Diria que a diretora e roteirista Sally El Hosaini soube trabalhar muito bem a história das jovens garotas sem precisar apelar nem florear demais, pois seu filme já trabalha bem todas as dinâmicas, tem as devidas conexões com tudo, e principalmente por ser uma história que o mundo inteiro viu os atos finais, todos ficaram com muita vontade de saber tudo o que a garota passou para chegar nas Olimpíadas, e com isso foi apenas estruturar a história do livro que foi feito e desenvolver bem toda a simplicidade das jovens com ótimas imagens. Ou seja, é daqueles filmes feitos com um olhar mais técnico para que o público se sinta presente na vida e nos momentos da protagonista, e isso funciona muito bem dentro de tudo o que foi proposto, tem todo o estilo visceral para que a trama condiga com os momentos, e funciona com as boas escolhas tanto fotográficas do ambiente, quanto sonoras nas canções e trilhas para arrepiar e pegar no fundo da alma do espectador, sendo assim um filme primoroso.
Sobre as atuações, posso dizer sem sombra de dúvida que colocar as irmãs Nathalie Issa e Manal Issa como Yusra e Sarah foi uma das melhores escolhas que os produtores já tiveram, pois mesmo que Nathalie não tenha tanta experiência cênica como sua irmã Manal, ambas tiveram muita química nos olhares, desenvolveram personalidades bem opostas e interessantes para cada estilo, com a primeira indo para o lado mais emocional e competitivo nadando e a outra indo para o lado da ajuda e do reencontro pessoal, e com isso ambas fizeram bons trejeitos, dinâmicas e marcaram presença cênica em tudo, o que acaba agradando demais. Ainda tivemos atos divertidos e carismáticos com Ahmed Malek e James Krishna Floyd com seus Nizar e Emad, trabalhando cada um da sua forma e desenvoltura para se conectar bem com as garotas, e claro tivemos bons momentos direcionados com Matthias Schweighöfer como o treinador Sven com um carisma bem trabalhado, Ali Suliman como o pai das garotas bem durão e Nahel Tzegai como uma refugiada que teve boa conexão com as garotas, de modo que cada um foi simbólico para cada momento da trama, e o resultado funcionou bem.
Visualmente a trama é bem intensa, com cenas na Síria mostrando os bombardeios, as ruas tomadas de pessoas armadas, as revistas nos ônibus, mostra também um pouco das festas aonde Nizar é DJ, vemos depois os dias em Istambul procurando um contrabandista para levar as pessoas, vários tipos, os coletes salva-vidas sendo vendidos em tudo quanto é canto e o aviso no avião que é proibido roubar os da aeronave, tivemos os duros atos no meio do mar, e depois todo o processo duro na Grécia aonde os refugiados são completamente mal vistos até com dinheiro, tivemos os duros atos na Hungria e claro depois o processo vivendo em alojamento de refugiados na Alemanha, além do centro de treinamento, e claro o fechamento ocorrendo no Rio de Janeiro, que foram bem trabalhadas todas as imagens para refazer os jogos na tela, ou seja, um trabalho minucioso da equipe de arte que funcionou muito bem, e agradou em cheio.
Enfim, é um tremendo filmão que é até longo para mostrar um pouco de tudo, mas que não cansa e envolve bastante, emociona na medida certa e que vale demais a recomendação, então fica a dica para todos verem sem preconceitos, e o resultado vai agradar com toda certeza. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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