Hill Of Vision - A Incrível História de Mario Capecchi (Hill of Vision - L'Incridibile Storia de Mario Capecchi)

11/13/2022 01:22:00 AM |

Muitas vezes quando vemos uma pessoa recebendo um prêmio famoso como é o caso do Nobel, achamos que a pessoa teve uma boa vida, viveu crescendo nos melhores colégios e tudo mais, e nem sequer nos passa pensarmos que a pessoa roubou para matar a fome, sofreu na guerra e chegou até a ser expulso por excessos de selvageria, e isso foi só um pouco do que contei sobre a infância e a juventude de Mario Capecchi que nos é mostrado no longa "Hill Of Vision", que trabalha bem toda a ânsia do jovem, seu carinho para com a mãe e com seus amigos e todas as desenvolturas que viveu, e que assim acabamos nos afeiçoando e conhecendo um pouco dele, porém poderiam ter ido até mais além, pois como o Nobel foi com a idade de 70 anos, poderiam ter chegado até algo próximo disso e não só até seus quase 18. Ou seja, é um bom filme, tem cenas bem impactantes e emocionantes, afinal estamos falando de uma guerra, de transtornos e de abandono, mas faltou ir além para conhecermos sua biografia realmente, e isso já estou começando a notar que as biografias atuais andam pegando trechos tão pequenos da vida da pessoa que nem temos muito desenvolvimento, e isso pesa, pois mesmo ficando um bom filme, acabamos não conhecendo realmente a pessoa homenageada.

O longa nos situa na Itália, em plena Segunda Guerra Mundial. Depois que sua mãe é presa por fascistas, Mario passa a infância nas ruas. Em 1947, ele e sua mãe são milagrosamente reunidos e começam uma nova vida na América.

Diria que o diretor e roteirista Roberto Faenza ao conversar com Mario quis pegar os anos mais difíceis de sua vida e retratar essas memórias, pois basicamente no que é mostrado vemos a época conflituosa da guerra aonde viveu na rua fugindo da fazenda aonde a mãe deixou para ser cuidado, vemos alguns dias conflituosos com o pai bêbado, vemos ele num orfanato aonde teve sua primeira paixão, e depois de sua ida para os EUA vemos ele como um imigrante que é sofre com o bullying, não se encaixa no meio e só quando entra pro wrestling que passa a ter um pouco mais de seguir regras, ou seja, tudo que um médico renomado jamais passaria de boas impressões, e talvez seus anos seguintes tenham sido mornos demais para que o diretor não quisesse colocar em cena. Ou seja, é um filme bem representativo, que mostra um pouco de sua ansiedade, e também conseguimos olhar a fundo aonde ele foi estudar, pois como disse em vários momentos gostaria de achar um jeito de curar a alma de sua mãe, e talvez depois quis curar sua explosão, e isso é bem notável de ver com os vários atos escolhidos.

Sobre as atuações, ambos os garotos Lorenzo Ciamei como Mario na Itália, quanto Jake Donald-Crookes nos EUA foram muito bem dinâmicos de atitudes, cheios de envolvimentos e explosões, tendo o primeiro se saído melhor com olhares e envolvimentos, enquanto o segundo foi mais explosivo e cheio de nuances, mas ambos se conectaram bem e mostraram uma personalidade forte e interessante, o que mostra vontade e agrada com simplicidade, só diria que há um leve problema no filme que é a dublagem em italiano dos atos nos EUA, pois o filme ficou muito falso com todos falando italiano na escola e numa clínica e tudo mais, então não vi direito o segundo se expressando realmente. Sofia D'Elia foi muito emocional ao ponto de sua Frank cair como uma luva nos momentos bem dosados de sentimentos com o garotinho, ao ponto que ela flui tão bem que seu Irmão junto dela vivido por Ruben Buccella não precisou dizer uma palavra e conseguiu chamar atenção em tudo. Ainda tivemos bons atos com Edward Holcroft e Elisa Lasowski com seus Edward e Sarah cheios de vontades e boas intenções, mas que pesaram um pouco nas vozes italianas para eles, não caindo dentro de seus trejeitos, o que não atrapalha, mas também não brilha, e claro o destaque ficando para Laura Haddock como Lucy, a mãe de Mario, e Francesco Montanari como Luciano seu pai sempre bêbado e completamente a favor do fascismo na Itália enquanto a mãe era contrária.

Visualmente o longa é bem interessante de proposta, mostrando um pouco da guerra com aviões atacando crianças, vemos alguns italianos bem favoráveis ao regime fascista com todo seu ar patriótico, vemos os orfanatos administrados pela Igreja bem simples, mas com jovens sendo levados das ruas para lá, e vemos uma comunidade bem organizada num primeiro momento nos EUA, mas que depois acabaram nem desenvolvendo tanto ela, deixando meio de lado para mostrar mais a escola e a casa do jovem, esquecendo o restante dali. Ou seja, é um filme honesto com o que foi desenvolvido, mas sem grandes chamarizes visuais.

Enfim, é um bom filme biográfico, que foi bem simples de proposta por fechar num tempo caótico aonde puderam elaborar fantasias e retratos de uma época interessante, mas que ficou artificial demais na dublagem italiana nas cenas americanas, e que poderiam ter ido mais além na vida do jovem mostrando seus estudos e pesquisas até chegar no Nobel, mas não era a ideia original do filme, então fica sendo bacana apenas para ver que as vezes vemos alguns jovens que não vemos futuro, e podem ter jeito na vida e bem mais para frente dar muito orgulho. E assim sendo fica a recomendação de mais um longa do Festival de Cinema Italiano, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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