Diria que o diretor Mike Barker foi bem direto no que desejava apresentar em cima do roteiro e do livro da escritora Jessica Knoll, pois não sentimos a explosão acontecer como não deve ocorrer em um filme do estilo, mas sim vamos sentindo o pavio andando e toda a preparação com olhares, com desenvolturas e propensões para que a curiosidade flua bem, e com muitos recortes e entregas ele nos leva a sentir tudo o que a jovem passou, todos os detalhes de seus atos pensados e não pensados, de suas reflexões e abstrações, e principalmente brinca com o tema da melhor forma possível para que não ficasse pesado mesmo sendo bem pesado. Ou seja, ele foi muito bem na representação do livro, porém sua experiência maior é de séries e isso é bem notável já que ele deu um floreio muito grande nos primeiros atos e precisou correr nos atos finais, não sabendo encurtar o tema e os devidos enfeites cênicos, mas não atrapalha tanto, afinal resoluções rápidas são sempre bem vindas quando não entram em motes reflexivos, e aqui isso aconteceu de uma forma bem feita.
Sobre as atuações, Mila Kunis trabalhou muito bem sua Ani, com olhares diretos e uma expressividade imponente de nível máximo, sabendo dosar sensações com muita precisão, não titubeando com nuances mais leves, e agradando bastante nos ares mais reflexivos da personagem, de modo que acabamos sentindo suas sensações, o que é um luxo, e sua versão jovem feita por Chiara Aurelia foi tão boa quanto, fazendo olhares marcantes e passando muito sentimento em tudo o que sofreu, tanto com a mãe quanto com os garotos, ousando em aberturas e dinâmicas o que fez dela uma ótima protagonista também nas cenas mais tensas. O foco do longa é basicamente as duas atrizes, mas tivemos atos bem trabalhados de Finn Wittrock como o noivo da protagonista bem marcante nos atos com ela, Connie Britton como a mãe da jovem, trabalhando em situações meio que exageradas, mas passando bem todo o ar que a jovem detesta, e claro Alex Barone e Carson MacCormac fazendo Dean na versão atual e na jovem, ambos bem encontrados nas situações duras da jovem. Ainda tivemos momentos bem colocados do diretor do documentário vivido por Dalmar Abuzeid, Jenifer Beals fazendo uma editora bem imponente e Scott McNairy como Mr. Larson, mas sem dúvida entre os secundários vale destacar Thomas Barbusca e David Webster, pois apareceram pouco, mas foram bem imponentes no ato de ataque com seus Arthur e Ben.
Visualmente o longa tem um bom estilo, com cenas numa editora de revistas, vários ambientes de escolha de roupas e presentes de casamento, uma mansão bem chique da família do noivo, a escola da garota nos tempos de aula e também depois para o documentário, e claro a festa aonde todo o problema ocorre, com cenas fortes e de gatilhos para algumas garotas, além de cenas em trens, e muitas dinâmicas bem espaçadas e com as devidas explicações diretas de sentimentos. Ou seja, é um filme que mistura no visual atos ricos e atos bem sujos, que conseguem se contrapor tanto em cena, quanto na mente de quem pegar toda a síntese, valendo bem o trabalho da equipe de arte.
Enfim, é um bom filme, que tem um tema bem forte e um desenvolvimento bem interessante e inteligente, que talvez até pudesse ser melhor e mais direto, mas que agradou bastante com estilo e boas atuações, então quem curte uma pegada mais travada vai curtir com certeza, valendo a recomendação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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