Diria que o diretor Michel Tikhomiroff foi bem didático em sua trama, ao ponto que ele não só quis mostrar os acontecimentos como colocou o protagonista para narrar cada detalhe escrito em seus emails, e isso ao mesmo tempo que deu um amplo desenvolvimento para a trama também cansou por soar repetitivo, e principalmente por forçar o áudio em relação ao vídeo do longa. Claro que isso em alguns casos é bem funcional, mas por vezes você chega a pensar que ou o protagonista é mudo, ou o cérebro dele fala mais do que qualquer um no filme, e esse segundo pensamento até pode ser considerado como a ideia principal do filme, mas cansa. Ou seja, diria que toda a essência do filme foi uma das melhores que já vi colocadas em tramas do gênero, com um ar reflexivo interessante, uma sobriedade bem plena dos protagonistas, e ações executadas na medida certa, mas que falha pela voz de off, que não chega a causar incômodo nos personagens, e sim no público, e isso acaba pesando.
Sobre as atuações, diria que Nicolas Prattes se entregou muito bem ao que Renato precisava, de modo que foi mais confuso do que tímido, daqueles que tem medo de enfrentar qualquer coisa, e suas nuances acabam sendo bem colocadas e agradam bastante, só volto a frisar que sua voz de pensamento cansa demais, mas que soube dosar bem os tons e o resultado funciona bem. Como é dito no final, Romulo Arantes Neto foi uma versão do próprio Renato só que com algumas coisas bem ruins, e o ator soube envolver bastante com seu estilo meio que pilantra, fazendo de seu Edgar literalmente um aproveitador, e claro tendo um bom galanteio chamou muita atenção. Ainda tivemos alguns atos bem colocados de Kéfera Buchmann e Duda Santos, mas apenas dando os devidos encaixes para a trama, sem grandes chamarizes para nenhuma cena delas, valendo mesmo os conselhos do amigo Paulo, vivido por Kauê Telloli, mesmo que a distância por chamadas de vídeo.
Visualmente o longa também é bem simples, com uma redação de um jornal cheia de computadores e seus editores responsáveis, algumas separações entre os maiores e os chefes, o apartamento do protagonista bem desenvolvido, mas pouco usado, apenas detalhando mais na tentativa de suicídio, e no sexo rotineiro com a namorada sem grandes paixões, um local de jogo de escape, e um resort lotado de pessoas e músicas de axé, ou seja, tudo sem grandes anseios, mas bem funcional para o resultado da trama, tendo destaque para o computador e o caderninho do protagonista aonde tudo se desenrola.
Enfim, é um filme leve e bem feito, que não vai fazer você rir demais, se emocionar demais, nem se envolver demais com tudo o que é passado, mas que vale bem toda a reflexão do texto, e isso os protagonistas souberam passar com um primor muito bem encaixado, então faz valer o tempo conferindo, e quem gostar do estilo fica valendo a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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