Diria que os diretores e roteiristas Doron e Yoav Paz foram muito diretos no que desejavam passar para o público: seu ódio intenso por qualquer alemão que seja - e isso é algo tão marcante e presente na trama, que em alguns momentos pensamos até que o protagonista seria algum tipo de zumbi ou entidade já morta (já que os diretores fizeram já vários filmes desse estilo), e seus olhares mais secos acabaram parecendo ainda mais fortes em determinados momentos, mas não logo somos levados até alguém que sofreu mesmo com tudo, que vivenciou e que para piorar nos conta sua função nos campos, que é algo que vai contra tudo e todos. Ou seja, é uma trama bem complexa, muito bem dirigida, aonde ficamos bem amarrados em tudo o que é passado, vemos a essência completa da vida desses judeus tentando voltar para suas casas e não conseguindo, o começo da formação da Palestina, aonde acharam que seria seu país tranquilo, e sabemos bem que não é assim hoje, e dessa forma tudo funciona dentro de situações fortes bem colocadas que chama atenção e tem estilo, valendo muito o nosso olhar sobre ele.
Sobre as atuações, posso falar que deram um ar totalmente acabado para a maioria dos personagens, de forma que até surpreende seus olhares, rostos e até os corpos magros e bem sofridos, mostrando um trabalho de preparação e de maquiagem muito marcante e bem feito em todos. E dito isso, August Diehl entregou um Max com muita personalidade, cheio de coisas em sua mente, trabalhando de forma intensa com cada nuance, sendo sutil nos atos que precisava e imponente em outros, mas tudo sem tirar o ódio da cara, o que acaba agradando bastante com a surpresa do final, e assim sendo deu seu show particular. Sylvia Hoeks trabalhou sua Anna com ares bem diretos de seu objetivo, mas também com nuances tristes e envolventes, de modo que sua cena vendo as crianças bebendo a água já disse tudo o que iria fazer nos atos finais, e assim sendo acabou sendo marcante e bem colocada também. Michael Aloni conseguiu dar nuances mais típicas de alguém pronto para comandar a tropa realmente, tanto que seu Michael nos primeiros atos é direto nas ordens de matar os envolvidos do nazismo, mas quando muda de posição ele já fica mais propenso a querer a ordem sem vinganças e rebeliões, e isso mostra atitude e ele fez muito bem. Ainda tivemos atos bem colocados de Oz Zehavi com seu Menash pronto para matar uns nazistas da forma mais sofrida possível, Ishai Golan bem amplo com seu Abba Kovener organizando todo o processo de vingança, e até mesmo Nikolai Kinski com seu Tzvi e Milton Welsh com seu Belkin conseguiram chamar muita atenção, sendo um filme de personagens mais coesos, mas bem trabalhados e chamativos.
Visualmente a trama mostra uma Alemanha tentando se levantar após toda a destruição da guerra, temos os judeus vivendo e tramando tudo em um sótão abandonado, temos cenas bem intensas no começo numa floresta, a casa do protagonista com alemães morando que lhe tomaram, temos outros apartamentos com judeus tentando voltar para algo seu e não conseguindo, festas por conseguir retomar o abastecimento de água após os trabalhadores sofrerem muito para refazer as tubulações, vemos figurinos sujos e bem marcantes, e até um cinema mostrando antes do filme as coisas feitas durante o período do nazismo, ou seja, a equipe de arte foi bem direta em tudo e conseguiu agradar bastante.
Enfim, é um filme bem denso, cheio de atos marcantes e interessantes de ver, que funciona dentro da proposta e até ousa com um final diferente do esperado, e que claro sendo algo baseado em atos reais traz um sentimento maior ainda durante toda a exibição, então acabo recomendando bastante o filme para todos assistirem a partir do dia 01 de dezembro quando entra em cartaz nos cinemas. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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