O diretor Felipe Jofilly está com tudo, pois já estreou semana passada "Nas Ondas da Fé", e agora tem essa semana mais uma produção sua nas telonas, e aqui com o roteiro que Thiago Gadelha entregou baseando no filme francês de 2006, "Poltergay", conseguiu trazer o tema para o ambiente nacional e fez algo leve e bem trabalhado que consegue ter envolvimento com o ar das boates antigas, contando com nuances puxadas para canções nacionais, e ainda dando todo o âmbito das boates gays atuais com as devidas colocações de montagens de drags e tudo mais. Ou seja, o diretor soube ser direto e objetivo na proposta, trazendo um filme divertido e bem encaixado, e fazendo o principal numa comédia que é fazer rir, ainda tendo alguns atos emocionais bem colocados que agradaram bastante.
Sobre as atuações, Felipe Abib foi bem dinâmico com seu Leo, entregando as devidas nuances e sendo bem claro na proposta, mostrando uma alma sensível para enxergar os fantasmas e conseguir fazer bons trejeitos de susto, e mesmo não forçando a barra conseguiu ser gracioso dentro da proposta, o que acaba agradando bastante. Georgianna Góes trabalhou bem sua Marina, ficando confusa com razão nos momentos mais abertos do seu parceiro, mas foi bem emocional nos atos finais, acertando bem sem precisar abstrair muito do ar da trama. Gabriel Godoy fez de seu Diego um fantasma bem preparado, com muitas dúvidas no ar, mas disposto a se entregar para as cenas, e isso acabou sendo bem conectado com os demais. Agora Paulo Vieira deu show com seu Jonas de pois inicialmente parecia ser apenas um influenciar meio bobo, mas foi entrando no personagem e agradou muito nas cenas com Suely Franco pelo lado emocional, e no fechamento todo montado de drag botou banca e foi bem demais. Renata Gaspar foi um pouco seca demais com sua Lara, mas trabalhou bem a conexão com o protagonista e coube a ela a maior parte das explicações, então chamou a responsabilidade e agradou também. Já Rita Von Hunty com sua Mo Nanji Manhattan/Samuel conseguiu chamar muita atenção nas cenas de brincadeiras com os vivos e foi quem mais ousou dentro da proposta toda, que acredito que tenha até mais cenas suas que não foram pro material final, mas ainda com o que foi, mostrou potencial. Outra que apareceu pouco, mas fez cenas bem marcantes e diretas foi Joana Fomm com sua Morte, agradando de um modo meio mórbido, mas acertado para o papel e não deixando falhas. Ainda tivemos Dudu Azevedo bem trabalhado com seu Jorge, fazendo as devidas experiências engraçadas com alguns trejeitos mais fechados, mas não falhou e divertiu, e isso é o que importa. Também tivemos muitas participações especiais com Rosi Campos com sua Lúcia, Julia Lemmertz com sua Leticia, Tonico Pereira com seu Tibério, Marcelo Adnet como um Escrivão e Welder Rodrigues como um Atendente do Necrotério, aliás esse último tendo a melhor cena cômica do filme que quase rolei na sala com o susto que tomou, ficando muito bom mesmo de ver a cena completa que já tinha aparecido no trailer.
Visualmente a produção arrumou ou montou uma tremenda boate bonita de ver nas cenas finais e destruída e abandonada durante todo o filme, com cortinas caindo, tvs antigas, camarins jogados e tudo mais que fosse simbólico para o ambiente, e além disso ainda tivemos uma casa bem bonita, uma loja de tintas, um teatro, uma prisão e um necrotério, todos bem simples, mas representados com bons elementos cênicos, mostrando que a equipe de arte trabalhou de forma acertada.
Enfim, sinceramente não esperava que o filme fosse tão bom, de forma que o trailer parecia algo mais bobinho, mas teve conteúdo, teve envolvimento e claro muitas risadas com várias cenas, surpreendendo na medida certa. Claro que tem alguns leves defeitos em algumas dinâmicas, algumas resoluções rápidas demais, mas é algo banal perto de todo o trabalho bem entregue, então recomendo ele demais com toda certeza para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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