Diria que é bem fácil enxergar que a diretora Lila Neeugebauer tentou florear demais o sentimentalismo da trama e acabou se perdendo em seu primeiro longa-metragem, pois facilmente a trama toda seria para um média-metragem, já que o drama ali é o se reencontrar e fazer as pazes consigo mesmo da protagonista, de ver que melhorou, mas nunca mais será a mesma, e de saber se controlar na forma de falar com as pessoas, de se doar parte e tudo mais, e aqui isso se vê tanto por ela com sua lesão, quanto com o mecânico que também teve seu trauma, e ao dimensionar a nova vida de ambos o filme até flui, até cria a reflexão, mas não vai muito além. Ou seja, se você não entrar na mesma síntese que a diretora queria passar, o filme passa e você nem vê, mas se refletir junto e pensar nas situações, o resultado até acaba sendo bonito e interessante.
Sobre as atuações, Jennifer Lawrence entregou uma carga dramática bem encaixada para sua Lynsey, de modo que vemos a tensão no olhar, a vontade de querer se recuperar, mas também os efeitos de ficar sem os remédios, ao ponto que ela até chega a criar um vínculo expressivo com o público e com seu parceiro de cena, mas ao mesmo tempo que está ligada, também some e fica pensativa, e esse papel traz pra ela algo muito denso que talvez precisasse de mais amplitude cênica, mas que como uma boa atriz conseguiu dominar e acaba agradando no que faz. Da mesma forma Brian Tyree Henry também entregou boas desenvolturas com seu James, demonstrando muita simpatia e carisma para com sua parceira das cenas, teve atos e expressões fortes para contar sobre o seu acidente, e foram bem marcantes suas cenas com a prótese, ao ponto que sua entrega chama atenção, e mesmo parecendo meio desleixado em alguns atos sob efeito da bebida e do cigarro, ele soube dosar a emoção e chamar muita atenção. Quanto aos demais, cada um passou sua forma de entrega, não tendo grandes atos com a mãe vivida por Linda Emond, nem com a cuidadora nas cenas do começo vivida por Jayne Houdyshell, e assim o foco ficou somente nos dois mesmos.
Visualmente a trama não tem grandes chamarizes, talvez trabalhando um pouco mais na reflexão da limpeza das piscinas, pois como o dono da empresa fala: se conhece muito das pessoas pelo dreno da piscina, então vemos algo meio como uma purificação da alma ali com ela limpando e depois entrando na água para se refrescar, tendo piscinas de todos os tipos e formas, vemos também vários passeios, todo o lance com os carros antigos e suas reformas interiores, e por aí vai, mostrando que a equipe de arte precisou filosofar também para que tudo fosse bem mostrado, e conseguiram.
Enfim, é um filme com uma pegada que muitos talvez nem entre no clima, mas que mostra boas atuações, uma química introspectiva interessante, e que até faz refletir, e que assim sendo até talvez caia no gosto das premiações para que o longa consiga algumas indicações (ganhar eu duvido!), mas que tem muita coisa boa nesse ano, então veremos o que acontece, e fica a dica para quem gosta do estilo dar o play. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais filmes, então abraços e até logo mais.
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