Diria que o diretor, roteirista e ator Gabriele Pignotta foi muito esperto em tudo o que entregou na sua trama, pois é um filme quase sem alegorias nenhuma, tendo apenas um cenário, e uma andada de carro, de modo que se ele quisesse daria para fazer tudo em estúdio, mas que aparentemente arrumaram um posto abandonado, deram uma arrumada para não ficar tão em destruição, e rolou tudo ali, com algumas poucas câmeras, alguns movimentos bem calculados, e ele apenas dirigindo e falando aonde deviam pegar melhores ângulos, ou seja, uma história rápida que facilmente seria ideia de um curta-metragem diretíssimo, mas que com boas conversas e algumas enrolações segurou o tempo suficiente para virar um longa bem feito, que felizmente não se arrasta, e assim o resultado até é bem interessante, tem alguns momentos divertidos, algumas boas sacadas, mas que poderia ser menor e talvez ter alguns elementos mais engraçados, mas passa e funciona, então mostrou atitude e agradou com o que fez pelo menos.
Sobre a atuação de Gabriel Pignotta posso dizer que seu Flavio é o famoso homem de negócios que não repara em nada no dia a dia, só vai correndo e fazendo tudo, e quando para e tem tempo para tudo, nem sabe o que fazer, não sabe quem convive com ele, não tem noção do tamanho dos furos que dá, e por aí vai, de forma que ele encontrou tantas nuances e expressões bem encaixadas que entretém demais durante todo o tempo, não soando artificial, nem fazendo bobeiras em cena, e assim ele acerta bem dentro do roteiro que desenvolveu e agrada demais. Quanto aos demais, só ouvimos suas vozes, mas Vanessa Incontrada foi muito bem como Marta, a secretária de Flavio e Pasquale Petrolo como Roberto, um tipo de sócio dele que está aguardando na reunião, e dessa forma deram boas entonações e desenvolvimentos para que o filme funcionasse e fluísse bem com o protagonista.
Visualmente volto a dizer que o longa foi muito barato de ser feito, pois é uma locação só, um banheiro de um posto, que não teve de ser muito enfeitado, tendo apenas as coisas tradicionais de banheiros, alguns rabiscos nas paredes, e nada mais, além do carro do protagonista e um celular para ir atendendo as ligações, ou seja, moleza total para a equipe de arte que provavelmente só precisou ficar de olho nas sequências para que nada ficasse fora do lugar durante as gravações e claro a pesquisa para encontrar um posto perfeito para isso, do resto passaram o filme inteiro dormindo.
Enfim, é daqueles exemplares de passatempo total, que você dá o play imaginando talvez algo mais aventuresco, aonde o protagonista precisaria sobreviver ali, tentar pular a janela (que pelo tamanho das grades daria para arriscar!), acontecer algo pior, mas que diverte dentro da simplicidade de tudo, e claro da boa atuação do diretor, então vale a recomendação dentro do Festival, e facilmente vai ser um filme que ao cair nos streamings vai fazer sucesso, pois tem estilo. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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