Diria que o diretor e roteirista Santiago Loza foi muito preciso nos sentimentos que desejava passar em sua obra, ao ponto que o filme num primeiro momento pode parecer estranho, mostrando a vida meio que bagunçada dos protagonistas, seus atos e desenvolvimentos, ver cada personagem que passa por suas vidas, e tudo parece meio desconexo sem muito eixo, mas se você for refletindo junto com ele, você vai sentindo todas as amarguras, todos os preconceitos e dores que cada um tem, seus anseios atuais e passados, e com isso ele não apenas dá voz ao alienígena sem falar uma palavra sequer, como coloca como se todos fôssemos alienígenas, cada um com uma maneira de viver, cada um com uma perspectiva e passando por diversos momentos. Ou seja, o diretor foi muito amplo em pouquíssimo tempo de tela, foi simbólico, porém direto no que precisava, e assim chamou muita atenção em um filme diferente de tudo que já vimos, mas que mesmo sendo bem simples agrada tanto quanto um filme muito complexo.
Sobre as atuações diria que não teve um grande destaque por nenhum dos três protagonistas, de forma que Romina Escobar deu boas nuances emocionais para sua Tania cheia de envolvimento, Luis Soda trabalhou um ar mais depressivo com seu Pedro, mas amplo para sempre ajudar e cuidar de Tania, além de estar meio em conflito com si mesmo, e Paula Grinszpan também recaiu para ares mais fechados, mas está mais aberta a tudo dos seus desejos, e assim acabamos entrando bem na viagem dos três, acompanhando seus sentimentos e fluindo muito bem em cada ato mostrado na tela. Quanto aos demais nem posso falar que foram coadjuvantes, mas sim figurantes de luxo com algumas falas e desenvolturas, sempre conectando aos atos dos protagonistas, o que acaba sendo muito útil e interessante de ver também.
Visualmente o longa foi bem simples como um road-movie deve ser, sem enfeitar nada, mas passando por muitos ambientes, trajetos no meio da floresta, bares e restaurantes dos mais variados estilos, casas destruídas, e até mesmo o alienígena roxinho foi bem simpático e interessante de ver, de forma que não temos nada muito elaborado, mas que repleto de símbolos acaba sendo bem funcional e correto.
Enfim, é um filme que muitos com toda certeza vão olhar torto e nem pensar em assistir, mas que trabalha tudo tão bem, que mesmo tendo um ar mais simbólico funciona e envolve, e assim sendo recomendo com certeza para os mais variados públicos, pois se abrir a mente para toda a discussão não vai nem estranhar qualquer fato mostrado na tela. E é isso meus amigos, ele estreia dia 01/12 nos cinemas, então fica a dica de conferida, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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