta que em um dos feriados mais esperados do ano, o Halloween, uma adolescente desperta sem querer um espírito travesso na noite mais assustadora do ano. Se isso já não fosse ruim, a alma ainda faz com que as decorações ganhem vida, criando caos na cidade. Para evitar mais danos, ela terá que se juntar com a última pessoa que deseja para salvar a cidade e a festa.

O bacana do diretor Jeff Wadlow é que ele gosta bastante de inserir comicidade no meio do estilo terror, e tem se dado muito bem nas suas produções que acabam ficando descontraídas e bem produzidas para quem gosta de ver filmes de terror, mas não quer nada que não lhe deixe com medo, e assim ele tem ousado em refilmagens de clássicos como fez em "A Ilha da Fantasia" ou até mesmo em brincadeiras mais tensas como fez em "Verdade ou Desafio", e claro com tramas mais leves e soltas como fez no passado com "Kick Ass 2", mas sempre deixando bem livre para que os personagens principais se desenvolvam e entregue bons atos, tanto que acredito muito que a base que ele usou aqui, se a Netflix quiser joga logo em seguida um segundo longa natalino, já que os personagens secundários disseram que a cidade gosta muito das decorações e com isso gerar maluquices bem encaixadas, ou então já irem preparando para o Halloween do ano que vem, já que na cena final vemos outros muitos baús na casa, ou seja, dá para brincar bastante e entregar muito resultado, afinal o diretor é bom, a produção foi boa, e os atores são bem despojados para tudo, então é só brincar.

Sobre as atuações, confesso que dei o play no longa com muito medo, pois sabemos o estilo de bobeira que os Wayans costumam entregar, mas aqui Marlon foi bem colocado como um professor de ciências que acredita que tudo tem uma explicação científica, e que fica bem claro seu receio com a data festiva, então ele foi bem cético em vários momentos e fez poucas caras exageradas, o que acabou agradando nos momentos que pediam isso, e sendo assim seu personagem Howard Gordon foi bem trabalhado, e acabou agradando no que fez. Priah Ferguson se destacou bastante na série "Stranger Things", e aqui sua Sydney é bem colocada, tem boas desenvolturas expressivas, não se segurou nos atos mais dinâmicos e acabou chamando muita atenção para si, de forma que acabamos torcendo por ela, o que é bacana de ver na tela. Quanto aos demais, a maioria deu conexões para os protagonistas, como a mãe que gosta de uma culinária vegana sem glúten que faz quase mini-tijolos para a festa de Halloween, bem colocada por Kelly Rowland, o diretor da escola que curte trabalhar com coisas exóticas bem encaixado com John Michael Higgins, o vizinho fanático por "The Walking Dead" bem maluco que Rob Rigle fez, e até a prefeita exagerada que fez bem seus atos vivida por Lauren Lapkus, mas quanto das crianças pareceram sem vontade, com um grupinho de fãs paranormais bem fora da caixinha que não empolgam em nada, então poderiam ter até minimizado as cenas deles.

Visualmente o longa é um luxo só, com uma cidade inteira repleta de decorações de Halloween das mais simples até uma aranha gigantesca, cheio de animatrônicos para andarem atacando, uma cena numa asilo abarrotado de aranhas, vários personagens temáticos muito bem encaixados, ou seja, quase uma festa dessas de parques de terror na tela, com tudo bem trabalhado, não sendo apenas um bicho jogado na tela, e mesmo os atos mais simples foram bem representados com bons efeitos e envolvimento da equipe de arte do começo ao fim.

Enfim, é um bom filme de passatempo, pois não tem cenas que vamos nos impressionar ou querer indicar ele como algo que não é, e como já disse isso é muito bom, pois diverte sem grandes apelações, e entrega uma produção de época bem feita que funciona no que se propõe, então fica a dica, e vamos esperar o que mais virá nesse mês de outubro, afinal Halloween ta aí e os streamings não nos decepcionam nessa época. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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