O diretor e roteirista John Lee Hancock sabe brincar demais com adaptações literárias, e já provou isso com tramas de todos os estilos possíveis, e aqui ele ousou bem em uma trama com a assinatura de Stephen King, ou seja, o mestre do terror, no livro de contos "Com Sangue" e que sem precisar soar criativo demais, nem explicar tanto, conseguiu que seu filme fosse tenso de atitudes aterrorizantes, mas singelo no envolvimento completo, de forma que você não vai tomar sustos gratuitos nem ficar sem dormir após a conferida, mas sim pensando um pouco nas conexões que um celular pode transmitir, nos simbolismos ocultos em alguns atos, e claro também na força de expressão, afinal um desejo pode ir além. E assim sendo o filme tem intensidade e boas dinâmicas, causando leves pensamentos no público, fazendo com que pensássemos se realmente o fantasma está matando as pessoas, se é algo estilo uma dark web, ou apenas coincidências, mas que felizmente não nos é entregue essa resposta, deixando que o público faça isso mentalmente, e funciona demais.
Sobre as atuações, Jaeden Martell tem crescido bastante tanto em estatura quanto nas suas interpretações, ao ponto que aqui o filme sendo quase todo narrado e atuado por seu Craig pareceu um pouco exagerado, mas suas dinâmicas não foram estragadas de forma alguma, seus trejeitos foram bem colocados em todos os momentos desde os mais simples até os mais tensos, e conseguiu brilhar bastante com toda a essência que passou na tela, ao ponto que seu carisma faz o público torcer pelo garoto e entender muito bem seus pensamentos, e com isso o acerto foi bem nítido. Claro que o jovem também contou muito com toda expressividade de Donald Sutherland para criar um ótimo vínculo entre o garoto desde pequeno (muito bem interpretado também por Colin O'Brien) até sua juventude, e o ator sênior brincou muito com o ar esnobe por vezes, mas conectado com quem lhe ajuda, de forma que seu Harrigan é fechado, porém bem amplo e com ótimas nuances de se conectar. Ainda tivemos boas participações de Joe Tippett como o pai do garoto, Kirby Howell-Baptiste como a professora favorita do jovem, e Cyrus Arnold como um jovem briguento e rival do protagonista na escola, mas sem dúvida vale ver a conexão bacana dos demais empregados da mansão, com destaque para Peggy J. Scott com sua Edna, que vai deixar o jovem com uma boa pulga atrás da orelha.
Visualmente o longa foi bem simbólico com uma mansão grandiosa isolada com vários ambientes, mas tendo o destaque claro para a biblioteca aonde o jovem passa o tempo lendo para o ancião, a premiação do garoto sempre com as raspadinhas diabólicas, sua casa simples, e claro a escola com os jovens extremamente grudados nos celulares (o filme não se passa nos anos atuais, sendo lá no comecinho dos primeiros Iphones, e já mostra o quão viciada a galera era, então nem se fale como é hoje), temos claro a igreja aonde ocorrem os cultos e velórios, e claro todo o detalhamento das mensagens, além da faculdade que o jovem vai cursar e a clínica de reabilitação bem chique, ou seja, são poucos, mas bem detalhados e sempre tendo muito a conexão como detalhe, e isso funciona bem para toda a dinâmica da trama.
Enfim, não é um longa brilhante, mas tem estilo, e sendo simples com boas nuances de terror/horror funciona para agradar desde o iniciante no gênero até quem curte algo mais elaborado e apenas quer relaxar, valendo com certeza o play para começar bem o mês do terror nas plataformas de streaming. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal essa semana veio recheada para o interior, então abraços e até logo mais.
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