Um dos estilos que mais gosto de ver para relaxar e envolver é o de fantasia, pois o mundo real é algo que dá muita dor de cabeça, então embarcar em algo ficcional bem bonito, cheio de cenas multicoloridas, com efeitos bem trabalhados e ainda por cima tendo uma história bacana para entrar e vivenciar acaba sendo algo tão gostoso que nem vemos o tempo passar. E nessa semana eis que a Netflix lançou sua grande aposta de final de ano, "Terra dos Sonhos", que posso assinar embaixo como um tremendo filmaço com um elenco que embarcou completamente na ideia, que trabalhou bem toda a desenvoltura do crescer e perder os sonhos, do acreditar no que deseja fazer, e mais do que isso, nos entregaram uma trama que brinca com tudo como todo bom filme fantasioso deve fazer, sendo que dá para pegar logo de cara toda a sacada da trama, mas o envolvimento nos toma logo em seguida e acabamos viajando tanto com os protagonistas que nem ligamos mais para o que já sabemos, de forma que torcemos para a garotinha conseguir rever o pai, torcemos para o monstrão conseguir acordar, e principalmente torcemos pela aventura em si. Então minha recomendação é que você assista ao filme se desligando completamente do real, de querer algo certinho, que embarque nessa viagem pelos sonhos dos outros, e que quem sabe a Netflix acredite e queira fazer uma continuação, pois já fecharam bem a história, mas o porquinho se mexeu no final, então quem sabe!
A sinopse nos conta que depois que seu pai Peter (Kyle Chandler) se perde no mar, a vida da jovem Nemo muda completamente, ao ser enviada para morar com seu bem-intencionado, mas totalmente desajeitado, tio Phillip. Sua nova escola e rotina são desafiadoras, mas ela descobre um mapa secreto para o mundo dos sonhos de Slumberland, que a conecta a Flip, um fora-da-lei rude, mas adorável, que se torna seu parceiro e guia na aventura. Rapidamente a dupla excêntrica encontra uma incrível jornada, atravessando sonhos e fugindo de pesadelos, e Nemo começa a ter esperanças de se reunir com seu pai mais uma vez.
Sabemos bem que o diretor Francis Lawrence se dá muito bem com fantasias, tanto que seus melhores filmes foram os que ele se deixou levar pela trama e embarcou no projeto sem ficar pesando tanto a mão, e aqui ele trabalhou muito bem o roteiro de David Guion e Michael Handelman com uma desenvoltura tão leve e carismática que em alguns momentos pensamos até que Jason Momoa estava livre para fazer o que quiser em cena, e isso não é ruim, pois abriu o filme para algo mais amplo, bonito e bem encaixado. Claro que temos momentos sérios, pensamentos que podem trazer algumas reflexões sobre o se prender a detalhes, o não querer ter uma vida real, e isso pesa também na mão do diretor, mas ele não engessa o filme e dá logo abertura para que a trama vá além e ache soluções práticas para tudo isso. Ou seja, é o famoso filme que parece brincadeira, mas que se levado a sério dá para trabalhar reflexões também, mas que é tão leve de conteúdo que flui, e dá para assistir emocionado com toda a família, sendo mais um grande acerto do diretor e sua equipe.
E já que falei que Jason Momoa esteve livre para fazer o que quisesse, seu Flip é muito determinado e divertido no que entrega, ao ponto que foi modelado com um estilão meio diferente do usual que vemos o ator fazendo, mas que ele conseguiu dar nuances leves para um "fora da lei", trabalhou essências bem bonitas e atrativas mesmo com um ar sujo, e o principal, se divertiu demais em cena, ficando claro que adorou o personagem e tudo o que pode fazer com ele, ou seja, esperamos ver mais de seu Flip em outros filmes. A jovem Marlow Barkley também foi muito bem colocada com sua Nemo, cheia de curiosidade e empolgação na maioria dos atos, mas também trabalhando atos sérios e desanimados para soarem de forma depressiva, porém com ares bem marcantes agradou bastante em tudo o que fez, chamou a responsabilidade para si em diversos momentos e acertou no que precisava fazer, ou seja, foi bem protagonista do filme como era preciso. Chris O'Dowd trabalhou seu Phillip com trejeitos meio desengonçados, não dominou o ambiente como poderia, mas funcionou bem dentro da proposta da trama, ao ponto que seus atos finais foram bem encontrados, e sua cena vendo o filme de família emociona bem. Ainda tivemos muitos bons personagens secundários, tendo um maior envolvimento nas cenas iniciais e finais de Kyle Chandler como o pai da garotinha, o jovem japonesinho motorista de caminhão, a dançarina no meio das borboletas, e até mesmo o canadense com seu ganso, mas sem dúvida o destaque fica para Weruche Opia com uma Agente Verde incrível, cheia de personalidade e botando os protagonistas no chão nas cenas que esteve presente, ou seja, chamou muita atenção.
Visualmente a trama é incrível do começo ao fim, trabalhando muitas cores na paleta da fotografia, brincando com tons alegres e outros mais pesados nos pesadelos, tirando cor nos atos mais depressivos, mas sempre brincando com tantos elementos cênicos, com ambientes cheios de detalhes, paisagens incríveis, salões gigantescos com borboletas formando dançarinos, mergulhos em caixas de privadas, um caminhão de lixo rodando as ruas na velocidade máxima, gansos gigantes, aviões de guerra, navios, tormentas, e claro um porquinho super fofo juntamente com um figurino de monstrão perfeito para o protagonista, ou seja, a equipe literalmente brincou com tudo o que podia e deu show. Um detalhe, o filme tem muita profundidade cênica, vários elementos em primeiro plano, e muitos detalhes "pegáveis", ou seja, funcionaria perfeitamente em 3D nos cinemas, e olha que eu reclamo muito da tecnologia para estar falando isso.
Enfim, é um filme leve e muito gostoso de acompanhar, que diria que faltou trabalhar talvez um pouco mais algumas trilhas sonoras, pois o ritmo funciona bem, mas sempre algumas boas canções chamam atenção em filmes desse estilo, e não que isso tenha atrapalhado em algo, mas certamente seria um algo a mais. Ou seja, é daqueles filmes que tem tudo para divertir a família toda no final de semana, que recomendo sem nem pensar em nada, e que agrada muito com atos bem elaborados, não sendo algo jogado na tela, mas sim um pacote completo que vale com toda certeza dar o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Cheguei a pensar numa nota menor em alguns momentos, mas conforme fui escrevendo o longa me empolgou mais ainda, então ficou com um 9!
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