Costumo dizer que bons diretores sabem fechar seus filmes, enquanto medianos preferem deixar algo aberto para reflexão, e essa minha frase muitos críticos abominam por gostar de trazer suas próprias reflexões para cada filme, ou seja, é algo bem pessoal isso, e pessoalmente falando digo que Roberto Andò finalizou seu longa de uma maneira muito boba, ao mostrar que conseguiu fugir do país, e aí pronto, na França ninguém vai encontrar eles, que legal! O longa é baseado no seu livro de mesmo nome, então talvez lá ele tenha floreado algo a mais, mas como não somos obrigados a ler um livro para entender um filme, diria que o resultado aqui ia incrivelmente bem até a última cena, pois ficamos afoitos dele não conseguir passar na barreira, vemos várias situações intensas anteriores, o caos com tudo se explodindo após os erros deles, mas certamente daria para conseguir algo diferente para fechar, pois é simbólico sim toda a mudança que o jovem faz no professor, que extremamente fechado muda com ele, passa a brincar, a se envolver e até deixar de lado as coisas que gosta, mas e depois? Virá uma continuação? E mesmo que venha, largar um filme sem final é o maior erro que considero, e vai pesar bem na minha nota, pois é um bom filme, seria daqueles que certamente indicaria com gosto, mas sem final, não dá.
Sobre as atuações, diria que Silvio Orlando é daqueles atores que sabem criar carisma mesmo com olhares e trejeitos mais densos, pois aqui seu Gabriele é durão, é daqueles senhores que fecham a cara fácil, que já estão tão isolados que não se abrem para ninguém, mas soa doce com o jovem Ciro, brinca com ele, e já na metade estamos tão conectados que passamos a gostar de seus atos, mesmo que errados, ou seja, o ator se sai bem demais. O jovem Giuseppe Pirozzi teve alguns atos bem colocados de seu Ciro, fez trejeitos diferenciados, mas em certos atos exagera um pouco, tendo várias quebras de eixo que deixaram o seu parceiro deslocado, ou seja, precisa melhorar um pouco a postura cênica, mas aqui seu personagem é meio marrento e assim serviu a forma entregue, mas poderia ser melhor. Quanto aos demais, a maioria só aparece em atos colocados, não impactando tanto na trama, tendo Lino Musella um pouco mais de momentos com seu Diego, mas parecendo ter algo a mais para apresentar que ficou apenas no ar, ou seja, faltou desenvolver um pouco mais os personagens secundários para dar amplitude a tudo o que acontece.
Visualmente o longa mostra um apartamento muito elaborado, que mesmo sendo numa periferia perigosa, com um prédio quase que caindo aos pedaços, tem toda uma biblioteca imponente, um piano bem arrumado, e vários quartos e ambientes bem preparados e simbólicos, tivemos ainda várias cenas nas ruas, nos túneis e boas desenvolturas nos carros, com uma leve perseguição sem grandes frutos, além de mostrar um conservatório musical, uma noitada de jogos e até mesmo alguns elos na praça do bairro, ou seja, a equipe brincou bem com os diversos elementos e tentou ser o mais simbólica possível.
Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, muito pelo contrário, conseguindo prender o espectador do começo ao fim, mas como não tem um final decente, o resultado desaponta bastante, e sendo assim não diria que recomendo com tanta força, pois desanima ver apenas algo ok depois de tanta tensão. Ou seja, se você não liga para finais mediano, pode dar o play tranquilamente, do contrário tem outros filmes melhores no site do Festival Italiano. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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