Gosto bastante do estilo do diretor Antoine Fuqua, pois ele sabe captar bem as essências dos personagens e colocar as dinâmicas na ponta da agulha para que o público se sinta presente na trama, e isso ele faz com uma magnitude incrível, e aqui ele tentou colocar esse estilo de uma outra forma, dando força e virtudes para um escravo, mostrar até onde um homem consegue fugir de um grandioso caçador, suas dinâmicas nos pântanos para se esconder dos cães, e claro toda sua fé em cima de conseguir sobreviver nesse meio, e que usando bem o roteiro de Bill Collage deu todas as nuances claras do estilo, mas por ser um filme de Fuqua, esperava bem mais atos amplos na história, não sendo apenas o que foi entregue, pois daria para ter mostrado mais da vida dele na fazenda antes de ser vendido para os homens da linha de trem, daria para mostrar mais suas interações no exército, e não apenas o miolo, sendo que o que vemos é um filme de 15 minutos de apresentação, 100 minutos de correria e esconde-esconde e mais 15 minutos de desfecho, o que não é o esperado. Claro é o resultado é muito representativo, as fotos foram marcantes de época e toda a dimensão do que ocorreu foi algo muito chamativo, mas merecia mais para a trama.
Sobre as atuações, sabemos que a Academia não vai chamar o Will Smith devido aos problemas desse ano na apresentação (o famoso tapão!), mas deveria, pois seu Peter está incrível, cheio de personalidade, cenas de tirar o fôlego, um envolvimento maravilhoso, atos no meio do pântano com muitas dinâmicas, lutando com jacaré, se embrenhando em matos, subindo em árvores, nadando, remando, fugindo, se escondendo e tudo mais, ao ponto que cada momento seu é diferente um do outro, e mesmo sendo o que falei de uma fuga, não cansamos de ver ele fazendo isso, e ele se expressou muito bem, deu o tom de voz claro e marcante, e claro a equipe de maquiagem lhe fez a famosa costa chicoteada, com marcas incríveis e bem tocantes, ou seja, deu show como sempre faz. Da mesma forma o longa foi muito intenso com as expressões fortes e diretas de Ben Foster com seu Jim Fassel, que não desgruda um segundo de sua meta, de sua caça, trabalhando um ar bem rígido e marcante, que consegue segurar todo o eixo de suas cenas e chamar muito a responsabilidade para si. Quanto os demais, a maioria deu apenas conexões, tendo os demais capangas na busca, os outros escravos bem colocados correndo e sofrendo também, mas vale dar um leve destaque para Charmaine Bingwa como a esposa do protagonista, mas mais pelas cenas que se mutila para tentar não ser vendida, pois nas demais apenas deu densidade para o filme.
Visualmente a trama mostrou muito dos pântanos americanos, mostrou todo o feitio de algumas estradas de ferro no período, algumas fazendas de algodão com seus diversos escravos, e também um pouco dos exércitos de Lincoln, mas aí é que entra o maior problema da trama, o diretor não sei por qual motivo decidiu que a fotografia seria em tons acinzentados, e isso fez o filme perder muito de sua essência, não dando os devidos tons de sangue, de força visual dos pântanos e tudo mais, ficando algo meio que estranho até de ver, que não é ruim se tivesse um sentido maior, mas ficou parecendo apenas algo jogado e que não ajudou na força visual que o longa poderia ter, então diria que o diretor jogou completamente contra a equipe de arte, e isso é algo que vai pesar muito nas premiações dessas categorias.
Enfim, é um filme que tem todo o estilo que as premiações gostam, mas que também tem falhas que foram cruciais para incomodar o público como disse o exagero na perseguição sem mostrar muito o antes e o depois, e a fotografia cinzenta não muito útil, e assim o resultado pesa na nota, mas é uma trama bem emocionante e que envolve de certa forma, e dessa forma vale o play e a recomendação com todas as ressalvas bem ditas. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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