Diria que a diretora polonesa Małgorzata Szumowska soube segurar a trama com uma mão bem dura, pois os atos não tem qualquer abertura fácil para se desenvolver para o lado, sendo algo que tem envolvimento, mas não tem uma dramaticidade emocional, e isso é bom por um lado para criar a tensão, mas ruim para os atos finais, pois ali poderia dar uma quebrada maior no público, fazer escorrer uma lágrima com tudo o que aconteceu com a verdadeira Pam, e ainda assim sobraria espaço para os lados mais duros da trama. Ou seja, a forma que optaram por mostrar a vida de Pam Bales até ficou interessante de ver, mas dava para manter a tensão com um pouco mais de leveza, o que não aconteceu, então diria que o valor da diretora foi de criar um ambiente bem instável e tenso, que claro a dublê de Naomi Watts sofreu bastante, mas o resultado visual funciona melhor do que o emocional.
Sobre as atuações, sabemos o quanto Naomi Watts se envolve em filmes no meio de tragédias climáticas, e aqui fazendo o papel de Pam Bales soube dosar seus olhares nas cenas mais tensas no meio da montanha, e desenvolver sensações nas cenas de sua casa, para que o conjunto todo desse as respostas para o público, o que é bacana, pois num primeiro momento, logo que vai para casa próximo ao fim ficamos meio confusos com tudo, e depois nas suas falas as sensibilidades atravessam e envolvem bem, ou seja, foi forte e intensa chamando toda a responsabilidade para si e acertando em cheio nos atos que precisava aparecer. Agora quanto de Billy Howle fazendo um John completamente pesado para a protagonista carregar, se sou eu tinha deixado ele lá em menos de 5 minutos de filme, e o ator soube ser um mala sem alça da hora que a protagonista começa a ajudar ele até o final, ou seja, foi perfeito no papel de enrosco. Os demais foram apenas enfeites, então nem vale a pena pontuar.
Visualmente a trama é quase que toda passada no meio das montanhas, com muita neve, floresta, buracos, mais neve, roupas para esquentar, mantas térmicas, e mais neve, ventos, neve de novo , algumas cenas num rio que deveria estar ultragelado, eu falei neve também, ou seja, o longa certamente foi gravado num lugar de bem difícil acesso, que a equipe conseguiu ótimas imagens e até poderia ter ido mais além, mas conseguiu mostrar bem os hematomas e queimaduras da neve, trabalhou bem também as cenas da casa da protagonista, e o resultado agrada bastante.
Enfim, é um bom filme, com uma pegada emocional simples demais para tudo o que a base pedia, mas que funciona dentro da proposta, então para quem gosta de um filme com algumas metáforas e cenas bem marcantes na neve fica a dica para dar play na HBO Max, mas não espere muito dele, que não é algo tão surpreendente quanto poderia ser, então releve alguns atos meio exagerados, e curta tudo. E é isso pessoal, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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