A Maldição do Quarto 203 (Room 203)

12/03/2022 02:19:00 AM |

Um dos subgêneros do terror que menos gosto é o tal de maldições, pois já vimos praticamente tudo do estilo, então se não trabalharem bem a ideia, acabamos vendo um amontoado de clichês que dificilmente pegam o público, e o pior, acabam até irritando com as bobeiras que os personagens acabam fazendo. E digo isso com muito pesar sobre o longa "A Maldição do Quarto 203", que trabalha elementos pagãos celta, trabalha um crime do passado, trabalha um crime do presente, e ainda coloca uma discussão de amigas no miolo, ou seja, é de tudo um pouco, mas que não chega muito longe em ato nenhum. Claro que não é um filme totalmente ruim, pois tem um certo estilo em vários atos, mas faltou causar tensão, arrepiar com algum tipo de violência, e até mesmo assustar com algo no escuro da tela, e não ocorre nenhum desses vértices, sendo um filme médio, que passamos quase duas horas esperando algo acontecer realmente, e não acontece.

A sinopse nos conta que depois que as amigas de longa data Kim e Izzy se mudam para o quarto 203, um apartamento peculiar com um vitral medieval assustador, Kim lentamente se convence de que sua nova casa pode ser assombrada. Com a ajuda de seu novo namorado Ian, Kim investiga a história perturbadora do apartamento, descobrindo uma série de desaparecimentos de ex-moradores, um mistério de assassinato de meio século atrás e uma antiga maldição que ameaça possuir Izzy e matar Kim.

Não posso dizer que a falha seja totalmente do diretor e roteirista Ben Jagger, afinal a história da trama até daria para criar um algo a mais, porém seu filme inteiro não tem fluidez, nem desenvolturas que convençam o público a se conectar às personagens nem à história, de forma que ficamos esperando tudo acontecer mesmo sabendo o que iria acontecer, e em filmes desse estilo precisa causar mais do que mostrar, e mesmo que ficássemos com a curiosidade do buraco, do porão, ou até mesmo de quem era o senhorio dos apartamentos, o filme fica preso demais à amizade das garotas, às suas bebedeiras e até mesmo nos sub-romances que tentam encaixar, e não conseguem, ficando tudo morno, várias esquetes jogadas, e só não chega a ser cansativo por o diretor saber ao menos aonde dar algumas ênfases, e só assim o filme passa o tempo, senão seria daqueles que metade iria embora no meio da sessão e a outra metade iria embora xingando no final.

Sobre as atuações, infelizmente foi difícil ver as belas garotas entregando tão pouco com um roteiro sofrido, ao ponto que vemos elas fazendo seus atos sem um pingo de vontade, e isso pesa demais no resultado final, de tal forma que se antes já nem sabia quem era Francesca Xuereb e Viktoria Vinyarska, agora continuarei sem lembrar delas num próximo filme, pois ambas até tentaram um pouco de expressividade com suas Kim e Izzy, com a segunda fazendo uns trejeitos mais insanos quando está possuída no final, e a primeira no desespero quando a amiga descobre seu texto jornalístico, mas não vão muito além, então ficaram apagadas demais. E falando em apagão, Scott Gremillion ficou parecendo uma assombração andando e aparecendo nos cantinhos com seu Ronan, mas não foi além, fora que soou falso em tudo o que fez, mesmo nos atos mais desesperadores do final. Eric Wiegand até tentou soar simpático, curioso, fazer alguns olhares apaixonados pela protagonista, mas seu Ian não empolgou também, e assim temos um time fraco e até perdido demais com tudo em cena.

Visualmente o longa tem um problema imenso que esse estilo usa demais, fotografia quase que sem iluminação nenhuma, sendo uma trama escura demais, que você até enxerga alguns detalhes, mas que nem souberam fazer uso disso para pegar o público desprevenido e assustar, tendo o vitral como um elo bem bonito de cena, a caixinha de música, alguns corvos, um buraco na parede, um porão estranho e nada mais que fosse representativo para a trama, tendo algumas pouquíssimas aulas da protagonista que nem chega a mostrar direito sua faculdade, e alguns atos soltos em bares e bebedeiras, mas nada demais.

Enfim, é um filme que serve para passar o tempo para quem gosta de um terror que não cause nenhum trauma, sendo simples e sem eficiência nenhuma para chamar atenção, sendo bem mediano para baixo, e que não vale a recomendação. E é isso meus amigos, amanhã confiro mais alguns terrores que apareceram por aqui nos cinemas, então abraços e até logo mais.


1 comentários:

Anônimo disse...

Fraco, sem criatividade, um buraco na parede não preenchido.

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