Em seu primeiro longa metragem depois de muitas séries e novelas, o diretor Márcio Trigo não conseguiu sair do estilão delas, pois mesmo não tendo lido o livro blockbuster de Zíbia Gaspareto imagino que daria para não fazer conexões tão rápidas com tudo como acabou acontecendo na trama, mas ao menos ele trabalhou bem a produção por completo com ambientes bem interessantes, teve uma fotografia bem bonita com nuances e desenvolvimentos chamativos, e felizmente seu elenco não soou artificial, pois a história daria para ficar um dramão mexicano de novela de emissora ruim, mas ele soube segurar a ideia toda e o resultado ficou como uma boa novela de emissora mais rica. Ou seja, é uma história que comove, que quem acredita em reencarnações sabe das possíveis conexões entre pessoas, mas que ficou meio exagerado tantas sub-conexões entre tantos personagens interligados, que não dá para imaginar sem pensar numa novela, que claro teve gente chorando emocionada no cinema (umas senhoras atrás de mim), teve pessoas saindo refletindo e comentando, mas no meu caso esperava um pouco mais de um livro tão famoso.
Sobre as atuações, acabei gostando de ver Giovanna Lancelotti bem segura com suas Marina e Sofia, de modo que a atriz fez trejeitos marcantes, dosou suas atitudes e até desenvolveu um certo ar de pessoa determinada, ou seja, foi a protagonista que o longa precisava. Da mesma forma Mika Guluzian trabalhou suas Maria Eugênia e Maria, porém dando já um estilo de insegurança mais forte para suas personagens, um ar meio desequilibrado e até dinâmicas mais fechadas, mas isso era o que o papel pedia, não parecendo erro da atriz, o que acabou chamando bem a atenção, e agradando de certa forma. Rafael Cardoso fez os famosos ares de terapeutas com seu Rafael, enchendo sempre as pessoas de perguntas, falando com muita calma e desenvolvendo bem suas atitudes, de forma que até passou um ar de galanteio em algumas conversas, mas foi bem certo no que precisava fazer também. Tiago Luz foi dos quatro protagonistas o que menos teve cenas, de modo que seu Henrique até tem alguns atos explosivos marcantes e acertados em cena, mas não foi muito além. Quanto aos demais, diria que cada um teve sua participação bem encaixada na trama, mas sem grandes chamarizes e envolvimentos, o que acaba pesando um pouco toda a responsabilidade nos quatro protagonistas, não valendo dar destaque positivo para ninguém mais não, e negativo ficou um pouco para Fernando Alves Pinto com seu Pierre, pois ficou um francês falso demais para qualquer filme.
Visualmente o longa é bem bonito, com ambientes chiques e caros, com carrões importados para todos os lados, restaurantes de luxo, livrarias de luxo, mansões e tudo mais, parecendo que é um filme de classe altíssima, inclusive o centro espírita tem um visual bem trabalhado que parece ser de classe alta, ou seja, tudo bem imponente, mas que funcionou dentro da proposta, então está valendo.
Enfim, já vi muitos filmes espíritas melhores (inclusive acho que fui esperando demais desse e por isso enchi mais de reclamações do que de elogios), mas também já vi alguns bem piores, então posso dizer que o resultado é bom de história, mas mediano de envolvimento, não sendo daqueles que vamos lembrar por ter se emocionado com a entrega, mas sim daqueles que exageraram demais em tudo. E é isso meus amigos, digo que recomendo ele com muito mais ressalvas do que elogios, então fica a dica somente para quem seguir a doutrina espírita que aí pode ser que acreditem mais nas conexões exageradas do filme, e assim eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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