O estilo do diretor e roteirista Noah Baumbach é daqueles que alguns amam e outros odeiam, pois ele gosta de brincar com reflexões e desenvolvimentos muitas vezes confusos e abertos demais, mas isso é algo que quem vai conferir um longa seu já vai preparado, porém essa amplitude toda é funcional se bem desenvolvida e colocada como algum ponto crítico mais elaborado e não apenas com atos jogados e cansativos, de tal forma que o livro de Don DeLillo pode até ser intrigante por mostrar os conflitos familiares no mundo moderno, pode ser amplo e bem crítico, mas a sensação que eu tenho é que faltou um algo mais pegado na trama para que ele nos direcionasse também, já que o filme acaba parecendo ser esquetes soltas e corridas que causam sensações, mas que não vai além. Ou seja, o resultado visual parece ser uma bagunça completa que queriam que opinássemos sobre algo e ficamos esperando acontecer esse algo, mas não vai longe, e assim o sono fica mais chamativo do que a história em si.
Sobre as atuações, Adam Driver já está colecionando indicações com seu Jack nas premiações, e ele mostra muito serviço em cena, fazendo trejeitos bem trabalhados e dinâmicas chamativas para seus olhares estranhos, de modo que o personagem tem uma abertura bem chamativa e coloca ares impactantes, principalmente nas aulas que dá na faculdade, mas quando em família pareceu mais desorientado que tudo, e isso pesou um pouco. Greta Gerwig trouxe nuances meio que melancólicas demais para sua Babette, e isso foi algo legal de ver acontecer, pois chamou a atenção e deu alguns vértices interessantes para a personagem, mas valeria brincar um pouco mais com tudo antes de ficar completamente jogada. Don Cheadle fez um Murray bem interessante, e certamente se tivessem focado mais nas discussões e conflitos entre ele e o protagonista o filme teria um rumo muito mais interessante e bem feito, mas não rolou, e com isso seu personagem apenas fez algumas caras e bocas junto de diálogos meio que excluídos, o que é uma pena, pois sabemos que o ator é muito bom. Quanto dos demais, ainda tivemos bons momentos dos mais jovens, vividos por Raffey Cassidy com sua Denise, Sam Nivola como Heinrich e até mesmo May Nivola como Steffie se saiu bem, mas certamente os atos mais marcantes ficaram para o final com o desenvolvimento do personagem Mr. Gray vivido por Lars Eidinger, mas como todo o processo do filme ficou meio estranho e maluco demais para o que fez, e assim não explodiu por completo.
Visualmente o longa brincou com a casa completamente conflitiva com várias crianças, com coisas espalhadas, perdidas, alimentos acabando e todo o processo de uma viagem no meio do caos dentro de um carro simples e velho, tivemos todo o processo de mostrar que gostamos de ver explosões impactantes logo no começo e depois toda uma trombada de caminhão com trem criando uma super nuvem tóxica, vemos acampamentos com segregação de pessoas e até críticas nas aulas da escola, mostrando que a equipe de arte foi bem coerente em desenvolver tudo com ares, cores e reflexões, inclusive com o fechamento dançante no mercado, aonde dá para se pensar em muitas coisas.
Enfim, é um filme com uma proposta marcada, que alguns vão enxergar milhões de ideias e reflexões, e que recomendo que você que gostar do estilo assista sem estar cansado, pois é daqueles com ritmo e diálogos bem pesados e lentos, então o sono bate forte, que eu particularmente não gostei de nada, mas sei de muitos que irão amar a trama, então fica a dica para quem gostar dar o play. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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