No filme vemos a Rainha Ramonda, Shuri, M'Baku, Okoye e as Dora Milage lutando para proteger a nação fragilizada de outros países após a morte de T'Challa. Enquanto o povo de Wakanda se esforça para continuar em frente neste novo capítulo, a família e amigos do falecido rei precisam se unir com a ajuda de Nakia, integrante dos Cães de Guerra, e Everett Ross. Em meio a isso tudo, Wakanda ainda terá que aprender a conviver com uma nação debaixo d'água, e seu rei Namor.
Se no primeiro filme o diretor Ryan Coogler deu todo o chamariz para o empoderamento negro, agora ele deu vez às mulheres, com uma pegada bem maior em cima das protagonistas, dando muita voz à todas, mas sem ficar forçando a barra, colocando suas nuances em evidência e fazendo um filme bem amarrado em todo o processo da perda, da revolta, do ar de vingança, e claro da sucessão em um reino monárquico, com as devidas passagens e tudo mais. E com isso a maior sacada que ele pode ousar foi fazer novamente um filme praticamente fechado, aonde quase nem temos cenas no mundo normal, mostrando uma Wakanda muito organizada, toda a interação em cima de suas terras ricas em vibranium, e agora aparecendo mais um lugar lotado desse elemento, que é Telocan ou a Atlântida Asteca como também pode ser chamada, com uma pegada bem desenvolvida, com toda a apresentação de personagens e como foram morar embaixo do mar, como foram desenvolvidos e tudo sem jogar nada solto na tela, ou seja, é um filme literalmente de apresentação aonde conhecemos ele, também conhecemos uma jovem cientista brilhante Riri Williams, com boas sacadas e interações, e assim o filme mesmo tendo boas batalhas, se encaixa mais no conhecimento, que é bem o vértice dessa quarta fase da Marvel, afinal agora que conhecemos muitos personagens novos, chegará a hora de irem tacando um pouco de cada nos demais filmes, e a fluidez vai rolando.
E já que falei de novos personagens, tenho que pontuar claro das atuações, e mesmo não sendo fã de Letitia Wright com seu jeitão meio largado de atuar, ela desenvolveu bem os atos de sua Shuri, puxou a responsabilidade para si nas cenas mais intensas e conseguiu criar bem trejeitos para que seus momentos fossem convincentes, ou seja, dominou o ambiente como um todo e acabou agradando bastante. Danai Gurira já tinha se dado muito bem com sua Okoye no primeiro filme, e aqui foi muito além, entregando atos marcantes, chorando bem em cena, e tendo também bons atos cômicos para aliviar a tensão da trama, de forma que envolve e agrada bastante. Lupita Nyong'o faz uma volta alucinante com sua Nakia, aliás com muita personalidade em cena, tendo todas as devidas facetas que sabe dominar colocadas em plenas cenas, e se saindo muito bem nas responsabilidades que toma, e valeria até mais importância nela, por ser uma atriz incrível do que em Letitia, mas teriam de mudar muito do filme para isso. Tivemos a introdução de Tenoch Huerta como Namor, um vilão incrível, cheio de trejeitos fortes, com um ar impactante e muitas desenvolturas, sendo mais um tremendo vilão da companhia que acabamos gostando do que faz (cadê dona Marvel fazer um filme só de vilões hein, no estilão de "Esquadrão Suicida" só com os tops??), e certamente acabará sendo usado muito mais em outros filmes da companhia, pois não é um ator tão inexperiente, e assim já veio preparado para ir além. Outra que foi muito bem apresentada foi Dominique Thorne com sua Riri Williams/Coração de Ferro, que veio cheio de boas sacadas, com uma inteligência bem encaixada e contando com boas dinâmicas acabou entrando de vez na vaga que lhe é de direito na companhia, agora é ver como irá se desenvolver mais para a frente. Quanto aos demais, tivemos bons atos de Angela Basset com sua Rainha Ramonda bem imponente e expressiva, Winston Duke com um M'Baku cheio de nuances e intensidades, e até sobrando espaço para Martin Freeman brincar um pouco com seu Ross, mas nada que fosse realmente impactante para a trama.
Visualmente a trama tem ambientes incríveis com uma Wakanda toda tecnológica sendo atacada, com seus prédios sendo levados de um lugar para o outro, vemos Telocan também cheia de detalhes, com personagens bem interessantes em ambos os mundos, com figurinos marcantes, toda uma explicação para a forma de respirarem, vários animais marinhos acompanhando, navios imponentes, muitas cenas com água para todos os lados com explosões fortes e interessantes de ver, boas batalhas, e claro efeitos muito bem colocados, com cores fortes e dinâmicas bem marcadas, principalmente nos rituais de velório/enterro. Sobre o 3D, o filme até tem algumas boas perspectivas de profundidade, mas nada que não seja visto numa sessão comum, com raríssimas cenas com alguma coisa parecendo sair da tela, ou seja, só valeu ver na Imax pelo tamanho da tela e pelo som, pois de resto, completamente desnecessário.
Um ponto muito bom de ser falado é da ótima trilha sonora que envolve em muitos momentos contando com boas canções e claro ótimas desenvolturas apenas orquestradas para dar ritmo e desenvolvimento para a trama, então é claro que compartilho aqui o link para todos ouvirem.
Enfim, é um tremendo filmaço, bem longo contando com 161 minutos, mas que não chegam a incomodar com arrastamentos, pois tudo se encaixa bem e tem bom uso dentro da história, valendo claro a conferida sendo fã ou não dos personagens, e assim recomendo para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, nessa única estreia nos cinemas do interior, mas volto em breve com mais textos dos streamings e claro do Festival Italiano que está rolando online, então abraços e até logo mais.
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