Diria que o diretor Daniel Stamm gosta do tema exorcismo, pois já usou em seu filme "O Último Exorcismo" (que não foi o último, pois teve parte 2 com outro diretor!), e sabe trabalhar bem sem criar filmes de apavoro, daqueles que os personagens ficam com mais medo do que os expectadores, ao ponto que seu filme aqui tinha tudo para ser incrível, afinal não lembro de cabeça nenhum filme que tivesse uma escola de exorcistas, e daria muito mais uso trabalhar as aulas teóricas com alguns casos intensos, mas só deu a fachada para alguns momentos e logo na sequência trabalhar bem mais a história da protagonista, seu envolvimento com a garotinha e também a essência do padre latino (que aliás o demônio devia curtir ele, pois matou os outros 3 padres no ambiente e poupou ele da morte imediata), e assim seu filme até funciona, envolve e cria bons momentos, mas ficou algo simples e sem tanta tensão, sendo bacana de ver, porém sem grandes atos fortes que causassem um algo a mais no público. Ou seja, não é um filme ruim, mas se perdeu um pouco ficando mais do mesmo, que logo na conversa da garota com o padre já montamos todo o final, e assim falta aquele algo a mais para impactar.
Sobre as atuações posso falar que Jacqueline Byers foi bem interessante com sua Ann, desenvolveu trejeitos interessantes e bem trabalhados e causou impacto nos momentos mais tensos, mas faltou chamar a responsabilidade realmente para si, ficando sempre apoiada nas situações, sendo que o filme se verteu mais a ela do que a escola como já disse, então poderia ter ido mais além. A garotinha Posy Taylor estreou bem, fez trejeitos fortes em sua possessão, e criou dinâmicas bem marcantes em todos seus atos, tendo nuances bem expressivas e que chegam a dar alguns arrepios, ou seja, já vai ser chamada para muitos filmes de terror com certeza. Christian Navarro acabou caindo de uma forma interessante com seu Padre Dante, tendo algumas desenvolturas bem tradicionais do estilo, mas sem muitas expressões chamativas nos atos tensos, ao ponto que ficou parecendo que atuou muito com tela verde e não sabia o que realmente devia fazer em cena, ou seja, ficou um pouco falso. Ainda tivemos outros bons personagens, mas a maioria apenas fazendo conexões, valendo um pouco mais para o estilo imponente de Colin Salmon como Padre Quinn, mas nada que fosse chamativo demais.
Visualmente a escola/hospital foi bem interessantemente construído com celas tecnológicas bem fechadas para que os pacientes não saíssem atazanando as almas dos padres e freiras, tivemos alguns quartos simples, porém bem mais trabalhados do que um convento realmente, e bons elementos cênicos tradicionais de filmes de exorcismos, além das cenas fortes na casa da irmã do padre com um ventilador caótico com pedaços voando, e algumas catacumbas bem trabalhadas no fundo da escola, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante.
Enfim, é um bom filme do gênero, que agrada pelo estilo, que causa alguns sustos gratuitos, mas que não vai muito além, e que claro deixa uma pontinha no final para uma continuação agora no Vaticano, porém volto a frisar que gostaria de ter visto mais momentos de "aula" mesmo, que aí a intensidade da trama mudaria, e sendo assim recomendo ele com algumas ressalvas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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