Diria que o diretor Julien Rappeneau foi muito singelo na condução dessa obra que é baseada num quadrinho espanhol de Mario Torrecillas e Arthur Laperla, pois ele não quis abusar demais na comicidade que o filme poderia ter, e também não quis apelar na dramaticidade de algo digamos forte que são as mentiras, de modo que ele deu um tom mais ingênuo e bem alocado para mostrar a preocupação do garotinho em tentar fazer seu pai voltar a ter alegrias, e com isso usando toda sua sagacidade para mentir e com a ajuda de um amigo aumentar ainda mais a mentira para que tudo funcionasse bem. Ou seja, é uma direção bem elaborada, sem riscos, mas também bem precisa nas dinâmicas para que o filme não ficasse bobinho demais, mas sim emocional na medida certa para agradar a todos.
Sobre as atuações, o garotinho Maleaume Paquin foi a escolha mais minuciosa e acertada que o diretor já fez na vida dele, pois foi tão bem encaixado com seu Théo tanto nos atos jogando bola, como nos atos com os adultos, e ainda mais nas conexões com os amigos, de forma que não conseguimos tirar os olhos dele com o carisma que acaba entregando, sendo perfeito em movimentos, em atitudes e olhares e fluindo sem enrolar o público, o que acaba agradando demais. Da mesma forma François Damiens se entregou por completo para seu Laurent, mostrando as facetas de alguém deprimido, com problemas com bebida, e claro sua mudança para algo maior, ou seja, ele diverte e chama muita atenção em tudo. Ainda tenho de falar muito bem dos amigos Ismaël Dramé com seu Karim bem divertido, a jovem Cassiopée Mayance com sua doce Romane, e principalmente Pierre Gommé com um Max icônico que entrou completamente na loucura do protagonista aumentando a mentira em níveis incríveis de informática, ou seja, uma turminha bem encaixada. Quanto aos demais adultos, todos foram bem conectados, cada um da sua maneira, com o técnico bem direto e sonhador, o assistente atrapalhado que gosta mais de confeitaria do que de futebol, a mãe do garoto tentando uma vida nova com o namorado, valendo então dar um leve destaque para a assistente social bem disposta que Laetitia Dosch fez e que felizmente o diretor não quis colocar um romance em segundo plano atrapalhando o filme.
Visualmente a trama tem boas sacadas mostrando um campo de treino, vemos alguns jogos, temos a escola do garoto, um bar tradicional bem montado, o quarto/apartamento do amigo hacker que vive no seu mundinho, temos a casa da amiga com um quarto bem diferenciado, o escorregador no meio de um lago bem envolvente, algumas cenas em escritórios e muito mais, sendo um longa bem produzido e dinâmico, aonde tudo encaixa, tudo tem seus devidos símbolos, e o resultado acaba chamando muita atenção em até elementos cênicos bem simples como aulas de inglês em fitas K7, todos os mimos do time do Arsenal e muito mais, ou seja, um trabalho primoroso nesse sentido.
Enfim, sei que muitos amigos críticos vão achar a trama infantil demais, algo bem Sessão da Tarde, mas toda a alegoria desenvolvida na trama acaba emocionando e agradando bastante, sendo algo que vale recomendar e se envolver com tudo o que é mostrado, e que como disse no começo veio na época certa para recomendarmos, afinal chegou a época do futebol, então fica a dica para todos verem ele nos cinemas a partir do dia 24 de novembro, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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