Diria que o diretor e roteirista Erik Skjoldbjærg soube criar uma trama bem tensa sobre como uma mãe age quando necessita de ajuda para o seu filho, e da mesma forma como um soldado age quando se vê que vai morrer ao ser preso pelo inimigo, ou seja, a base é quase a mesma de se salvar independente do que seja necessário fazer, e só com isso o filme teria algo muito bem elaborado para desenvolver e ser criativo, mas como optou por trabalhar os fatos reais da cidade para dar um ganho para a trama, ele acabou necessitando um pouco mais de explicações escritas para não onerar tanto o orçamento, e isso deu ao filme tanto um conteúdo muito maior, quanto uma base histórica bem interessante de ser conferida, então dessa forma não diria que o acuso de estar errado, mas acuso sim de que poderia ter lapidado um pouco de tudo para o filme ainda ser forte e não precisar tanto das dinâmicas escritas. Claro que muitos nem vão ligar para esse detalhe técnico, mas precisei pontuar, então fica a dica para algum produtor/roteirista de outro país recriar o longa sem tantos "escritos", que o resultado confesso que será ainda mais interessante.
Sobre as atuações, Kristine Hartgen trabalhou sua Ingrid sempre com o sorriso no rosto tradicional das pessoas que trabalham em hotéis, e deu dinâmicas e atitudes bem coesas na desenvoltura da personagem nos atos mais intensos, trabalhando quase como uma espiã dupla por saber falar alemão pela profissão de recepcionista e acabar sendo intérprete do cônsul alemão, ou seja, fez bons trejeitos e chamou a responsabilidade para si na maior parte da trama, agradando bastante e servindo tudo o que o papel precisava. Na outra ponta tivemos Carl Martin Eggesbø com seu Gunnar, que trabalhou bem os atos de soldado, fez alguns trejeitos meio que jogados e até se entregou bem em alguns momentos, mas forçou a barra um pouco correndo no meio de tiros sem nada o acertar, indo por caminhos que ninguém conhecia e tudo mais, e isso soou um pouco falso demais, mas veio do roteiro, então ele apenas fez os atos. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, cada um dando suas devidas nuances, mas o destaque mesmo ficou para o que Christoph Bach entregou para seu cônsul alemão, e claro para o garotinho Christoph Gelfert Mathiesen que foi bem simbólico e emocional com seu Ole.
Visualmente o longa é muito marcante, mostrando uma cidadezinha minúscula aonde todos praticamente sabem da vida dos outros, um hotel bem montado com a maioria das cenas acontecendo no refeitório, temos muitos atos com explosões, dentro de um bunker, muitas cenas nas montanhas com neve pra todo lado e os prisioneiros carregando armas, vários ataques aéreos e claro toda a simbologia, e também tivemos muitos momentos de explicações de tudo o que aconteceu realmente. Ou seja, é um filme de atos fortes visuais que a equipe dosou na entrega e fez muito bem em não chamar a responsabilidade, mas que não jogou fora toda a oportunidade de representar.
Enfim, é um bom longa de guerra, tem momentos bem marcantes e interessantes de ver, que consegue mostrar como a Noruega foi abandonada por todos os lados, mesmo sendo uma importante fonte de minério de ferro para todos, e que entrega sem dúvida toda a dinâmica que falei no começo de o que você faria se fosse preso e também no caso da mãe com o filho doente se você ajudaria seu inimigo ou não, ou seja, várias coisas para se pensar e o resultado acaba sendo bem bacana de ver, mesmo não sendo algo incrível pela forma de condução, então recomendo com algumas ressalvas. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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