Outro ponto que precisa ser dito é que mesmo usando a base igual que é o livro de Roald Dahl, essa nova versão não segue bem os mesmos passos do longa de 96, mas sim do musical da Broadway de 2010, tendo inclusive muitas das mesmas canções do musical, porém posso dizer que a facilidade de criar diversos ambientes diferentes e muitos efeitos especiais deu para o diretor Matthew Warchus possibilidades que nenhum diretor de musicais da Broadway tem para utilizar, e que ele soube fazer muito bom ganho disso com ambientes amplos e câmeras velozes para ter uma dinamicidade incrível nas cenas de canto e dança, pode brincar com luzes, com objetos e tudo mais que qualquer um pensasse, e o melhor de tudo, fez uma direção de elenco primorosa, pois todas as crianças fizeram coreografias imensas, se divertiram em cena e entregaram atos bem marcados com muita desenvoltura e envolvimento, fazendo com que a trama tivesse um bom sentido musical e também funcional de história, ao ponto que tudo tem estilo e agradando bastante quem gosta de musicais.
Sobre as atuações, sem dúvida alguma o destaque ficou para Alisha Weir que entregou uma Matilda com muita personalidade, com olhares densos, conseguiu cantar e se desenvolver bem com estilo sem parecer forçada, e acaba agradando demais com um ar gostoso e interessante, não parecendo soar bobinha nem adulta demais, chamando a responsabilidade para si em vários atos e acertando bastante. Emma Thomson também não deixou por menos e deu para sua Agatha Trunchbull uma personalidade marcante, forte e com uma maquiagem que a deixou bem feia e assustadora conseguiu se impor e criar muita tensão nas crianças e nos adultos, mostrando que não estava para nenhuma brincadeira. Ainda tivemos Lashana Lynch bem doce e com olhares quase tristes e melancólicos como a singela professora Honey, cheia de envolvimento e conseguindo envolver bastante, e também Sindhu Vee carismática e bem empolgada com as histórias da garotinha como a dona de uma livraria ambulante, mas sem dúvida entre os secundários quem chama muita atenção foi o garotinho Charlie Hodson Prior, que mandou ver na dança com seu Bruce, comeu um bolo imenso e foi muito bem no que fez. E como destaque bem negativo daria para os pais da garotinha que além de soarem extremamente bobos fizeram caretas demais para o papel, o que não nos convence, sendo algo bem ruim de ver mesmo.
Visualmente o longa é recheado de cenografias amplas, bem coloridas, bonitas e simbólicas, com destaque para as cenas dentro da escola, com a cena do refeitório tanto para o ato do bolo, quanto da soletração sendo incríveis e bem representativas, vários momentos bem intensos na aula de educação física, o simbolismo da casa da protagonista com seu refúgio/escape pelo sótão, e até mesmo os atos na floresta e na casa da professora sendo simples e bem bonitos de ver, além claro da gigantesca mudança no final que deu um belo show, e claro também os belos atos circenses muito bem representados.
Enfim, é um filme bem diferenciado, bonito e interessante, aonde as canções não tem muitas rimas interessantes (aliás fiquei curioso para ver toda essa falação dublada depois), e que tem um certo gracejo bem bacana de ser visto, porém é um filme bem arriscado, pois ele não chama a atenção dos pequeninos e é infantil demais para os jovens, sendo algo que os adultos que gostam de musicais vão curtir mais do que todos, então pense bem antes de dar o play para a garotada ver que mesmo adorando o que vi, acho que não vai amarrar eles na sala, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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