Agora o choque, o diretor e roteirista Matheus Souza, foi roteirista do longa "Confissões de Adolescente" de 2013, ou seja, vivenciou bem tudo aquilo e trouxe para uma realidade mais atual e moderna, colocando uma festa com tantos conflitos entre os jovens que talvez numa série funcionasse melhor com o devido tempo para explorar tudo, mas sem dúvida soube condensar tudo de uma maneira bem trabalhada, teve as devidas dinâmicas com envolvimentos certos, e entregou uma direção segura do que desejava, sendo que como disse no começo, muitos jovens talvez até entrem mais no clima da trama do que pessoas como eu que já passaram dessa idade faz tempo e nem tem filhos vivendo nesse mundo atual maluco, mas que pelo que conhecemos é tudo assim intenso e bem direto, e o diretor soube usar tudo o que tinha para que seu filme funcionasse.
Sobre as atuações, tirando o fato que já falei da idade, pois todos ali pareciam mais formandos de alguma faculdade do que do ensino médio, posso dizer que os atos entre Thalita Meneghim com sua Bianca e Victor Lamoglia com seu Caio foram as mais divertidas e bem conectadas, pois ambos fizeram atos mais amplos e bem sutis sem precisar ficar forçando a barra, e o resultado aconteceu, ou seja, valeria até mais tempo de tela com eles. A protagonista Marina Moschen fez de sua Nina uma personagem introspectiva demais, mas o papel pedia um pouco dessa dúvida no ar, mas dava para amenizar um pouco para não ficar tão dramática. Outro que foi bem no que fez, embora um pouco exagerado foi Christian Malheiros com seu Nathan, mas se jogou, fez bons trejeitos, e a química que teve com Victor Meyniel foi algo muito bem trabalhado, daqueles que facilmente entregariam uma comédia cheia de exageros e funcionaria bem. Giulia Gayoso foi um pouco surtada com sua Marina, mas o papel era dessa forma, então a atriz se jogou por completo e foi no que precisava mostrar, então o acerto veio.
No contexto visual a equipe realmente fez uma tremenda festa de "época" como a própria protagonista diz, mas de que época era ninguém sabe, contando com muitos figurantes, um palacete cheio de detalhes e muitas luzes vermelhas e azuis dando um tom meio estranho para o ambiente, mas ainda assim conseguiram arrumar lugares isolados para o rala e rola inaugural do casal Marina e Diego, uma ambulância que praticamente a enfermeira desaparece para o rala e rola de Bianca e Caio, alguns lugares mais lotados outros mais soltos, mas tudo bem desenvolvido para as câmeras que acabaram agradando.
Enfim, como já disse é um filme para os jovens atuais se enxergarem, que talvez pudesse ser menos enfático em alguns estilos, e claro bato na tecla das idades, mas isso é algo que já vimos acontecer mundo afora e não ia ser diferente num produto nacional, então fica a dica para quem gostar do gênero ver a partir do dia 26 nos cinemas. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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