A Última Festa

1/17/2023 01:04:00 AM |

Quando era mais novo confesso que achava a série "Confissões de Adolescente" algo meio bobo demais, pois achava umas ideias meio que exageradas sobre o mundo adolescente e apenas passava de canal já que tinham outras prioridades na época, depois quando vi o longa bem mais velho acabei gostando mais da síntese e me conectando com alguns pontos, pois bem, já passei da adolescência faz um bom tempo, e o elenco do filme "A Última Festa" também, tanto que poderia ser uma festa de formatura de faculdade que faria até um pouco mais de sentido, afinal sabemos bem a idade da maioria ali, mas isso não vem ao caso e não foi o que me incomodou (tanto) na trama, afinal o resultado do longa é interessante, mas assim como aconteceu no passado com a série que citei, hoje os casos adolescentes atuais são muito intensos e as brigas e conflitos de amigos também, e não me vejo incluso na proposta do filme, e isso é algo que a todo momento parecia estranho de sentir e olhar. Ou seja, vou ser bem direto e dizer que é um filme bem de nicho, pois talvez tenha uma maturidade a mais que os jovens atuais não irão querer ver (e talvez deveriam), mas que mais para frente eles irão gostar ou entender melhor, pois viveram essa época, e não nós mais velhos, de tal forma que talvez os pais atuais se percam um pouco, mas que também tem essa serventia. Ou seja, é daqueles filmes que alguns vão achar bem ruim e outros vão adorar, vai depender de qual época você está vivendo, pois sei bem que os jovens atuais têm festas, romances e amizades desse estilo, mas quem nunca teve esse momento jovem não vai entrar no clima.

A sinopse nos conta que um grupo de jovens se prepara para a tão esperada festa de formatura. Histórias paralelas se entrelaçam. Um casal decide terminar para curtir a vida, enquanto outro se conhece em uma situação improvável. Um grupo de amigos discute depois que um segredo é revelado. E duas amigas descobrem um novo sentimento entre elas. A última festa talvez seja a primeira noite para o começo de suas vidas.

Agora o choque, o diretor e roteirista Matheus Souza, foi roteirista do longa "Confissões de Adolescente" de 2013, ou seja, vivenciou bem tudo aquilo e trouxe para uma realidade mais atual e moderna, colocando uma festa com tantos conflitos entre os jovens que talvez numa série funcionasse melhor com o devido tempo para explorar tudo, mas sem dúvida soube condensar tudo de uma maneira bem trabalhada, teve as devidas dinâmicas com envolvimentos certos, e entregou uma direção segura do que desejava, sendo que como disse no começo, muitos jovens talvez até entrem mais no clima da trama do que pessoas como eu que já passaram dessa idade faz tempo e nem tem filhos vivendo nesse mundo atual maluco, mas que pelo que conhecemos é tudo assim intenso e bem direto, e o diretor soube usar tudo o que tinha para que seu filme funcionasse. 

Sobre as atuações, tirando o fato que já falei da idade, pois todos ali pareciam mais formandos de alguma faculdade do que do ensino médio, posso dizer que os atos entre Thalita Meneghim com sua Bianca e Victor Lamoglia com seu Caio foram as mais divertidas e bem conectadas, pois ambos fizeram atos mais amplos e bem sutis sem precisar ficar forçando a barra, e o resultado aconteceu, ou seja, valeria até mais tempo de tela com eles. A protagonista Marina Moschen fez de sua Nina uma personagem introspectiva demais, mas o papel pedia um pouco dessa dúvida no ar, mas dava para amenizar um pouco para não ficar tão dramática. Outro que foi bem no que fez, embora um pouco exagerado foi Christian Malheiros com seu Nathan, mas se jogou, fez bons trejeitos, e a química que teve com Victor Meyniel foi algo muito bem trabalhado, daqueles que facilmente entregariam uma comédia cheia de exageros e funcionaria bem. Giulia Gayoso foi um pouco surtada com sua Marina, mas o papel era dessa forma, então a atriz se jogou por completo e foi no que precisava mostrar, então o acerto veio.

No contexto visual a equipe realmente fez uma tremenda festa de "época" como a própria protagonista diz, mas de que época era ninguém sabe, contando com muitos figurantes, um palacete cheio de detalhes e muitas luzes vermelhas e azuis dando um tom meio estranho para o ambiente, mas ainda assim conseguiram arrumar lugares isolados para o rala e rola inaugural do casal Marina e Diego, uma ambulância que praticamente a enfermeira desaparece para o rala e rola de Bianca e Caio, alguns lugares mais lotados outros mais soltos, mas tudo bem desenvolvido para as câmeras que acabaram agradando.

Enfim, como já disse é um filme para os jovens atuais se enxergarem, que talvez pudesse ser menos enfático em alguns estilos, e claro bato na tecla das idades, mas isso é algo que já vimos acontecer mundo afora e não ia ser diferente num produto nacional, então fica a dica para quem gostar do gênero ver a partir do dia 26 nos cinemas. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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