Diria que o diretor Guilherme Fiúza Zenha trabalhou muito bem em sua primeira animação visto que antes já tinha feito um longa infantil mas com pessoas reais ("O Menino No Espelho") e foi muito bem lá também, ou seja, se mostra como um diretor que tem técnica e sabe conduzir uma boa história com destreza e boas ideias, e aqui usando o roteiro de Artur Costa conseguiu desenvolver um bom trabalho rápido e bem coeso, porém tenho de criticar alguns detalhes, pois no começo não temos muito uma apresentação dos personagens, meio que todos sendo jogados na tela e vamos vendo apenas, sem criar um carisma com eles, e isso pesa bastante, mas acredito que o motivo principal era que a história foi feita para ser uma série de vários episódios, e assim talvez criaríamos mais conexões com cada personagem, e o resultado iria mais além. Porém passado o começo que ocorre rápido demais, na sequência já sabemos quem é quem, e a competição rola bem encaixada e divertida, com muitos detalhes que deram sensações na tela, de modo que sempre que trabalham com comida devem nos deixar com fome, e mesmo sendo uma animação até as comidas feitas de madeira para agradar os castores/capivaras ficaram com uma cara gostosa de ver, ou seja, foi um bom acerto de técnica de animação, com a história desenvolvida pelo diretor, e assim funcionou.
Quanto dos personagens e das dublagens, diria que escolher Danton Melo para dublar o protagonista foi um acerto meio que arriscado, pois embora seu Jack tenha ficado bem incrível de dinâmicas, afinal sabemos que ele é um tremendo dublador, sua voz é muito conhecida, então a todo momento eu via o Danton na tela e não o Jack, mas isso é um detalhe técnico, afinal o personagem foi bem bacana e divertido com todo seu ego nas alturas. O pequenino Leonard já foi mais puxado pro lado do emocional de um fã trabalhar com seu ídolo, e o dublador Rodrigo Waschburger foi bem inteligente nos tons que usou, que junto com a personalidade do garoto acabou funcionando. Ainda tivemos vários outros bons personagens na tela, mas o destaque recai mesmo para o vilão Jeremy com seu ajudante gigante Desmond, e para a apresentadora que gritava e tentava aparecer mais do que os próprios personagens principais, mas que no contexto geral funcionou bem.
O longa não tem muita tridimensionalidade, então não espere ver como tem acontecido em outras animações personagens com formas quase humanas, mas sim o velho e bom desenho gráfico que com uma boa dose de sombras conseguiu desenvolver um visual interessante e bem marcante com muitos elementos cênicos para observar, afinal eles vão para uma ilha com vários elementos de sabores, com castores/capivaras gigantes com paladar requintado, com montanhas de pão, pântanos misteriosos e até um vulcão que é usado de forno/fogão, ou seja, tudo muito bem pensado para dar as devidas nuances e agradar bastante.
Enfim, é uma boa trama, divertida e bem feita, que agrada bem dentro do que se propõe e erra pouco aonde dava para errar, mas que acredito que tenha falhado principalmente na data de estreia, pois as sessões de "Gato de Botas - O Último Pedido" ainda estão cheias, e visualmente a criançada prefere algo mais seguro, então hoje a sessão em que fui estava completamente vazia para a animação nacional e isso é uma pena, afinal é um bom longa que vai agradar a família toda, então torcer para a bilheteria dar resultado em outros lugares, pois o roteirista já afirmou ter história para a continuação, então aguardaremos. E é isso pessoal, deixo a recomendação para todos conferirem, e eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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